• Capítulo 49 •

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Amanda👑

Minha vida mudou super, não tô falando que estou infeliz. Estou meio termo.

Tenho duas filhas que amo muito.

Elas são tudo para mim nessa vida, se não fosse por elas eu nem estaria mais viva neste mundo.

Minha relação com Magrão tá ruim.

Venho brigando muito com ele, às vezes cansa sabe? São mais de vinte anos juntos, tivemos uma relação normal.

Sem traição, sem problemas.

Mas é o que dizem: "Relacionamento sem problemas não é um relaciomento"

Um dia iria chegar nosso problema, e agora chegou. Ele chega em casa tarde, às vezes bêbado. Mas nem sempre isso é o motivo da briga.

O problema é a gente.

Nós não estamos mais nos entendendo, venho pensando em dar um tempo, sem término.

Se darmos um tempo, ambos conseguiram entender os nossos problemas que atrapalham nossa relação.

E no final tomaremos uma decisão certa, entre divórcio ou ficarmos juntos.

Tainá, a mais velha já saca o que estamos passando, a pequena também é esperta, mas nem tanto.

Faço tudo por elas.

Tainá: Mãe!- me gritou.

Virei o rosto olhando para ela.

Tainá: Foi pra marte?

Amanda: Não, eu só estava pensando numas coisas lá do trabalho- sorri fraco- Vai chamar sua irmã para almoçar.

Tainá: Desiste, meu pai levou ela para comer na rua.

Amanda: Gabriel não sabe mesmo que sabe, ele sempre faz o que pensa. Eu não deixei, comer na rua só influencia a Gio a comer besteira direto.

Tainá: Sabe como ele é.

Revirei meus olhos, ouvi a porta bater, desliguei o fogão e limpei minha mão no pano de prato.

Logo Gabriel entrou na cozinha com Giovana no colo.

Amanda: Saiu sem me falar?

Magrão: Qual é? Só fui levar a pequena para tomar um sorvete. Não vejo problema nisso, larga de ser surtada.

Amanda: O problema é que é hora do almoço e você levou ela para comer besteira. Sabe que ela não pode ficar comendo muito doce.

Magrão: Deixa a menina, é só um sorvete. Não mata, ok?- ele beijou a testa da Tainá.

Amanda: Tainá, sobe com tua irmã.

Ela assentiu, pegou Gio e subiram para o quarto.

Encarei ele seriamente que me olhava com a mínima importância.

Amanda: Eu tomei uma decisão, melhor a gente dar um tempo. Sozinha vou conseguir pensar, e espero que você também consiga.

Magrão: É, eu também ia te falar essa parada aí.

Amanda: Eu te amo de verdade, mas parece que a gente não tá dando mais certo. Todo dia é brigas, é desentendimento sabe. Isso me cansa, e isso acaba com as meninas.

Magrão: Tá acabando comigo, isso sim.

Amanda: Você tá pensando só em você? Sério mesmo? Olha, tô fazendo isso pelas meninas, Tainá é grande já e já entendi, Gio tá crescendo e não é burra, ela já saca que estamos mal.

Magrão: Eu sei, também não gosto de ver elas vendo a gente discutir.

Amanda: É o melhor a se fazer, quando soubermos o que estamos fazendo de errado a gente volta, caso não, eu peço divórcio.

Magrão: Beleza, vou pegar umas roupas minhas e vou passar um tempo na casa da minha tia no outro lado do morro. Dia sim e dia não venho ver as meninas.

Amanda: Ok.- falei seca com a garganta coçando pronta para chorar os cinco oceanos.

Magrão: Saiba que eu ainda te amo.

Eu balancei a cabeça e ele beijou minha testa e saiu da cozinha.

Suspirei um pouco aliviada mas também magoada, nunca pensei que esse dia chegaria.

Dói demais isso, e eu não fazia idéia disso, eu achava super fácil quando eu via nas séries, novelas e filmes.

Mas parece que a realidade é totalmente diferente.

Tainá: Ô mãe...

Deixei as lágrimas cair e abracei a mesma fortemente que me recebeu nos seus braços.

Tainá: Vai passar.

Amanda: Eu sei que vai passar, só demos um tempo, mas mesmo que não voltarmos ele ainda vai ser seu pai e dá Gio. Ele é um ótimo pai, nunca desconfiei sobre isso.

Tainá: Eu sei, mas vocês ainda voltam, vocês se amam e não vão jogar vinte anos de amor fora. Vocês foram feitos um para outro, é só uma fase ruim. Logo passa.

Eu apenas concordei e deitei no seu peito terminando de chorar.

Fui para sala e vi Magrão descer com Gio no colo, ela chorava, mas ele falava tranquilo tentando acalma-la.

Gio: Papai...

Magrão: Amanhã eu volto.

Ela assentiu quietinha, ele beijou sua bochecha e deixou a mesma no meu colo. Se despediu da Tainá.

Ele apenas me olhou e deu um sorriso de lado, logo saiu.

Me sentei no sofá e fiz Gio dormir para tentar se acalmar. Mandei Tainá ir arrumar a cozinha para mim.

Subi para o quarto das meninas e deitei Gio na sua cama, fechei a porta e fui para meu quarto, vou até meu guarda roupa procurando uma roupa confortável.

Acabei encontrando a camisa dele, acabou esquecendo.

A apaixonada trouxa tinha que vestir lógico. Me deitei na cama sentindo seu cheiro e vendo o vazio que estava a cama sem ele.

Sofrer por amor dói demais, é uma dor inexplicável.

Amar dói demais. Ainda mais amar alguém que você sabe que ama mais que tudo na vida, alguém que você também sabe que te ama, mas ambos tem dúvida daquele amor eterno. Um dia eu espero uma explicação sobre isso, sobre os problemas do amor.








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