capítulo 7 - confusões de pensamentos

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Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz

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Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz. Como em todas as congregações dos santos,
1 Coríntios 14:33

Rebeca

Enquanto penteava o cabelo na frente do espelho, eu me virei para olhar para a Bia, que estava largada na minha cama, com as pernas cruzadas, fazendo o dever de casa. Ela sempre fazia cara de concentrada quando estudava, o que só deixava mais evidente o contraste entre ela e eu naquele momento. Eu estava nervosa, ansiosa para ir ao culto da igreja da Raquel, e tinha aproveitado o momento em que papai saiu para correr para me arrumar em paz.

— Mana, você não acredita o que Miguel me contou. Estou me sentindo péssima com isso... — falei, tentando esconder a inquietação, mas, pelo jeito que minha voz tremeu, duvido que tenha enganado alguém.

Bia levantou os olhos do caderno, impaciente.

— Conta logo, criatura! Não me deixa curiosa.

Respirei fundo antes de continuar, sentindo o coração apertar:

— Ele disse que gosta de uma garota e tá orando para saber se ela é a pessoa certa. E ele fala dela de um jeito... sabe? Com tanta emoção... Acho que, se essa garota percebesse, ela podia acabar gostando dele também. — Coloquei o pente de lado na minha penteadeira, baixei a cabeça e soltei um suspiro, apoiando o rosto nas mãos. O espelho refletia meu rosto meio desanimado, e eu tentava não olhar pra mim mesma por muito tempo.

Bia ficou me observando, sem dizer nada por um instante, os olhos dela brilhando de curiosidade, como se tentasse entender o que eu não estava dizendo.

— Olha, mana, o importante é que Deus ainda não confirmou nada. Por que você não ora também? Mas também ore para que Deus abra os olhos dele, pra ele ver a garota linda e maravilhosa que você é. — As palavras dela me tocaram, de um jeito que nem sei explicar. Meus olhos se encheram de lágrimas, e antes que ela pudesse reagir, eu pulei para abraçá-la, quase derrubando o caderno do colo dela. Bia se mexeu, tentando escapar, mas eu não consegui parar de rir ao ver a expressão surpresa no rosto dela.

— Você acha mesmo que sou linda? — perguntei, a voz meio baixa e hesitante, por me sentir insegura com elogios.

Bia revirou os olhos, com um sorriso brincando nos lábios, aquele jeito que só ela tinha.

— Linda você é, mas é grudenta quando quer. Agora me solta, pelo amor de Deus... — Ela fez uma cara de nojinho que só me fez rir mais ainda. Soltei ela devagar, mas antes de sair da cama, não resisti peguei um travesseiro e joguei nela.

— Ai, sei lá... Acho que nunca vou passar de amiga para ele. Ele me olha de um jeito... estranho. E eu nunca sei o que pensar disso.

— Estranho como? — Ela arqueou uma sobrancelha, já cheia de ideias. — Vai ver ele tá tentando te entender melhor. Então, mostra quem você é de verdade, talvez você precise se abrir mais, só seja você mesma. — Eu sabia que Bia tinha razão. Sempre fui meio tímida, e parecia que nunca conseguia ser eu mesma quando o Miguel tava por perto.

Uma luz no fim do tunel - Concluído - Em Revisão Onde histórias criam vida. Descubra agora