CAPÍTULO 8

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Ainda sinto aquela sensação estranha dentro de mim quando Toni me leva para casa. Penso em perguntar se ele sentiu o mesmo que eu, mas acabo desistindo daquela ideia maluca. Quando chegamos em casa, ele estaciona o Veloster junto ao meio fio e desliga o motor. O silêncio preenche o interior do carro e o único som que eu ouço são as batidas aceleradas do meu coração.

Só espero que Toni não consiga ouvi-las.

Ele abre o porta-luvas do carro, de onde retira o meu iPhone são e salvo, entregando-o para mim e me fazendo lembrar do verdadeiro propósito daquele jantar.

"Obrigada", agradeço guardando o aparelho dentro da minha bolsa.

"Espero que não se importe, mas tomei a liberdade de salvar o seu número na minha agenda."

"Como se você fosse me ligar."

"Está me subestimando, Srta. Bertolazzo?"

"Talvez", respondo e ele ri. " Também aproveitou para bisbilhotar minha agenda de contatos, caixa de mensagens e galeira de fotos?"

"Você não tem fotos", ele comenta e eu começo a rir, quando na verdade, eu deveria ficar muito brava com ele.

"Preciso providenciar uma senha para você", murmuro batendo na bolsa onde está o meu smartphone.

"Me desculpe. Mas, eu não resisti. Gosto de fotografias e fiquei curioso para ver as suas."

Ele me encara durante longos segundos, com aquele olhar capaz de invadir minha alma. Seu olhar desvia para minha boca e ele se inclina na minha direção. Meu corpo reage instintivamente inclinando-se na direção dele.

O tempo para quando seus lábios tocam nos meus, que se abrem automaticamente para recebê-lo. Sua boca apodera-se da minha, aprofundando o beijo. Uma descarga de eletricidade me atinge e se espalha rapidamente pelo meu corpo, provocando todas as terminações nervosas.

Quando uma força invisível e impossível de resistir me atrai para ele, avanço ainda mais em sua direção até meu corpo ficar colado ao dele. Toni me envolve com seus braços e eu enlaço meus dedos em seus cabelos. Aproximo meu corpo ainda mais do dele até não haver um único centímetro de espaço entre nós. Suas mãos deslizam pelas laterais do meu corpo, pressionam meus quadris, descendo até as minhas pernas. Seu toque me inflama e uma onda de calor percorre o meu corpo e se acumula na parte baixa do meu ventre.

Um beijo ainda mais intenso e mais profundo nos consome, roubando todo o ar dos meus pulmões. Separo nossos lábios apenas o suficiente para conseguir respirar. Nossas respirações estão aceleradas e estamos os dois ofegantes.

O ar ao redor está denso, quente e carregado, o que torna difícil respirar. Afasto mais alguns centímetros e só então, percebo que estou sentada no colo dele em uma posição de montaria, com as pernas abertas uma de cada lado do corpo. Meu vestido está embolado na minha cintura, e as mãos dele ainda permanecem nas minhas coxas.

Olho para o banco ao lado, onde eu deveria estar sentada, e de volta para ele, que parece tão confuso quanto eu. Quando me dou conta da loucura que eu acabei de fazer uma onda de pânico toma conta de mim.

Para a minha sorte, os vidros do carro são escuros o suficiente para nos esconder. E a baixa luminosidade no interior do veículo, disfarça o tom escarlate que inunda o meu rosto.

Oh! Meu Deus!

Abro a porta do carro e por instante, quase esqueço a bolsa em cima do assento ao lado. Agarro-a pela alça e desço pelo lado do motorista. Saio do carro atordoada e ainda mais confusa do que já estava antes.

Um Grito de Liberdade (CONCLUÍDA)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora