Capítulo IV - Os Grace

775 83 5
                                    

Emily estava encostada em uma das poltronas na sala da casa dos seus tios; os Grace, enquanto Catalina, uma vivaz mulher de sessenta anos, com rosto bondoso, cabelos castanhos com fios grisalhos que estava coberto por uma touca branca, aplicava um ungüento sobre o corte que Emily tinha na bochecha.

- "Não posso acreditar, Emily!" - dizia a senhora Grace, com um tom de indignação, enquanto caminhava de um lado para o outro na sala. 

Jocelyn era uma mulher cinco anos mais nova do que Theresa Dantes, tinha olhos cafés e um cabelo muito preto com algumas ondas, que estava sempre impecavelmente penteado, o seu rosto delicado expressava amabilidade pura e na maioria do tempo, quando não estava preocupada, olhava para a garota com um gesto maternal que estranhamente Emily nunca sentiu receber de sua mãe.

- "Eu também não acreditei." - disse a garota. - "Não acreditei, no fato de que a minha própria família houvesse feito tal coisa... mas eles fizeram."

- "Quando li a sua carta, realmente entrei em shock e Samuel queria sair para enfrentar Theresa." - disse a Jocelyn. - "Mas eu o persuadi, já que isso te prejudicaria."

- "Ela já deve saber onde estou... ou pelo menos suspeitas disso."

- "Foi isso o que ele me disse."

Justo no momento Samuel Grace entrava na sala onde as mulheres estavam. Ele era um homem com olhos verdes, nariz arrebitado e cabeço castanho claro, ele era atrativo e extremamente gentil.

- "Emily, minha filha, você chegou!" - Samuel disse se aproximando dela, a garota se levantou e lhe deu um abraço.

- "Tio, é bom te ver!" - ela disse com carinho.

Então o homem reparou no corte no rosto de Emily.

- "Santo Deus, o que aconteceu?" - o homem expressou.

Emily ficou em silêncio, ela poderia dizer o que aconteceu naquela plantação, mas ela sabia que o seu tio trabalhava para Ichabod Morland, por isso não queria prejudicá-lo.

- "Pegamos um atalho senhor." - Lydia interveio, que nesse momento estava trazia consigo um chá em uma bandeja. - "E acabou cortando a bochecha em um galho de árvore da plantação."

- "É sério?" - ele disse duvidoso, essa ferida embora já estivesse coberta por um ungüento, era um pouco profunda para que tivesse sido provocada por um galho de árvore. - "Emily, você deve ser mais cuidadosa." - ele lhe aconselhou.

- "Tomarei isso em conta, tio... a propósito, encontramos um menino durante o caminho." - Emily acrescentou, sinalizando com o olhar para o garoto que vinha caminhando atrás de Lydia. - "Quis trazê-lo para dar algo para ele comer, espero que não tenha problema."

- "Claro que não." - ele disse amavelmente. - "Essa casa sempre estará aberta para qualquer pessoa que precise."

Lydia e Catalina dedicaram um sorriso para o senhor Grace.

- "Levaremos ele conosco para a cozinha, vocês tem coisas para conversar." - Catalina interveio, dando um empurrãozinho em Lydia, quem deixou a bandeja sobre a mesinha e logo em seguida os três saíram em direção a cozinha.

- "Fiz uma rápida visita em Bath essa manhã." - ele anunciou quando estavam sozinhos. - "Fiz algumas consultas necessárias sobre a sua situação."

- "E como foi?" - a garota perguntou se sentado na poltrona.

- "O que a sua mãe e Ezequiel fizeram é ilegal, afortunadamente você conseguiu escapar." - Samuel disse. - "E parece que seu pai era um homem precavido."

- "Meu pai? O que você quer dizer com isso, tio?"

- "Bom, o testamento que seu pai fez em Oviedo, estipula que você não poderia receber a sua herança que se você não se casar no dia do seu aniversário de dezoito anos... mas isso só aplica a sua fortuna em Oviedo."

Falsas Impressões (Completa)Where stories live. Discover now