Capítulo XIII - Arrependimentos

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- "Não gosto de te ver assim, Emily." - Ezequiel comentou enquanto Emily estava sentada em um balanço olhando para os seus pés.

Havia se passado uma lenta e tortuosa semana desde o seu rompimento com Lucian, e como era de costume esse domingo havia ido à igreja com sua família, mas ela não pensou que Lucian, Meredith e os senhores Blake estariam presentes ali. Logo depois que a missa terminou, ela correu como pode de volta para casa e havia terminado ali. Ela não chorava, só sentia uma tristeza tão profunda oprimindo o seu coração.

- "Estou tentando ficar bem, Ezequiel." - ela disse sem olhá-lo. O garoto se sentou na grama na frente dela, deixando o seu chapéu do seu lado.

- "Posso imaginar o que ele significa para você, Emily mas você deve saber de uma coisa." - ele disse olhando para ela, então ela olhou em seus olhos. - "O amor verdadeiro nunca se acaba, pelo contrário, ele cresce e se algum dia se acabar, isso só quer dizer que na realidade nunca se amou."

Emily desviou o olhar e negou.

- "Realmente você está tentando me ajudar?" - ela perguntou.

- "Eu quero te ajudar, Emily, eu não estou apenas tentando."

- "Porque? Você me odeia, Ezequiel. Você sempre me odiou." - ela acrescentou chorando silenciosamente.

- "Isso não é verdade, Emily." - ele objetou. - "Você é minha irmã, eu te amo e você não imagina o quanto. Você nunca se perguntou como conseguiu fugir naquela noite em Londres?"

- "A porta de trás estava aberta." - ela respondeu confusa enquanto enxugava as lágrimas.

- "Eu sabia o que nossa mãe queria fazer com você, Emily, sabia disso muito antes que nosso pai morresse, suas intenções eram essas, que você desaparecesse para sempre de sua vida mas sem deixar a oportunidade passar de tirar um bom aproveito de sua partida."

A garota o olhou consternada.

- "Nosso pai sabia disso, ele havia escutado nossa mãe falar com uma de suas amigas em uma das reuniões semanais que eles costumavam a ir, sobre a ideias de te casar com alguém imensamente rico em troca de uma quantidade considerável de dinheiro mensal para ela, então nosso pai confiou em mim e antes de morrer ele me pediu para te proteger, e foi isso que eu fiz."

- "Nas naquela noite, quando vocês fizeram um acordo com Miles Lockwood, parecia que você tinha uma lealdade inquebrável."

- "Eu realmente tinha uma dívida de jogo com ele, eu devia ele até quase minha vida, nossa mãe se deu conta disso e falou com ele, um mês depois que nosso pai morreu, ela viajou para me ver. Você lembra disso?"

- "Eu lembro."

- "Foi então quando ofereceu a você em troca de que eu ainda tivesse uma estabilidade econômica em Londres, ele só tinha que esperar que passasse um tempo considerável pois a morte de nosso pai era muito recente. Minha mãe sabia que você não tinha nenhuma esperança com o filho do banqueiro em Oviedo, por isso ela tinha todo maquinado, você iria desprezá-lo e ela usaria isso como desculpa para te deixar vir comigo para Londres."

Emily o olhava e o escutava sem dar crédito a suas palavras, com um nó na garganta, sem saber o que dizer ou perguntar.

- "Eu tinha que aparentar estar ao lado dela, Emily." - ele continuou. - "E me arrependo por ter feito você acreditar durante todo esse tempo que eu te odiava." - ele acrescentou segurando a mão dela. - "Aquela noite quando acordo foi fechado, vi que você estava ali parada escutando tudo, por isso sai de casa, para que você pudesse fugir sem nenhum problema."

- "Como uma mãe pode fazer algo como isso com seus filhos?" - a garota perguntou com seus olhos cheios de lágrimas. - "Como a nossa mãe pode ter feito tal coisa comigo?"

Falsas Impressões (Completa)Where stories live. Discover now