Capítulo XII - Erros

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Lydia estava encostada no marco da porta, olhando para Ezequiel com disconfiança, quem estava dormindo enquanto Emily limpava o seu rosto com um pano úmido.

- "Você é muito bondosa, Emily." - Lydia disse com voz normal, sem se importar se o despertaria.

- "Ele é meu irmão, Lydia." - ela disse olhando para a garota ruiva, ela parecia cansada e um pouco triste.

- "Eu sei, mas, você sabe porque ele está aqui? Não gosto nada que ele apareceu aqui do nada."

- "Quando o meu tio tentou conversar com ele, ele não disse muita coisa, ele diz que meu irmão começou a chorar e não parava de chamar pela minha mãe."

- "Onde ela está?" - a garota quis saber.

Emily se levantou da cama e se aproximou de Lydia, depois lhe entregou um pergaminho bastante amassado, o que indicava ela havia lido mais de uma vez. A garota ruiva pegou o papel e começou a ler.

"Emily

Sei que os meus dias nessa terra estão contados, sei que também mereço a pior das sentenças por tudo que eu te fiz desde que você era uma menina, por ter de desprezado quando você me abraçava ou tentava me dar um beijo...agora vejo tudo com clareza.

Você sempre tentou ser uma filha amorosa, mas eu nunca soube ver isso, eu gostaria de poder voltar atrás no tempo, mas sei que isso é impossível. Por isso eu te peço que me perdoe Emily, me perdoe pelo que eu te fiz, me perdoe por te trocar por dinheiro, por ter inveja de você por ter tido o amor de seu pai, me perdoe por tudo isso.

Provavelmente quando você ler essa carta, eu já não estarei no mundo dos vivos mas queria saber que tenho o seu perdão, já que sentirei onde quer que eu esteja.

Com todo amor e arrependimento.

Sua mãe."

Quando Lydia terminou de ler a carta, ela olhou para Emily e a abraçou.

- "Eu sinto muito Emily." - ela disse.

- "É triste o fato de que eu não estive do seu lado para de poder dizer a ela que eu perdoava de todo coração." - Emily expressou, apoiada no ombro de Lydia enquanto as lágrimas caiam pelas suas bochechas. - "Não importa o que ela tenha feito, ela é da minha mãe."

- "Por isso o senhor Grace estava um pouco triste durante o café da manhã?" - a garota perguntou e Emily assentiu. - "Agora entendo, ele perdeu a sua única irmã."

- "Meu tio disse que também queria poder ter estado ao seu lado...ontem a noite, depois de falar com Ezequiel e ele entregou a carta, ele me disse que lamentava as decisões tomadas por minha mãe por Ezequiel, porque isso lhes havia impedido ter os momentos mais difíceis com aqueles que os amavam."

- "Pois ele tem toda razão, Emily, eu não gostaria que chegasse a se sentir culpada por isso, porque você não fez nada para ela se comportar dessa maneira, apesar de tudo você a perdoou, e eu acho que você fez isso desde o momento que entramos na carruagem do senhor Van Dort na noite em que fugimos."

A garota suspirou.

- "O que você acha de sairmos de casa por uns minutos?" - Lydia propôs. - "Você Quer me acompanhar para deixar esses livros com Henry?"

- "Em sua casa?" - ela perguntou enxugando as lágrimas.

- "Claro, você precisa saber de algo e acho que será melhor ao ar livre." - respondeu a garota ruiva sorrindo radiante. Emily devolveu o sorriso e concordou em acompanhá-la.

As duas saíram da casa dos Grace quando ainda não era nem meio-dia, e foram em direção ao caminho que levava a casa dos Blake, seguindo o atalho que levava ao lago.

Falsas Impressões (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora