Porto de Abrigo

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PORTO DE ABRIGO



CAPÍTULO IV



SÁBADO (TARDE)

-(Paulo) Epa, fodasse, Marta. Tem lá um pouco de calma com essa conversa. Eu estou fodido contigo. Já tinha dito que ele é mais conhecido que o Papa em Roma e tu não paras com estas cenas?
-(João) Ah paleco, então porquê? Eu estou a gostar da conversa dela.
-(Paulo) Eu conheço-a bem e muito melhor do que tu penses ou imagines. Sei perfeitamente o que ela quer dizer, quando começa a falar desta maneira.
-(Marta) Ai pois conheces-me, meu lindo. Tu pertences-me por completo!
-(Paulo) Estás a ver, tio? Estás a ver o que eu estou a dizer? Olha, ficas já avisado que, se eu vir que as coisas tornam-se extremas cá para o meu lado, tu ficas por tua conta. Não quero saber.
-(João) Eu também posso ser teu, Martinha?

Aiaiai, que este gajo não sabe onde se está a meter.
Ainda vai levar com uma merda igual ao que o Bryan levou para terras de nossa majestade, que passou por mim ou até mais grosso, como aquele que eu vi no seu interior traseiro, no dia que a conheci no Jardim Zoológico.
Esta gaja é doida e vamos lá ver se isto não descamba por causa da sua maluqueira.
Nós ainda mal chegámos e já descobrimos mais do que devíamos e já mostrámos mais do que deveríamos.

Ao chegarmos aos carros, a menina Marta informa o resto do pessoal que iria com o meu tio no seu jipe.

-(Joana) Marta, anda connosco, que é melhor.
-(Marta) Porquê? Quero ir com ele! Quero ir de jipe! Qual é o problema?
-(Joana) Se pensares um pouco, irás ver que o problema é que as pessoas aqui da Nazaré conhecem ele e ao verem-te no carro sem te conhecerem, o que achas que vão pensar?
-(Paulo) Mais conhecido que o Papa em Roma... estou farto de dizer isto!
-(Amílcar) Anda connosco, amor. A prima tem razão.
-(Marta) Então, o meu lindo acompanha-nos. Assim ninguém pode dizer nada!
-(Joana) Isso é que não. Da última vez que isso aconteceu, ele veio do vosso carro com um chupão no pescoço e que ainda não desapareceu.
-(Paula) Joana, deixa-os ir. A casinha é já ali. É num instantinho!
-(Tonho) Querida, a casa da praia fica ali na marginal. Cinco minutos e estamos lá.
-(Joana) ... Está bem... Juízinho! Para os dois! - Abrindo muito os olhos.
-(Paulo) Epa, estás sempre a dizer-me isso.
-(João) É do tipo ciumenta, a mulher do Tonho?
-(Marta) Nem tem razão para isso. Ele dá perfeitamente para nós as três.
-(Paulo) Ainda bem que já é ali. Vai ser rápido.

Rápido, o caralho! Um trânsito dos diabos e o meu tio a tentar fugir pelas ruazinhas e ruelas e quando demos por nós, estávamos a caminho do Porto de Abrigo da Nazaré. Um caminho que não tem nada a ver com o sentido onde se encontra a casa que ia-nos albergar nestes dias de férias.
Eu estava no lugar frontal do pendura como ainda há pouco e a Martinha, na parte de trás ao centro.
Toca o meu telemóvel e pus em alta voz, para todos ouvirem.

-(Paulo) Maria, estás em alta...
-(Paula) "Afinal, para onde é que vocês vão?"
-(João) Ah Paula, vou mostrar-vos o porto de abrigo. Tenho lá o meu barco de recreio de pesca desportiva e aproveito, dou-lhe uma vista de olhos.
-(Paula) "Isso não pode ficar para uma outra altura?"
-(Joana) "Desde que não seja para demorar. Quero ir à praia ainda. Está uma tarde espectacular."
-(João) Isto não demora nada. Nem precisam de sair do interior do carro.
-(Amílcar) "Grava tudo, não te esqueç... " - Desligamos a chamada.
-(Marta) Okay, é agora.
-(Paulo) É agora o quê?
-(Marta) É agora que vou tirar a prova dos nove!
-(Paulo) Prova dos nove?

Swinger's Diary - The End Of The Beginning!Onde histórias criam vida. Descubra agora