1 - Robin

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HARRISON

— Não vai falar nada? É muda? — um dos garotos da minha turma caçoava Robin, a menina nova, e todos riam.

Felizmente, essa encheção de saco com a menina que só permaneceu calada e de cabeça baixa foi encerrada assim que a professora de história entrou na sala.

— Bom dia, classe. Segundo dia de aula... Estão voltando a se acostumar aos poucos, eu imagino?

Ah, sim, senhora... Nem imagina o quanto! 

***

No intervalo, em meio ao campo, na parte do ar livre do colégio, a menina estava sentada em um banco, lendo um livro com os seguintes dizeres na capa: 

"Stephen King - IT"

Aquilo me deixou curioso, então tomei coragem de me aproximar e fui caminhando lentamente até ela. 

Ela tinha a pele branca como a neve, olhos verdes, sardas por todo o rosto e o cabelo loiro e curto, terminando pouco acima do ombro e repartido ao meio. Robbin usava uma gargantilha preta com uma lua pendurada no meio.

— Com licença... — eu disse a ela, que levantou a cabeça, surpresa. — Você é a Robin, não é? — sorri.

— Sim. — ela sorriu brevemente.

— Me chamo Harrison. — ficamos em silêncio por alguns segundos, isso foi bem estranho. — Ah, eu adorei a capa do seu livro, parece bem interessante!

— Ah, é de Stephen King.

— Como? — perguntei e ela soltou uma risada.

— Stephen King é um autor de vários contos de mistério, terror, suspense...

— Ah, sim. Não o conhecia, mas adoro esses gêneros e como a capa remete muito isso eu fiquei curioso. — falei sem graça e sentei do lado dela. Não deixava de ser verdade, porém, usei esses pretextos para tentar fazer amizade com a garota.

— Posso te emprestar depois que eu acabar de ler. — ela me ofereceu.

— Sério!? — perguntei, surpreso.

— É claro. Por que não? Não disse pra mim que estava interessado?

— S-sim, estou sim. 

— Então tá combinado.

— Mas então... — estalei os lábios. — O livro é bom assim?

— Eu estou amando. Já passei da metade e não posso evitar... Estou muito curiosa pra saber o que vai acontecer, e como vai terminar.

— Do que se trata a história?

— É um palhaço que... Bom, uma criatura, não sei, que aterroriza uma cidade, as crianças principalmente, e o resto não vou te contar porque senão perde a graça, certo?

— Você tem razão. — ri. 

— E eu posso te chamar de Harry? Você precisa de um apelido, seu nome é muito grande pra ser pronunciado assim toda hora. — Robin sorriu e levantou uma das sobrancelhas, voltando a sua atenção para o livro, colocando um marcador de página onde havia parado e finalmente o fechando.

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora