20 - Laços que nunca foram rompidos

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HARRISON

Era mais um dia como qualquer outro no colégio. Estava no corredor, arrumando meu material no armário, quando de repente alguém que chegou por trás colocou as mãos nos meus olhos, ocultando minha visão completamente. 

— Quem é? — perguntei, mas não obtive resposta.

Então, toquei nas mãos. 

Um sorriso surgiu no meu rosto de forma quase que automática. Eu já sabia quem era. 

— Já sei que é você. 

Seu riso quente soprou no meu ouvido e então suas mãos abaixaram. Me virei. 

— Já te conheço o suficiente, Scott.

— É por isso que eu não disse nada e deixei que respondesse. — ele me dizia, mas só olhava pra minha boca. 

— E o que você veio fazer aqui assim, tão de repente? — sorri, sem graça. 

— Bem... — subiu o olhar pros meus olhos e apoiou um braço nos armários. — Eu vim te dizer que sinto muito pelo o que aconteceu naquele dia, lá no clube...

— Ah. — suspirei. — Não precisava lembrar disso. 

— Precisava sim. — balançou a cabeça positivamente. — Porque eu me importo e o que fiz com você não foi legal. Me desculpe.

— Acho que desculpo... — estava muito pensativo e refletindo sobre tudo. — Porque eu te amo muito, Scott. 

— Ah. — ele riu. — Se soubesse o quanto te amo também.

— Eu faço alguma ideia. — ri, brincando. 

— Escuta. — voltou a ficar sério e fez carícias no meu cabelo. As pessoas ao redor olhavam, mas ele não estava ligando pra isso. — Sei que te machuquei e muito... Isso me destrói também, mas eu nunca faria nada de propósito pra te magoar, Harry. Eu quero muito aprender a ser melhor a cada dia, aprender com os erros do passado...

— Eu entendo. Eu acredito em você, Scott... — sorri levemente. 

— Se eu nunca tivesse inventado aquela história toda, nada disso aconteceria. Foi tudo culpa minha, para começar. Você não teria se mudado para outra cidade longe daqui... — falou com uma expressão preocupada no rosto.

— Scott, o que está dizendo? Eu estou aqui, continuo aqui! Não vou me mudar, não vou a lugar algum...

Seu olhar voltou a fitar a minha boca e era algo inevitável de controlar por mais um segundo que fosse. Ele inclinou sua cabeça e se aproximou de mim. Sua franja fez cócegas na minha testa e logo seus lábios tocaram nos meus. Estávamos nos beijando ali, no meio de todos os alunos, nos corredores do colégio.

Pelo menos até eu acordar. 

Levantei num pulo, em um susto, agarrado com a minha mala.

Estava frio, de noite e não tinha ninguém... 

Scott não estava lá. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin