21 - Lar?

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SCOTT

Estava estático. Por um momento o tempo parecia ter parado, mas na verdade estava passando mais rápido do que nunca. Era questão de poucos segundos. Aquele caminhão enorme estava avançando contra nós em alta velocidade, buzinando sem parar para que saíssemos do caminho de alguma forma, já que um veículo tão bruto e imenso daqueles jamais poderia frear ou desviar do meu carro à tempo. 

Eu estava como uma estátua, apenas no aguardo da tragédia que ia acontecer. Não tinha reação. Não conseguia reagir de forma alguma. 

Eu não conseguia tomar uma atitude sequer.

Estava apavorado.

Não fiz nada.

Harrison inclinou seu corpo em minha direção e pôs as duas mãos sobre o volante, rapidamente direcionando o carro para a esquerda, o que fez com que nós saíssemos da estrada. 

O som ensurdecedor da buzina passou por nós, junto com alguns xingamentos gritados pelo motorista. 

Com o baque que o carro deu em uma aparente pedra em meio ao gramado, tive reação e soltei o pé do acelerador, freando o carro. 

Nossos corpos balançaram bruscamente com a parada.

Meu coração parecia que ia sair pela boca. Estava suando frio.

Olhei para Harry e ele estava com a respiração ofegante, assim como eu. 

Segurei nos seus braços com as duas mãos, assustado.

— Você está bem? — forcei minha voz, baixa e ríspida. 

Ele olhou pra mim com os olhos arregalados e acenou rapidamente com a cabeça. 

Respirei fundo e fechei os olhos, deitando a cabeça pra trás no encosto superior do banco. 

— Se não estivesse com o cinto de segurança... — murmurei. 

— Eu estou. Está tudo bem. 

— Ainda bem que sim... — abri os olhos e olhei pra ele de novo.

Harry tirou o cinto e abriu a porta para sair do carro, caminhou um pouco pra longe e abaixou no chão. 

Tirei o cinto e saí do carro também, indo atrás dele. Parei de caminhar em sua direção quando percebi que ele estava vomitando. 

Olhei em direção contrária e observei que o carro tinha sim, batido em uma pequena pedra. Causou um amassado minúsculo que não seria difícil de consertar depois. Estávamos vivos e o carro estava praticamente inteiro. Graças a Deus. 

Respirei fundo e esfreguei os olhos. Fiquei andando de um lado pro outro, respirando fundo até conseguir me acalmar mais. 

De repente, Harry se aproximou de mim.

— Harry, está tudo bem? O que houve?

— Tá tudo bem, não se preocupe, eu só fiquei muito nervoso, meu estômago embrulhou e...

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Where stories live. Discover now