Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)

14- Mudanças da vida

8 anos depois, no ano de 1998

Ohio - Estados Unidos

HARRISON

— Boa tarde. Eu vim ver o meu pai. 

— O nome dele por favor, senhor?

— Richard Lennox. 

— Um momento...

Suspirei, enquanto batia as unhas da minha mão no balcão. 

— Pronto, senhor. Pode seguir ao quarto 38, no terceiro andar. Já sabe o caminho?

— Já sim, obrigado. 

Ajeitei minha gravata e segui até o elevador, que por sorte havia acabado de chegar no andar térreo do hospital. Entrei e apertei o botão 3. 

Após alguns segundos, saí do elevador e caminhei pelo corredor até o quarto que ficava no final daquele lugar quieto e sombrio. 

Deveria ser a sexta vez que eu o visitava naquele hospital. 

Olhei no meu relógio de pulso. 19:42h.

Cheguei na porta do quarto 38 e a abri. 

Era difícil ver meu pai acamado daquele jeito. 

Sentei na poltrona ao seu lado depois de fechar a porta, deixando a minha mala no chão.

Ele estava dormindo, mas acordou e sorriu ao me ver.

— Oi, meu filho... — disse com a voz rouca. — Não sente aí... Vai amassar todo o seu terno.

— Oi, pai. Como está? Não se preocupe com o meu terno.

— Não estou muito bem... — tossiu. 

— Calma... Tudo vai melhorar. — apoiei minha mão no seu ombro. — Quer uma água?

— Não. — abanou a mão negativamente. — Não precisa. 

— Estou preocupado com o senhor, pai. 

— Não precisa.

— Claro que preciso. Eu pedi tanto pro senhor parar de fumar... Todos esses anos, pai, não vê o quanto isso te fez mal? Não me escutou e agora... Agora está com o pulmão fraco desse jeito e mal consegue respirar.

— Já estou quase no fim da minha vida, meu filho. Agora você, Harrison, tem 27 anos, ainda é jovem... Tem a vida toda pela frente. Hoje em dia é um homem muito mais sério, maduro, confiante de si! Você mudou muito, filho. Mudou pra melhor!

— Nunca se sabe do dia do amanhã. 

— Não diga isso. Vai ter uma vida muito boa pela frente sim. — ele insistiu.

Sorri levemente enquanto fazia um carinho em seu cabelo. 

— Queria te ver melhor logo.