O susto

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Ela levou as mãos em direção à boca, impressionada, e Carlinhos não pode evitar um sorriso em seus lábios.

A cada dragão que ela via, soltava um gritinho de alegria que fazia o estômago dele revirar de excitação.

Nada poderia estragar aquele momento.

Depois de um longo tour pelo lugar e mostrar todos os dragões, eles estavam levemente cansados. Sentaram num banquinho, e começaram a conversar enquanto recuperação suas energias com um bom e velho suco de laranja.

Carlinhos não pode deixar de observar a garota, ou melhor, mulher à sua frente com um sentimento parecido com admiração.

A garota havia ajudado a alimentar os filhotes, mesmo que ele tivesse dito que não precisava ( "Se não for pra trabalhar eu vim pra quê? Observar?" ), e mesmo suada, continuava linda. O casaco que ele havia a emprestado era vários números maiores que ela, mas mesmo assim, encaixava seu visual com perfeição, não escondendo a camiseta verde claro. Os cabelos ruivos da garota estavam amarrados num rabo de cavalo alto, bem firme, como se o cabelo fosse lhe atrapalhar.

Mas o que mais atraía a atenção eram os olhos verde-esmeraldas, que brilhavam toda vez que alguém a elogiava ou quando estava com Teddy, e que ficavam envergonhados toda vez que as sardas eram cobertas com uma coloração avermelhada.

Se a garota percebeu que ele a observava, não demonstrou, e mal sabia ele que ela a observava com a mesma intensidade.

Não era somente a beleza que ela via, claro: o admirava por muitos motivos, mas tinha que admiti que ele era muito bonito.

Ruivo, e de olhos verdes, tinha um olhar divertido e gentil, mas não como o de uma criança, como Teddy, mas sim como de alguém carinhoso e gentil, e isso ele definitivamente era. Mas algo que ele dissera havia chamado a atenção da garota.

Todos achavam ele perfeito: o cara perfeito, de rosto perfeito, corpo perfeito, tudo perfeito. Mas todos eram cegos pela beleza exterior e esqueceram que ele era só um homem que era apaixonado por dragões.

Perfeitamente imperfeito.

Ellen já havia sofrido por corações partidos, e sabia por experiência própria que geralmente a garota corria para os braços do amado chorando.

Não ele indo até ela para lhe consolar.

O solteirão que na verdade nunca encontrou amor verdadeiro e a de coração partido que cansou de esperar por seu príncipe.

Em algum momento dessa história, querido leitor, os olhares de nossos pombinhos se encontraram.

O verde escuro dos olhos dele nos olhos verde-esmeralda dela.

Por alguns segundos, eles não desviaram.

Quando desviaram, os dois coravam como dois pimentões.

Ele, já aceitara sua paixonite na ruiva.

Ela, ainda tentava entender.

Resolveram caminhar pelo lago, Ellen ainda com as bochechas levemente rosadas, e Carlinhos sugeriu que eles dessem um passeio na Noberta.

Com o coração acelerado, ela montou o dragão, se ajeitando atrás de Carlinhos, que guiava. Sentiu o sentimento familiar voltar a correr por suas veias.

O dragão levantou vôo. Ellen se sentia livre com aquele vento batendo em seu rosto, e Carlinhos se sentia em casa mais uma vez. Não se importaria em ficar ali sempre.

Mas agora, mais que nunca, a queria por perto.

Por um triz, tudo ficou escuro.

Por um triz, um acidente teria acontecido.

Por um triz, seria mais um acidente para a família.

Por um triz, Ellen quase caiu do Dragão.

Num movimento repentino que ele nunca imaginara realizar, se viu segurando a garota pela cintura, e puxando ela de volta para o dragão, os dois congelaram, ofegantes.

Demorou um tempo para eles perceberem a situação. Ele segurava ela pela cintura, que por sua vez se segurava no pescoço do rapaz. Os olhos de ambos estavam fixados nos do parceiro e os dois só saíram desse transe quando Noberta aterrissou avisando que o passeio havia acabado.

Desceram do dragão, sem perceber, de mãos dadas, até que se viraram, envergonhados e atordoados pelo que acabara de acontecer.

                           * * *

Comensais da morte cercaram os dois. A boca de Carlinhos sangrava, mas tudo que fazia era gritar tentando se manter em pé.

- Corre, Ellen!!! - Ele gritou, enquanto a mulher desviava de uma luz vermelha que estuporou o comensal atrás dela.

- E deixar você? Nem pensar - Ela respondeu, cuspindo sangue. Um corte em seu pescoço deixava claro que aquela luta era sangrenta.

Presos, se prepararam para atacar, um protegendo as costas do outro. Mas quando um raio verde atingiu o peito de Ellen, Carlinhos sentiu seu mundo parar.

- ELLEN!!! - Correu para a amada, mas essa não mais respirava. Antes de poder revidar, um segundo raio verde atingiu seu peito.

                             * * *

Não me matem, por favor.
Até o próximo capítulo!
Lê.

A GÊMEA POTTERTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang