O passado bate a porta!

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Próxima att ano que vem!
Não revisado, desculpem os erros!




Meu corpo está quente, mas não um calor ruim, senão que confortável. Há fios em meu peitoral e eles fazem cócegas quando se movem. Dedos deslizam em meu abdômen e minha pele arrepia quando lábios depositam um selar acima do bico enrijecido pelo contato.

Minhas sobrancelhas se enrugam denunciando a confusão, e tento puxar o que pode ser essa sensação afim de vencer o sono. É só quando uma voz grossa outrora suave se manifesta em forma de "Bom dia", que minha mente funciona. E então um sorriso ladino cresce em meu rosto, ainda de olhos fechados eu tateio seu corpo até encaixar as mãos em seu rosto. Acaricio suas maçãs perfeitamente esculpidas, sem conseguir me parar de desejar tocá-lo a cada momento.

Noite passada ele havia insistido em passá-la comigo, no começo protestei, mesmo já tendo acontecido duas outras vezes eu não estava acostumado a contatos. Mesmo assim, não existe quem diga não a insistência do Taehyung. Ele tinha razão ao dizer que essa palavra não sairia dos meus lábios, não destinadas a si. O folgado se enrolou em uma bolinha e me obrigou a o agarrar quase a noite inteira, e magicamente ele não teve os famigerados pesadelos.


— Hey! Abre os olhos preguiçinha.



Fecho o semblante e tento virar de costas para si, mas o mesmo sobe em cima de mim e se deita me abraçando firmemente. O que me resta é apoiar ambos os braços em suas costas e talvez... Só talvez eu tenha depositado carinhos.



— Preciso trabalhar daqui a uma hora, e queria me despedir corretamente, um café da manhã e um pouco de mimo matinal.



- Tá achando que sou teu namorado?



— Depende. Se quiser eu quero.


Sorríu, porque sua verdade direta é admirável. Ele não tem medo do que quer, e pega o que precisa.


- Não sou o homem certo pra essa função.


— Uma pena. Eu já podia imaginar um futuro, casamento e crianças correndo pela casa.


- Jeon Jungkook está fugindo para as colinas.




Taehyung gargalha, para logo em seguida se assustar com um barulho forte proveniente da cozinha. Antes que possa reagir ele salta da cama agarrando o primeiro objeto que encontra, sendo este uma estátua maciça que decora minha estante.

Tento chamá-lo mas ele já está fora de alcance, correndo em direção ao perigo. Ofego e me ponho a correr atrás de si, no entanto é tarde, só consigo ouvir a pancada, barulho de um corpo caindo, seguido de silêncio sepulcral. Paro no corredor e apoio um braço na parede, estou com medo do que posso encontrar... Medo de ter perdido o Taehyung... que só agora me dei conta do quão importante se tornou.

Meu coração acelera após a constatação, o pânico se transforma em suor brotando pelos poros em demasia. Um passo de cada vez, lentamente chego a divisão da sala para a cozinha, e é nesse momento que um corpo se choca contra o meu. A cabeleira ruiva e o cheiro familiar tocando meu nariz, e não preciso de muito pra acolher em um aperto quase esmagador, soltando o ar que nem sabia estar prendendo.



- C-consegui s-alvar você, junte suas coisas, você não pode ficar aqui e ser um alvo fácil...  Vamos a delegacia.


E então a compreensão me invade. Taehyung se arriscou por medo do que aconteceria comigo,  do meu passado estar batendo a porta querendo tirar- me a vida... Porque?


- Você se arriscou por mim?....Porque?


Eu sussurro, pois não tenho certeza se minha voz sairia corretamente.



— Porque você é meu pra cuidar, já te disse isso. Mas não importa quanto diga ou demonstre, você tem uma guerra com você mesmo, e é o único que pode vencer isso. Mas nunca vai acabar se ficar sempre estancado no lugar. Você precisa acreditar primeiro que é merecedor das coisas, se nem você se ama ou se dá importância, como outras pessoas farão isso?
E fingir que essa questão não existe só vai me afastar de você. Não preciso ou tenho que te dizer com todas as letras que te quero todo os dias, você tem que saber isso. Enfim, não é assunto para agora, por favor arrume suas malas, sim? Eu preciso sentar, minhas pernas estão trêmulas.



Tento passar por ele e ver a situação, ou o estrago que restou, entretando, ele me segura firme pelos braços. Uma pegada que em outro momento me deixaria extremamente animado. Seus olhos estão firmes, sérios como nunca, denunciando a gravidadee das seguintes palavras.



- Não quero que chegue perto dele, vai que levante e tente te matar? Vá lá pro quarto e faça sua mala agora.



Um pouco rude me afasto do seu toque. Não por quaisquer motivos mesquinhos, é só que a situação toda é estranha. Taehyung pode não saber, mas eu não devo nada a ninguém que custaria minha vida, ou um acerto de contas. E também, uma pequena parte de mim está assustada e com raiva pelo perigo que ele se impôs por minha causa, e é por isso que não posso ser quem ele precisa. Taehyung é bom demais para o meu mundo.


— Sei o que está pensando, não faça isso... Não fuja de novo. Ou melhor, foge sim! Comigo, pra um lugar seguro.


Faço uma pausa e seguro seu olhar determinado, a determinação que vai se esvaindo a medida que consegue me ler. Eu não consigo Tae...



- Vá para casa e não saía até que esteja tudo resolvido. Obrigado por se arriscar por mim, no futuro se certifique de não fazer isso. Eu mesmo ligarei para a polícia.

Ele ainda chama meu nome, com raiva, puto da vida, mas...

Ignoro suas palavras, e entro na cozinha. Há um corpo estirado no piso. Sem sinais de sangue, e só sabemos do que se trata porque a estátua permanece a alguns centímetros da sua cabeça.

Dando uma breve olhada consigo constatar que não deve ter mais do que 1,60 de altura, usa roupas jeans desbotadas porém estilosas, uma bandana amarrada entorno da cabeleira verde, e por fim pálido, espera... pálido?

Me abaixo ao lado do corpo e  arregalo os olhos após confirmar a suspeita.



- Yoongi Hyung?

Em condicional. ( Taekook- Vkook)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن