Peregrino PT 2.

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Esse capítulo será dividido entre a visão de ambos os Taekook.

Obs: ele pode estar bastante sem graça, mas é realmente necessário para o desenrolar de tudo. E antes que se perguntem porque estou narrando a vida de caminhoneiro, vos digo que é pelo fato de que realmente passei quase duas semanas em uma viagem de caminhão, e é perfeito, apesar de cansativo, e eu sempre coloco coisas da minha vida nas fics ksksksksk enfim.

Não revisado, desculpem os erros!



Taehyung pov



Eram quatro da manhã quando o caminhoneiro me acorda, alguém tinha que arriscar a sorte e encontrar uma carona até o posto mais próximo.  
Vejo pelo retrovisor ele fazer sinal até uma alma caridosa encostar, e eu, inútil nessas circunstâncias apenas trituro minhas unhas nos dentes, meu consciente grita que isso não é suficiente para apagar ansiedade, tampouco a fome.

Duas horas se passam até que o mesmo esteja de volta, me pergunto como um senhor nessa idade ainda consegue viver nessa rotina. Olhando assim, me parece ter quase setenta anos, com a força de um jovem, visto que manuseia a ferramenta para descer a cabine. Outrora se fosse eu, estaria com uma bunda quadrada, ou até com ausência da mesma de tanto ficar sentado, míope por olhar estradas demais, e com certeza com os músculos inválidos.

Enquanto ele despeja o óleo, eu abro a câmera do celular e fotografo o nascer do sol. Involuntariamente sorríu gostando do resultado, estou prestes a abrir as redes sociais e publicar, quando lembro com pesar que não mas as tenho, desativei todas quando embarquei nessa viajem sem destino, e provavelmente sem volta. Meus olhos enchem de lágrimas, é tanta dor presa que temo não resistir quando colocar pra fora.

Eu já havia me preparado para este momento, para estar sozinho, mas são só expectativas. Quando a realidade bate você quase nunca sabe o que fazer. E quanto mais essa tristeza me consome, mais a saudade do bandido aumenta, eu não podia contar com ele para segurar minha mão, mas eu não me sentia solitário, eu tinha alguém pra cuidar e abstrair. E também...Eu realmente gostava dele.



— Sobe aí Tété, que temos mais duas horas de viajem até encontrar um lugar decente pra encher o bucho.


Assinto e me posiciono na cama logo atrás do motorista. É mais confortável e eu posso dormir toda vez que sentimentos ruins ameaçarem me consumir. Perdi as contas de quantas vezes lhe disse meu nome, mas ele entendeu Teté, e Teté ficou.



- Faz tempo que o senhor é caminhoneiro?


— Por quase uma vida.


- E...Como decidiu entrar nessa?


— Meu filho e minha esposa faleceram, era um parto difícil e ela não resistiu. Pensei que não aguentaria por muito tempo, então meti o pé na estrada. Quando se é tão vazio quando ela, você acaba adotando sem mais problemas.


- Eu sinto muito.



— Nhá tá tudo bem, já não dói como antes, pra ser sincero, as vezes mal consigo lembrar do rosto do meu bem. Em certo ponto da vida Teté, você vai precisar escolher entre viver e deixar tudo para trás, ou lembrar repetidamente e apenas sobreviver.



- Apenas sobreviver... Já não estou fazendo isso há muito tempo?...



Sussurro porque não quero uma resposta, são só questionamentos internos. Pensando nas palavras eu nem percebo quando volto a dormir, acordando apenas com o tranco do caminhão indicando que está estacionando. Jefrey sai a procura de um lugar para comer, enquanto que eu busco as chaves do banheiro para banho do posto. Felizmente este está limpinho e me permito passar bons minutos debaixo da água fria.

Em condicional. ( Taekook- Vkook)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu