Sangria [ 2jae ]

bloody mary

Bloody Mary: Bloody Mary (em inglês "Maria, a sanguinária", em referência à rainha Maria I de Inglaterra) é um coquetel feito com vodca, suco de tomate, suco de limão, molho inglês, tabasco e pimenta.

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Vestiu o seu casaco e pegou o lixo. As luvas estavam em seus bolsos, prontas para serem vestidas assim que terminasse o seu trabalho. Assim que cruzou a porta, não vira a sombra de Jaebeom onde ele normalmente ficava, mas sabia que ele às vezes gostava de lhe pregar peças, ou assim ele esperava. Já estava pondo o saco dentro da lata quando sentiu uma textura diferente em suas mãos.

— AH!

O grito de dor veio antes de entender o que se passou. Na escuridão ele não pôde enxergar direito o que fora, mas pudera presumir logo assim que a sua mente clareou. Os cacos de vidro rasgaram o saco de lixo juntamente com a pele da mão de Youngjae, deixando um rastro de sangue molhado num corte longo alçando de seu dedo do meio até o seu pulso, fazendo o líquido pingar de forma dramática pelo chão.

— Merda! Ninguém embalou essa droga direito? - falou sozinho, deixando escapar uma série de xingamentos pois o ferimento repentino realmente doía.

Youngjae segurou a mão com a outra livre, sentindo a dor irradiar enquanto as gotas pingavam no chão e em suas calças. Doía e sangrava bastante, apesar dele saber que não devia ser mais do que um corte superficial, mas ainda assim ele resmungava de dor, soltando gritinhos baixos e ameaçando começar a chorar a qualquer momento. Mas ele respirou fundo, tentando se acalmar. Não vai agir como uma criancinha agora, Youngjae, disse para si mesmo.

Sob a escuridão do beco não conseguia medir direito a dimensão de seu machucado, mas havia sido justamente a sua mão direita, a sua mão dominante. Estava latejando, esperava que fosse somente um corte que sarasse logo. Mas o que deveria fazer? Voltar para o bar e procurar um kit de primeiro socorros? Correr para o ponto de ônibus e voltar para casa, segurando o sangramento até chegar lá? Talvez Jinyoung, seu colega de quarto, pudesse ajudá-lo. Estava tão confuso não que deveria fazer, tão angustiado... o sangue escorria e estava ardendo...

Decidiu por ir embora, apertou o ferimento para que parasse de escorrer sangue e por sorte teria tempo de passar numa loja de conveniências 24h antes de seu ônibus chegar e...

Sentiu um empurrão contra a parede, e algo apertando-se contra o seu pescoço restringindo a sua respiração, tão repentino quanto uma onda num mar aparentemente manso. Clamou por oxigênio antes de entender o que se passava, novamente se viu de frente ao homem que havia expulsado do bar a alguns minutos antes, o mesmo de alta estatura e olhos mortos, era ele que o segurava firme, olhando para si com as pupilas completamente vermelhas e o sorriso assustador que mal parecia humano.

— Ora, ora, então você resolveu me servir algo mais fresco do que aquela porcaria fria, não é? Eu estava mesmo com sede. - era a mesma voz que lhe falava antes, mas o tom dela era diferente agora, como se fosse gravado por um rádio e distorcida de forma que soasse artificial e não natural.

— O que...? - Youngjae o questionou, sem entender - O que quer dizer? - tentou segurar o pulso dele com a sua mão que não estava machucada.

— Eu já estava indo embora, procurando algum lugar para me alimentar de verdade quando você tão educadamente se ofereceu! Logo senti o seu cheiro, tão fresco... - o homem apertou o seu pescoço de forma ainda mais forte, começando a deixar a sua cabeça tonta, podia perceber que a sua visão estava começando a se apagar. Youngjae, no desespero, tentou puxar a mão dele desta vez com a mão ensanguentada, manchando de vermelho a mão pálida do homem, inutilmente pois os seus movimentos eram tão fracos quanto um filhote num animal selvagem.