EPÍLOGO: sangria

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Sangria: (do espanhol sangría), é uma bebida ou coquetel feita com base numa mistura de vinho tinto ou vinho branco, sumo (ou suco) de fruta, pedaços de frutos e açúcar. Pode levar outras bebidas como aguardente (cachaça, no Brasil). Deve ser bebida bem fresca, recorrendo, se necessário, a gelo. Tradicionalmente, é uma bebida associada à Espanha, onde está presente desde pelo menos o início do século XIX.



Youngjae tenta respirar desesperadamente. Precisava de ar, de AR! Ele desperta do estado em que estava, deitado e de olhos fechados, aparentemente estava desacordado. Sentia o seu corpo ondulando, como se estivesse numa piscina, embora não estivesse, e o seus pulmões ainda cheios d'água, precisando de oxigênio. Hiperventilava, tentando obrigar o ar a entrar e expulsar o gás carbônico de dentro de si, completamente em pânico. Isso estava estava certo? Por mais que respirasse pesado, não parecia nada de errado em seu corpo. Ainda sentia aquela sensação esquisita em todo o seu corpo. Até mesmo tocou com as mãos o seu corpo para ter certeza que não estava molhado. Estava seco. E frio.

Tentou se acalmar. Ele não estava molhado, e nem se afogando. Então... o que fora aquilo? A batida... o carro com Jackson. Fora tudo um pesadelo? Tinha certeza que tudo era muito real, lembrava-se da dor do impacto, da queda livre, dos seus ossos congelando, da sensação de afogamento... Era real demais para ser um simples sonho lúcido.

Por que?

Tentou olhar para os lados, analisar onde estava. O quarto estava à meia luz, as cortinas eram pesadas, completamente fechadas, com decoração antiga de madeira rústica estilo Luís XV porém de bom gosto e carpete fofo. Na cama king size além de Youngjae também habitava uma gata de olhos profundamente azuis, com uma coleira que ele conhecia bem, lhe observando atentamente enquanto o seu rabo serpentava alegremente ao seu lado. Era bem óbvio o ambiente onde Youngjae estava.

Ele tentou se levantar. Observou que trajava um robe de seda vinho, o tecido era tão fino que fazia cócegas em seu corpo, porém era boa a sensação. Reparou que embora ele estivesse com dificuldades para respirar a poucos minutos atrás o seu equilíbrio estava bom, a sua visão estava boa, aliás, parecia que não enxergava tão bem a séculos. Tudo parecia mais estável... mais amplo... talvez mais nítido e diferente.

Estranho.

Quando começou a andar, os seus passos pareciam mais leves, como se não precisasse fazer muito esforço, mas a sua postura parecia normal, e ele se sentia bem, muito bem aliás. Era como flutuar, andar sobre plumas, os seus pés descalços sentiam cócegas.

Muito estranho.

Seguiu pelo corredor conhecido, sabia bem onde estava, embora não soubesse como havia parado ali. Parecia um grande branco em sua memória, uma sensação absurdamente estranha. Desceu as escadas como se dançasse um balé, de tão leve que estava se sentindo, até achando engraçado a sensação ao chegar no corredor, onde ouviu um som. Um pequeno som familiar, como um sino. Um pequeno latido que o fez sorrir quando a criaturinha chegou correndo, dobrando a esquina do corredor, branquinha contra o tapete de tapeçaria marrom.

Era Coco sua cadelinha, que veio correndo em sua direção começando a latir e pular. Ele se inclinou para acariciar o seu pelo, lhe provocando pequenas sensações de cócegas contra a sua pele, ela sempre fora tão macia e tão branquinha? Aliás, o que era fazia na casa de Jaebeom?

Youngjae a pegou no colo, procurando pelo dono da casa. Apesar de seus pés estarem descalços ele não sentia frio, sempre achou a casa de Jaebeom fria. Ele conseguia ouvir ruídos, ruídos que sabia não ser a voz de Jaebeom, era o som da TV ligada na sala, o que chamou a sua atenção e o fez se aproximar, ainda com Coco em seu colo, a sua atenção se prendeu no noticiário pois uma palavra chamou a sua atenção.

Sangria [ 2jae ]Where stories live. Discover now