gin n tonic

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Gim tônica: é uma bebida alcoólica que surgiu com a necessidade dos soldados ingleses consumirem quinino para evitar a malária. Como o tônico com quinino era muito amargo, os soldados adicionavam gim para torná-lo mais palatável. Atualmente é bastante difundido no mundo, especialmente no Reino Unido e consiste na mistura de gim, agua tônica de quinino gaseificada (uma espécie de refrigerante) e lima, em variadas proporções.



Pela primeira vez Youngjae reparou que a casa de Jaebeom tinha cheiro de rosas.

Ele se aproximou para admirá-las sob a luz das lamparinas que iluminavam fracamente a varanda de sua casa. Elas se enrolavam no arco de ferro como se sempre estivessem lá, nascidas ali. Eram vermelhas como carne e aveludadas como a pele de um recém nascido, mal parecendo real. O tom vermelho era tão chamativo que parecido fluorescer no meio da noite. Youngjae estendeu a mão para apanhar uma, mas Jaebeom delicadamente pousou a mão sobre a sua, abaixando para afastá-lo.

— Tem espinhos, vai se machucar. - ele disse com um tom cauteloso, porém gentil, antes de se afastar para apanhar uma tesoura em uma mesinha ferro moldado que Youngjae não havia reparo ali até então, para retornar e começar a escolher uma para cortar.

— Você mesmo cuida delas? - Youngjae perguntou, curioso - Mas como pode? Se não pode sair ao sol?

— Contratei um jardineiro, digo a ele que sou muito atarefado e só apareço à noite. - Jaebeom retira uma da roseira, começando a limpar os seus espinhos com uma faca.

— Por que fez questão de ter rosas em casa? - perguntou novamente, a curiosidade explodindo. Sentia que agora podia levantar qualquer questão ao moreno, pois ele estava visivelmente mais aberto à respostas, e o clima também favorecia bastante.

O outro deu de ombros, relaxado.

— Me lembra a roseira de minha mãe, uma que ela tinha na fazenda. O meu patrão gostava de admirá-las nos seus passeios noturnos, e eu gostava de me deitar nos dias de vento para sentir o seu perfume. Voltar a esse país me lembrou disso.

Jaebeom estendeu a rosa em sua direção, lhe presenteando por fim, deixando o garoto vermelho e lisonjeado, que cheirou a flor todo bobo, recebendo outro sorriso bobo do vampiro, que acariciou os seus cabelos castanhos e murmurou "Vem", o guiando até a entrada da casa.

Lembrou-se que a casa de Jaebeom tinha um clima acolhedor, apesar de ficar tanto tempo fechada. Era moderna apesar dos móveis antigos, havia alguns quadros e fotografias na parede que eram contemporâneos demais para alguém da idade que ele tinha. Perguntou sobre alguns deles enquanto Jaebeom lhe oferecia um drink e ele lhe falou sobre os seus artistas, alguns nem era tão recentes, viventes da década de 70 ou 80, e alguns que ainda nem haviam estourado na cena artística de Seul, mas Jaebeom os apreciava. Contou que ele trabalhou com o mercado de arte no Japão e na Europa por algum tempo. Youngjae absorveu tudo, completamente extasiado, que até esqueceu-se de Nora, a gata, que pulou em seu colo quando estava sentado no sofá.

— Me parece a oportunidade perfeita, hum? - Jaebeom lhe sorriu, e entregou novamente a caixinha do presente com a coleirinha que faltava para ela - Ela parece gostar de você.

Youngjae fez um carinho atrás de suas orelhinhas, que miou e depois ronronou, e ele riu, satisfeito. Sabia que gatos eram animais extremamente desconfiados e que não iam com qualquer um, por isso ficou feliz que Nora tenha simpatizado consigo. Retirou a coleirinha de Jaebeom e pôs a sua de presente. Ela miou novamente, pulando no chão, e se espreguiçou, parecendo desfilar na frente deles. Jaebeom começou a rir, fazendo o menor não entender muito a sua reação.

Sangria [ 2jae ]Where stories live. Discover now