Capítulo 22

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XXII

Mairon teve uma reunião com os Nazgûl e os enviou em busca do Condado e de um Pequeno chamado "Bolseiro". Eles foram. Melkor estranhou toda aquela confiança em edain naquele assunto do Anel, mas o maia o tranquilizou.

- Eles são minhas marionetes. Não têm mais vontade própria por causa dos anéis. Eles jamais seriam capazes de exercer a própria vontade.

- Veja lá. Nunca pensei em edain como totalmente confiáveis.

- E não são mesmo. Mas a magia que eu pus nesses... os transformou em algo muito menos do que edain faz tempo.

O sorriso sinistro de Mairon mostrou a Melkor que o maia sabia do que estava falando. Então deixou tudo nas mãos dele naquele aspecto, bom estrategista que era.

Decidiu portanto mudar de assunto.

- Mairon, a Mairen não crescerá nunca?

- Ah... ela foi feita de material inorgânico, portanto não cresce naturalmente. Mas creio que já é hora de fazê-la ficar moça!

- Precisa mesmo?

- Quer ter uma filha criança pro resto da vida?

- Não seria má ideia...

- Melkor! Moriel cresceu, por que não ela?

- É diferente... ela é uma menininha.

- Não há problema em crescer, Melkor. Há problema com pais ciumentos, isso sim!

- Ora... tudo bem! Mas deixe-me aproveitar somente mais uma semana, uma última, com minha filha criança.

- Está bem. Depois...

- Sim, depois pode fazê-la ficar moça.

E assim foi. Melkor brincou muito com ela naquele período, finalmente percebendo que estava na hora de aceitá-la moça. E foi com dor no coração que viu quando Mairon finalmente lhe aplicou a magia que a faria ficar maior enfim.

Em pouco tempo ela ficou como uma adolescente de cerca de dezesseis anos. E portanto aquilo de Gollum como mascote perdeu a graça. Nada sobrou a Mairon a não ser liberá-lo para o mundo de fora - claro, com a promessa de que não contaria nada do que ocorrera até ali.

- Se contar, não te ajudo a achar o Precioso. E mais: o mato sem dó!

O ser, mais por medo do que por desejo de ter a seu "precioso" de volta, assentiu. E foi liberado - para fazer negócios com Laracna (um dos "bichinhos" de Mairon, aquela sendo em especial a "sua gata", perto da qual Melkor não gostava nem de chegar perto, cria de Ungoliant que era), chafurdar nos Pântanos Mortos, enfim, o que quisesse - desde que não traísse a seu segredo.

E foi passando ali por perto que fora enfim capturado por Aragorn, o qual, sem Mairon saber, era o herdeiro dos reis de Gondor... mas isso sequer passava pela mente do maia ainda. Foi aí e dessa forma que seus inimigos começaram a saber algumas coisas sobre seu Anel com mais precisão, pois ele já era assunto de outrem sem ser Curumo - e mais uma vez de nada o maia sabia ainda.

Em breve os Nazgûl voltaram com notícias sobre o Condado. O encontraram e o invadiam - de maneira discreta, não declarando guerra, que isso segundo Mairon não era necessário, e de resto o maia nunca gostara muito de barulho ou confusão desnecessária - porém "Bolseiro" não mais se encontrava lá.

- Fugiu? - se perguntava ele.

Moriel lhe respondeu:

- Meu pai, eles são mortais. Pode ser que esse tal de "Bolseiro" tenha morrido de lá para cá.

O filho da escuridãoWhere stories live. Discover now