Quatorze

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SINA

Eu sou a pessoa mais burra que existe nesse mundo.

Aquela merda de filme tinha que ter uma cena que me recordasse meu momento com Jacob? Sério? Eu não consigo controlar meus hormônios e lembrar daquele dia foi terrivelmente excitante. Agora eu admito que fazer o que eu fiz, foi idiotice. Não sobre ter me masturbado, e sim ter deixado a porta aberta. Entretanto, eu havia pensado que essa noite seria mais uma em que ele não voltaria para cá e eu continuaria sozinha. Nesse exato segundo, eu não consigo parar de sentir vergonha, o que não faz sentindo algum, já que quase transamos. Só que ele ter me pegado em flagrante, ainda mais dizendo o seu nome, é constragedor demais. Seu ego deve ter inflado com isso, creio eu.

Idiota!

É impressionante o quão babaca ele é, que tem a cara de pau de vir me perturbar através de mensagens. O que não ajudou em nada, eu continuo excitada e com vontade de saciar essa maldita vontade. Nunca foi tão difícil responder alguém e me controlar para não correr para seu quarto. Batidas na porta me tiraram de meus devaneios e o xinguei mentalmente, sabendo que ele estaria ali, detrás da madeira, esperando eu ceder e fazer o que ele quer.

Bloquear alguém que mora com você é a mesma coisa que tomar um remédio e depois ingerir bebida alcoólica; não faz efeito nenhum.

Bem que poderia ter alguém para me prender nessa cama e não me deixar caminhar até ele, como eu estou fazendo agora. Quando abri a porta, vi seus olhos descerem por meu corpo e ele dar um sorrisinho torto, cruel demais para minha sanidade. Engoli seco e fiquei parada, sem desviar de seu rosto.

— O que você quer? — perguntei em um fio de voz.

— Hum, quero muitas coisas, mas no momento, você. — isso não deveria molhar mais a minha calcinha. Esse homem é um cretino.

— Acho melhor você voltar para seu quarto. — fechei os olhos e abaixei a cabeça, para conseguir abri-los sem ver em minha frente seu rosto perfeito e sua boca tão atrativa.

— Sina, eu sei que você também quer. Eu sinto isso. — suas mãos vieram até a minha cintura e meu corpo amoleceu ao ter seu toque.

— Não. Isso não vai dar certo. — digo e nem ao menos tento impedir de que ele me afaste para dentro do quarto e feche a porta.

— Já disse que não precisamos transar, se você não quiser, é claro. — nossos olhos se cruzaram e eu juntei as sobrancelhas. — Podemos fazer o que você já estava fazendo antes de eu ter chegado aqui e atrapalhado.

— Você está sugerindo que devemos nos masturbar na frente um do outro? — gargalho e nego com a cabeça assim que vejo ele assentir.

— Qual é o problema? — ele pergunta sério e eu tiro suas mãos de mim, me afastando dele, indo em direção a minha cama.

— Não quero fazer nada com você. — me sento e ele caminha até a poltrona que fica no canto do quarto, se sentando.

— Então, só me resta ter que voltar ao meu quarto e me masturbar pensando em você, o que será frustrante, já que tenho você aqui comigo e podemos fazer algo juntos sem nem ter que tocar um no outro. — ele sugere outra vez e eu respiro fundo. — É tão fácil, Si. Prometo que você vai gostar. — continuei calada, sem concordar, mas também não discordando.

É uma droga não conseguir abrir a boca para expulsá-lo daqui com autoridade e determinação. Infelizmente, eu quero ele aqui comigo, eu quero tantas coisas com ele e isso não é certo. De jeito nenhum. Acompanho com os olhos, Urrea lamber os lábios e eu vacilo em deixar um suspiro sair, fazendo com que ele note mais ainda que eu quero muito ceder a seu pedido. Me afastar dele foi uma fuga desnecessária, sei que estou prestes a me entregar a sua proposta.

Mistake | NoartWhere stories live. Discover now