Vinte e Seis

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SINA

Não custou quase nada para chegar no dia do jogo, que eu havia aceitado ir assistir. Chris estava muito ansioso nas últimas mensagens que tinha enviado e logo imaginei que hoje seria importante para ele. Jacob mesmo com a cara fechada e com o pensamento voltado para "é desnecessário vir vê-los jogar", me acompanhou. No fundo eu sabia que ele só não queria que eu tivesse algum tempo sozinha com meu amigo depois do jogo. E isso me irritava um pouco, ele não pode se meter no que eu faço ou deixo de fazer quando estou com ou sem ele.

Diversas placas de luzes acesas apontando para o campo enquanto os jogadores entravam foi uma cena bastante sexy. Era surreal como todos conseguiam ser bonitos e charmosos. Acho que deve ser uma das regras para entrar, ser atraente. Encontrei Chris de longe por causa do seu número doze gigantesco nas costas estampado na camisa azul escuro e branca. Sendo fã de esporte ou não, é impossível não ficar nervosa e empolgada ao assistir um jogo. O clima fica totalmente tenso. A cabeça do moreno virou e começou a passear pelas arquibancadas, de alguma forma ele me achou e sorriu, colocando seu capacete em seguida. Retribui o sorriso mesmo que ele não visse e senti Urrea se mexer ao meu lado e cruzar os braços na frente do peito.

Rolei os olhos e o encarei. — O que foi?

— Nada, Sina. — decidi ignorar seu tom azedo e seu possível ciúme.

A minha atenção estava toda nos caras correndo, na adrenalina que oscilava dos jogadores para os expectadores. Ardualmente, Santa Monica conseguiu empatar o jogo e infelizmente só faltava alguns minutos para acabar, o que exigiria um grande esforço deles para tentar mudar o placar apertado. O êxtase atravessava meu corpo e de repente me desconcentrei de tudo ao ter uma mão grande circulando meu joelho. Encarar aquilo como um ato inocente, teria que vir de outra pessoa, mas estou falando de Urrea. Fitei-o mandando uma mensagem para que ele parasse o que quer que estivesse tentando fazer, só que isso aumentou o sorriso descarado em seu rosto. Sua proximidade me fez virar no mesmo tempo e sua boca encontrou meu ouvido.

— Acho que você está muito tensa. — todo barulho sumiu, eu observava o jogo, mas já não entendia mais o que faziam ali sobre a grama verde.

Os dedos dele começou a traçar um caminho perigoso e eu agradeci ter vindo de calça para cá.

— Pare com isso. — ordenei sem ousar olhá-lo, mas senti ele sorrir outra vez. — Estamos em público, Jacob. — girei a cabeça ao meu redor, procurando alguma pessoa que pudesse ter notado o que ele tentava fazer, entretanto, por sorte, todos só se preocupavam com o jogo.

Os dentes perfeitos de Noah morderam devagar meu lóbulo e eu estremeci, me afastando mais para o lado. Alguém atrás de nós uma hora ia perceber essa merda. Minha calcinha já tinha ficado bastante úmida depois disso e eu torcia para achar um modo de cessar aquele pulsar abaixo do umbigo. Me sobressaltei quando os gritos vieram com tudo, de todos os lados. Olhei com pressa para a pontuação, depois para o campo e notei que houve uma conversão de dois pontos para o time adversário, o que significava que Santa Mônica tinha perdido.

Me levantei depressa e Jacob me acompanhou, descendo logo atrás de mim e acabei esbarrando em algumas pessoas que também tentavam ir embora no meio de todo o mar de gente. Aquela palma conhecida por mim, agarrou meu pulso e ele se inclinou para sussurrar.

— Você não vai conseguir fugir de mim. — o olhei por sobre o ombro e coloquei minha melhor cara cínica que consegui.

Não respondi nada, apenas continuei seguindo o caminho e quando já estava lá embaixo, me esbarrei com alguns jogadores e perto de nós, estava Chris. Involuntariamente encarei o rosto sério de Noah ao perceber meu amigo andar até mim e antes que ele tentasse me puxar, outros caras o agarraram pelo pescoço, iniciando uma conversa. Até que Jacob conhecer várias pessoas acabou ajudando em algo, por mais que eu soubesse que ele só falava com eles por educação e deveria estar detestando permanecer ali ao redor deles. Apenas aqueles que conheci e sua banda, eram os que ele considerava mesmo e podia chamar de amigos. Abri um sorriso para o garoto que chegou e me levou para seus braços. Gemi com um pouco enojada por seu suor ter pregado nossos corpos. Ele riu e me soltou na mesma hora, levantando os ombros como se não tivesse culpa por isso.

Mistake | NoartWhere stories live. Discover now