Capítulo 20

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— Mandy? Querida? — Ouvi a voz do meu pai do lado de fora do meu quarto, o que me fez acordar

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Mandy? Querida? — Ouvi a voz do meu pai do lado de fora do meu quarto, o que me fez acordar. Me levantei e antes de ir até a porta, fui pro banheiro e olhei minha situação. Meus olhos estavam vermelhos e minha cara estava inchada. Parecia o próprio reflexo da derrota. Lavei o rosto e fui abrir a porta. — Seu rosto parece um balão vermelho.

Soltei um risinho nasal.

— Oi, pai. — Dei espaço pra ele entrar.

— O quê aconteceu? Você chegou em casa desesperada.

Suspirei, me sentando na cama, logo ele se sentou do meu lado.

—Não foi nada, pai... Tá tudo bem.

— Eu não acredito nisso. A conversa com o Zac foi tão ruim assim?

Olhei pra ele e não pude resistir, senti meus olhos se encherem de água.

— Não se preocupe.

— Ele te machucou, não foi? Pode falar, se ele foi um babaca com você eu vou lá resolver...

— Não, não. — Interrompi. — Não precisa. Ele não foi babaca nem nada disso. Eu estou assim... pelo fato de não ser recíproco. É só isso.

Ele me abraçou de lado.

— Está tudo bem, querida. Essa é a sua primeira vez, é normal.

Mas não estava tudo bem. Eu não podia contar pro meu pai a verdade sobre o Zac, seria insano.

Meu coração doía tanto que a dor já estava ficando física. Era muita coisa pra minha cabeça, talvez eu não tivesse estrutura pra aguentar tudo.

•~•~•~•~•

Eu estava sentada no batente da minha janela, observando a noite, prestando atenção no silêncio e escutando ao fundo os barulhos que o quebravam, folhas de árvores, galhos balançando, grilos...
De vez em quando passava algum vagalume, dando brilho à noite escura.

Me sentia tão desolada, triste, perdida... Tudo o que fiquei sabendo naquele dia me deixou totalmente abalada, era um trauma que eu não sabia se iria superar algum dia.

De repente, ouvi um barulho vindo por entre as árvores. Inclinei meu corpo para frente, para ver o que estava tão desinquieto ali, mas não consegui ver. A movimentação parou e eu continuei a olhar para fora, suspirando ao relembrar como foi ver Zac daquela forma, tão grande, selvagem, perigoso... surreal. Aquilo não era biologicamente possível, eu sempre fui uma pessoa pé no chão, portanto aquelas histórias nunca fizeram efeito em mim.

Até agora.

As folhas das árvores começaram a balançar e o barulho ecoou novamente, dessa vez, mais próximo. Me inclinei de novo e dessa vez, vi dois olhos brilhantes me espreitando por entre a folhagem. Meu coração imediatamente começou a bater mais forte.

Coração De GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora