1. Parabéns! Você não vai morrer sozinho.

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eeepa eaí boiolinhas, tudo bem?

espero que gostem dessa fanfic,,,

já ouviram falar do akai ito?

•°o°•

Observo a rua pela janela do ônibus e tento controlar a ansiedade que toma conta do meu corpo, mas é quase impossível. Não posso controlar minha perna esquerda, que não para de balançar, nem o frio na minha barriga.

Aperto minha mochila contra o peito e aumento um pouco mais a música em meus fones de ouvido. Meus olhos alternam entre a janela, as pessoas no ônibus e o fio amarrado delicadamente ao meu dedo mindinho.

Minha vida sempre girou praticamente em torno de uma só coisa: almas gêmeas. Não que eu tenha escolhido isso, é só algo que me foi imposto desde o nascimento. Sempre fui capaz de enxergar o akai ito, o tal fio vermelho do destino. É uma longa e chata história.

Eu via pessoas interligadas pelo fio em todo lugar que ia, eram poucas as que não tinham alguém a quem estavam destinadas. Ironicamente, eu era uma dessas.

Bem, pelo menos até hoje.

Quando acordei esta manhã, pensei que seria só mais um dia normal e entediante, mas quando olhei pra minha mão direita, eu vi o fio amarrado num nó super bem feito, emanando um calor agradável, uma sensação confortável, e a certeza de que minha vida não seria mais como antes.

Fiquei um bom tempo encarando aquilo igual um bobo, e só voltei para a realidade quando minha mãe entrou no meu quarto mandando eu me arrumar logo para a escola.

E então, aqui estou eu no ônibus escolar prestes a surtar de ansiedade. Tenho quase certeza que a minha alma gêmea estuda na mesma escola que eu, já que praticamente só tenho contato com as pessoas de lá, e, segundo alguns sites da internet, seu fio só se manifesta quando você encontra a pessoa destinada. Ou seja, eu já vi essa pessoa. Talvez tenha esbarrado com ela nos corredores, ou apenas olhado pra ela em algum momento, mas eu já a vi.

Tudo isso tá me sufocando de uma forma inimaginável. Veja bem, toda a minha vida eu pensei que ia morrer sozinho num apartamento apertado cercado de potes de sorvete e gatos, e eu já estava muito bem com isso. Agora, estou sendo forçado a sair da minha zona de conforto.

Não é todo mundo que tem esse tal "dom" de enxergar os fios, eu só sei de umas dez pessoas que conheci na internet, e a maioria delas nem mora no Japão.

Ainda estou perdido em devaneios e na minha própria imaginação – como a pessoa é, se é um garoto ou uma garota, como é sua personalidade – quando o ônibus chega na escola, e o movimento dos outros alunos se levantando para descer me desperta, e eu desço também.

Encontro Uraraka, que está em pé perto do portão de entrada, me esperando.

– Ora ora, Izuku Midoriya chegando atrasado – ela diz em um tom sarcástico, enquanto sorri e roda o pirulito na boca. – Será que vai chover?

– Você ainda vai morrer de diabetes de tanto doce que você come. – ignoro seu comentário. – São sete da manhã, tira isso da boca. E eu não tô atrasado, faltam uns cinco minutos pra aula começar.

– Calado, eu faço o que eu quiser – ela me deu a língua. Todos os dias eu me pergunto qual a idade mental dela, aposto em uns cinco anos.

– Quantos anos você tem? Meu Deus, parece uma criança.

Nós caminhamos pra dentro da escola; não tem muita gente nos corredores, já que a maioria dos alunos já estão dentro das salas de aula. Paro no corredor principal, o dos armários, para pegar um livro dentro do meu, e Uraraka começa a reclamar do meu lado.

Maldito Meio a Meio • TodoDekuWhere stories live. Discover now