10. Cara, eu sou muito boiola.

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boa noite galerinha boiolinha
novamente, atualizando de madrugada

(esse capítulo não tá muito bem revisado)

•°O°•

Com tudo o que aconteceu eu descobri duas coisas. A primeira: beijar é muito bom (mesmo que tenha sido apenas um selar rápido de lábios). E a segunda: Todoroki é tão tímido quanto eu sobre esses assuntos, pois durante todo o caminho para a saída do shopping ele ficou todo corado, nem parecia o mesmo que tinha me provocado daquele jeito.

Ele também se mostrou muito prestativo, querendo me acompanhar até a minha casa com a justificativa de que "já estava muito tarde". Foi difícil convencê-lo que não era necessário, pois minha casa ficava meio longe e eu não queria ser um incômodo pra ele.

Comparar o Todoroki que eu conheço agora com o que eu havia idealizado na minha cabeça antes de conhecê-lo de verdade é engraçado. Ele não é um mimadinho, nem ignorante – só foi um pouco no começo.

Claro que quando eu cheguei em casa a primeira coisa que fiz foi iniciar uma ligação com Uraraka para contar todos os detalhes do encontro, e apesar de ela ter me zoado bastante por ter assistido filme de terror de novo (e, nas palavras dela, "passado vergonha na frente do crush), eu sabia que ela estava feliz por mim.

É, esse negócio de almas gêmeas não é tão ruim.

•°o°•

Na segunda-feira eu acordei ainda mais ansioso para ir para a escola, o que é raro. Mas eu sabia bem o motivo disso – eu queria ver Todoroki. Sim, eu sei, muito gay.

Eu estava muito mais animado e motivado do que o normal, o que não passou despercebido pelos meus amigos quando eu cheguei na sala de aula. Procurei Todoroki com os olhos, mas ele aparentemente não havia chegado ainda. Fui quase obrigado a narrar tudo que eu e Todoroki fizemos no sábado – bando de gente curiosa, em? – mas não contei todos os acontecimentos – principalmente o tal do beijo.

O meu coração quase morreu quando ele entrou pela porta da sala, ofegante, minutos antes do professor de química entrar. Ele me olhou e sorriu tímido antes de ir até seu lugar, sorriso esse que eu retribuí com o mesmo nível de timidez.

Vez ou outra, durante as aulas antes do intervalo, nossos olhares acabavam se cruzando por acidente, o que me deixava todo envergonhado, e acho que ele também.

Quando o horário do intervalo chegou, eu fui para meu lugar de sempre. Dessa vez, não estava vazio. Todoroki estava ali, sentado em um banco de pedra aleatório, mexendo em seu celular.

– Todoroki? – o chamei, surpreso, e ele me olha.

– Oi, Midoriya, sua amiga Uraraka me disse que você sempre fica por aqui, então…

Uraraka?

– A-ah, claro, claro – sorrio e me sento ao seu lado, sem saber muito bem o que fazer. – Você quer falar algo comigo?

– Não, na verdade… – ele pensa um pouco. – Acho que só queria companhia de alguém. Yaomomo não está agindo da mesma forma comigo, é estranho. Preferi ficar aqui… com você. Só passar o tempo.

– Oh, entendo – digo. – Sinto muito por isso.

Ficamos um tempo sem dizer nada, até que ele me oferece um pouco do seu bentō*, com a justificativa de que sua irmã acabou fazendo comida demais. Apesar de não ter costume de comer àquela hora da manhã, aceitei.

– Ok, então abre a boca – ele diz de repente, pegando um punhado de arroz com os hashis.

– É o quê? – questionei, confuso.

– Pra eu te dar comida. – diz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Na boca.

– Não precisa… – ele aproxima os hashis da minha boca, ignorando meus protestos. Meu rosto esquenta em níveis quase impossíveis, e eu fico igual um tomate de tão vermelho. – Tá…

Devo dizer, a comida dos Todoroki é realmente muito boa. Apesar de ter sido um momento vergonhoso.

Ele sorri. Não sei se estou com muita cara de idiota ou se ele só está feliz mesmo. Então, de qualquer forma, eu sorrio também.

– Hm, Todoroki – chamo sua atenção. – Então, eu acabei não dizendo isso sábado, porque né, eu tava muito nervoso por causa do… por causa do que aconteceu na livraria – eu coro, então desvio o olhar para o chão. – Eu acabei esquecendo de dizer uma coisa…

Olho pra ele e nossos olhares se cruzam. Sinto um pequeno arrepio.

– O quê? – ele pergunta, me encarando tão intensamente quanto no momento em que me beijou.

– Eu também gosto de você. – disparo, rapidamente e todo corado. E então comecei a tagarelar. – É meio recente, devo admitir. Eu também não esperava me apaixonar assim tão do nada, mas aconteceu, né, não posso fazer nada… Não que seja algo ruim, claro, você é uma pessoa muito legal, apesar de eu ter te achado um babaca no começo…

– Você me achava um babaca? – ele franze as sobrancelhas.

– De tudo que eu falei você só gravou isso? – finjo estar ofendido, cruzando os braços.

Ele sorri, o sorriso mais aberto que eu já tinha visto em sua face. E verdadeiro também.

– Fico muito feliz em saber, Midoriya.

– Pois é…

– Mas por quê um babaca?

– Sério isso? Você foi todo ignorante comigo na primeira aula de física! "Ai, como você não repetiu de ano, seu irresponsável?" – faço uma imitação forçada de sua voz e de sua expressão séria, que acaba ficando bem idiota.

– Ah, verdade – ele ri. – Me perdoe por isso, de verdade. Eu estava com uns problemas em casa, então quando o professor me pediu pra te ajudar, eu fiquei ainda mais estressado.

– Ah, imagino. Foi mal.

– Mas você tem sido irresponsável sim – ele sorri de lado. – Cabulando aulas e dormindo em sala de aula.

– Não sei disso, não. – tento me fazer de sonso. – Você provavelmente me confundiu.

Novamente, ele ri. É tão bom escutar sua risada, por mais discreta e baixa que seja. É reconfortante.

Estar do lado dele é reconfortante. Seja por causa de nossa conexão ou não, me sinto bem. Será que ele sente o mesmo?

– E, por falar nisso, precisamos continuar com nossas aulas.

– Ah, é mesmo. Na verdade, acho que não precisa mais não… – digo, pensativo. – Você é um professor bom, eu já aprendi bastante coisa.

– Certo, então vamos ter só mais uma última aula, pra revisar a matéria que vai cair na próxima prova, ok?

Estremeço ao ouvir a palavra "prova", vulgo meu pior pesadelo.

– Ok. – concordo. – Agora que a biblioteca tá aberta novamente, a gente pode ficar lá… ou na minha casa, você que sabe.

– A gente vê.

Infelizmente o sinal toca, indicando o fim do intervalo. Eu, sinceramente, gostaria de ficar mais tempo com ele, conversando sobre qualquer coisa, mas não acho que ele seja do tipo que aceitaria cabular umas duas aulas só pra isso. Levanto junto com ele, e andamos até a sala de aula lado a lado.

Preciso lembrar de agradecer Uraraka depois.

•°O°•

ooh senhor
dois boiola

acho que a maioria aqui sabe, mas pra esclarecer: bentō é aquela marmita que os japoneses levam pra escola que a gente sempre vê em animes. e os hashis, claro, são os palitinhos que eles usam pra comer (e que eu nunca aprendi a usar, kkkktriste)

gente, gostaria de saber a opinião de vocês sobre o ritmo da história até aqui, sobre o relacionamento deles, se tá indo muito rápido ou muito devagar... enfim, me digam o que estão achando, por favor? :)

bom, até logo!

Maldito Meio a Meio • TodoDekuWhere stories live. Discover now