Maldito Meio a Meio • TodoDeku

8. É sempre bom receber conselhos.

boa madrugada! alguém acordado?

enfim enfim, boa leituraaaa!

•°o°•

Eu nunca fui uma pessoa muito sentimental.

Apesar de ter certa conexão com fios vermelhos e almas gêmeas, nunca fui muito fã de romance, de amor, essas coisas. Nunca me envolvi de verdade com alguém e nunca havia me apaixonado antes; e sabe, minha vida era mais simples quando eu não gostava de ninguém.

Agora, por conta de um garoto, eu tô aqui, sentado na minha cama, enrolado num cobertor, com um balde de pipoca no colo e assistindo uma comédia romântica aleatória. E claro, segurando o choro para manter o mínimo de dignidade que eu ainda tenho. Por sorte, minha mãe ainda não voltou para casa, ou eu teria que ouvir inúmeras perguntas sobre o porquê de eu estar assim; e eu odiaria admitir que é por amor.

Que ódio.

Quando o filme acaba, fico sem saber o que fazer. Olho para o teto do quarto, realmente questionando toda a minha existência. Mas que caralho, justo quando eu encontro minha alma gêmea e me apaixono, ela começa a namorar. Eu nunca dou sorte.

Saber que Todoroki deve estar com Yaoyorozu agora é como um soco no estômago. E eu não queria ter raiva dela, mas é inevitável. Tenho raiva pois ela é perfeita pra ele, coisa que eu não sou nem de longe.

Talvez essa seja a coisa certa. Talvez ela deva ficar com ele, afinal.

O meu fio pode ser apenas o símbolo de um laço de amizade. Mas, se realmente for, eu seria capaz de suportar?

Pego meu celular, que está quase descarregado, e procuro entre os contatos pela única pessoa que poderia me entender agora: Tamaki Amajiki.

Tamaki, assim como eu, também é capaz de enxergar os fios vermelhos. Eu descobri isso faz alguns meses, quando o encontrei num site aleatório em uma das minhas pesquisas a respeito do akai ito. Foi uma surpresa e coincidência enorme descobrir que ele estudava no mesmo local que eu, apesar de ser já do terceiro ano.

O conheço o suficiente para saber que ele não gosta de fazer ligações. Então apenas envio algumas mensagens um tanto desesperadas, pedindo por conselhos. Ele não demora a vizualizar e responder. Pergunta se podemos nos encontrar.

E, bem, não é como se eu estivesse muito ocupado agora.

•°o°•

Tamaki decide me encontrar em uma pequena praça, um lugar perto o suficiente para nós dois chegarmos rapidamente. Não é o melhor dos lugares, mas é útil. E agradável. Estranho um pouco sua atitude de querer conversar pessoalmente, já que ele não é lá a pessoa mais sociável do mundo. Nem um pouco, na verdade.

Quando chego, ele já está lá, sentado no balanço infantil. Ele se balança levemente com o pé, encarando o chão com aparente preguiça.

– Tamaki, oi! – o cumprimento com um sorriso e paro em sua frente, um tanto indeciso sobre o que fazer.

– Midoriya – ele sorri também, me olhando. Seus olhos vão do meu rosto para a minha mão rapidamente. – É verdade, você realmente encontrou sua alma gêmea.

– É, pois é… – fico um tanto desconcertado.

– Senta aí – ele aponta para o balanço ao lado do seu. Eu me sento e suspiro. – Então, quem é a pessoa?

Meu peito aperta.

– Todoroki Shouto. – respondo rapidamente. – Conhece?

Ele pensa um pouco antes de responder.