Capítulo 1

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Antes de ler esse livro, aconselho a ler Lua Cinza Volume 1.

O Lobo e o Coelho

No mais profundo de uma floresta havia um lobo astuto bastante faminto por sangue. Suas patas corriam em uma enorme velocidade atrás de sua próxima presa.

De longe o lobo de pelos pretos feito o anoitecer sem estrelas avistou sua pequena e frágil presa.

Sabendo que sua caçada podia fugir se o escutasse chegar começou a diminuir sua velocidade para não assustá-la, se fosse qualquer outro animal ele certamente atacaria com suas garras de sem dó ou piedade, mas como se tratava de algo pequeno e fofo só resolveu ser silencioso.

A pobre coelha que não sabia que estava sendo mirada e saboreada de longe coçava suas orelhas grandes e rosadas.

O lobo percebendo que a guarda da tal estava baixa resolveu então atacar.

Então abriu sua enorme boca com seus dentes afiados e partiu para o ataque.

A coelha assustada percebendo o perigo se virou para ver quem seria o seu assassino, pois seus instintos diziam que não havia tempo para fugir.

O lobo faminto quando viu aqueles enormes olhos azuis e brilhantes sem medo de quem iria atacá-la parou antes de abocanhar e saciar sua fome.

Por que essa tola coelha não fugiu quando sentiu o perigo? Ao invés resolveu se virar e olhar nos olhos do seu caçador.

O lobo ficou confuso com a atitude da pequena coelha e isso o incomodou, pois ele já havia se deparado com varias vitimas de sua fome, mas jamais tinha visto tal situação.

A coelha quando viu seu caçador fechar a boca e olhar para ela confusa viu um pouco de tristeza no fundo dos olhos do lobo, seu medo havia passado assim que resolveu se virar, mas jamais imaginou ver olhos frios e tristes.

- Por que estas tristes pobre lobo? – perguntou a coelha inocente.

O lobo ficou ainda mais chocado com a atitude da coelha que em vez de fugir no seu breve momento de hesitação, mas em vez disso, ela resolveu lê fazer uma pergunta que ninguém jamais havia feito.

Que coelha tola, não tens medo? O lobo furioso por ter sido nomeado como "pobre lobo" pela coelha rosnou e a respondeu.

- Não a tristeza em minha vida coelha tola. – respondeu ele gozadoramente.

- Então por que teus olhos mostram outra coisa? – a coelha questionou novamente.

- Pare de dizer idiotice e corra antes que eu mude de idéia e te saboreei como meu jantar.

O lobo já havia perdido totalmente o apetite pela pequena coelha e decidiu que iria caçar em outro lugar longe dela, pois tal lê causava sensações esquisitas.

- Não vá, se estas tristes, fique e converse comigo. – falou a coelha rapidamente no desespero, nem ela sabia por que havia tanto desespero na sua voz, talvez fosse por seu coração ser puro que quisesse tirar o sofrimento dos olhos do lobo que ela via.

- Pare de dizer idiotices, um lobo feroz como eu não tem espaço para tristeza. – disse o lobo abruptamente.

- Então por que teus olhos dizem outra coisa? – disse a coelha com tom de inocência.

- Não tens medo do perigo coelha tola?

- Por que teria? Se quisesse me comer já estaria morta, se eu decidisse fugir não adiantaria, pois seria pega na primeira oportunidade.

O lobo ficou chocado com as palavras da coelha, mas aquilo lê causou divertimento momentâneo e começou a rir.

- Parece que não és tão tola.

Lua VermelhaWhere stories live. Discover now