Capítulo 25

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– Zaki, escuta bem o que vou te dizer. – eu conto pra Zaki o que ele vai precisar fazer, ele me olha como se dissesse, mais e você?, eu dou um sorriso pra que ele confie em mim e apenas faça o que ele precisa fazer.

Antes que ele diga mais alguma coisa eu tiro minha mão da sua boca e seguro seu nariz e o beijo, dando meu oxigênio pra ele, quando eu me transformar não vou poder colocar a mão no rosto, então é melhor eu dar o resto de ar que tenho pra que ele saia daqui sem desmaiar no meio do caminho, os olhos de Zaki tremem e faltam pouco saltar do rosto dele de tão confuso que estar, mas logo ele nota o que estou fazendo, eu pego sua mão e coloco no seu rosto assim que termino, os caçadores estão começando a se posicionar, bem na hora, Zaki começa a se levantar enquanto eu começo a me transformar. Ainda bem que me acostumei com a dor dos ossos se quebrando, se não eles saberiam minha localização, preciso agir antes a nevoa fique mais fraca, meus olhos estão ardendo de mais, que mal consigo enxergar nessa situação, eu me viro pra Zaki e confirmo com um aceno pra que ele só saia quando eu der meu sinal, ando pelos cantos da boate e derrubo uma cadeira com minha pata pra chamar atenção dos caçadores, Zaki começa a correr em direção à porta, quando os caçadores notam ele eu salto pro meio da boate e fico bem atrás deles e ando bem de vagar, eles ficam como estatuas e se viram na minha direção enquanto rosno, Zaki aproveita e sai do salão, eu ando pra trás e tento usar a nevoa pra esconder minha presença de novo, a parte ruim que agora eles sabem com quem estão lutando.

– Vocês viram o que eu vi?–cochichou o caçador.

– Acredito que sim.

– Não disseram eu iria ter lobisomens aqui.

– Isso está ficando cada vez melhor.–comemorou.

– Está louco, aonde que isso é bom, você viu o tamanho daquilo.

– Se conseguirmos pegar ele, Elói vai nos dar um aumento com certeza.

– Isso se a gente conseguir.

– Somos três e ele um.

– Só bem grande.

– Calem a boca, esqueceu que ele pode nos escutar.

Tarde de mais já escutei tudo, apesar de não ter sido nada útil, tirando a parte do nome, Zaki eu acho bom você agir bem rápido, os magos estão morrendo.

Eu me escondi atrás dos balcões do bar, preciso pensar agora como vou derrubar eles sem levar um tiro, e preciso ser rápida, meus sentidos estão uma bagunça e toda vez que respiro parece que fogo passa pelas minhas narinas, balanço minha cabeça pra que possa ajudar a ajeitar meus sentidos, o caçador passa pelo balcão do bar e eu saio e me escondo enquanto ele caminha bem atento, mas acabo trocando as patas e quase encosto na mesa de ferro, mas paro antes, isso é ruim, daqui a pouco não vou consegui pular sem cair.

– Achei. – gritou o caçador atrás de mim.

Eu nem vi ele chegar, isso péssimo, meus instintos também estão comprometidos, eu não tenho tempo pra fugir, minha pata acaba encostando na mesa e fazendo um barulhão, merda, merda e merda. O caçador aponta a arma pra mim, eu rosno, e salto em cima dele, mas que droga por que estou fazendo isso, era pra ter recuado, esse gás está me afetando mais do que imaginava, um tiro ressoa e eu sinto algo me atingir, mas antes que eu cai no chão e uso minha pata pra atingir o peito do caçador, fazendo com que ele largue a arma e caia no chão, os outros vem correndo na sua direção, eu recuo sangrando e mancando, essa merda atingiu bem na virilha, minha desvantagem está só aumentando. O som dos dutos de ar começa a rodar, fazendo o gás se dissipar, péssima ora pra ficar a vista deles, os dois caçadores que sobraram vem na minha direção enquanto eu manco andando pra trás, a única coisa que consigo fazer é rosnar e pensar em uma saída, mas nenhuma me vem a mente, estou totalmente encurralada, eu realmente vou morrer agora? Eu acabei de reencontrar meu pai e nem consegui contar pros outros, não fui à faculdade ainda, nem me....

Os caçadores disparam suas armas na minha direção, e antes que eu perceba eles voaram pro outro lado do salão, eu olho pra eles e me viro pro portão onde eu vejo a senhora segurando uma bengala e com dois homens do seu lado liberando uma luz das suas mão assim Zaki, minhas pernas sedem, Zaki que acabou de chegar no corredor, não tem nem tempo de entender o que acontece, apenas corre na minha direção enquanto eu volto a minha forma humana, um dos homens que vieram com a senhora joga uma coberta em cima de mim, Zaki me cobre e me aconchega em seus braços, estou fraca de mais, meus olhos estão ardendo e eu ainda respiro com dificuldade, mas consigo ver os magos usar seus poderes pra limpar o ar totalmente.

– Zaki, der isso a ela. – Letha se aproxima com todo seu esplendor e entrega a Zaki um liquido branco brilhante em um tubo de vidro. Zaki nem protesta, ele coloca na minha boca e engulo. – O gás afeta mais magos do que lobisomens, ele pode nos matar, mas não vocês, não se preocupe, isso vai te ajudar a se recuperar mais rápido.

– E o que é esse gás? – perguntou Zaki afagando meu cabelo.

– É um elixir de uma pedra chama Scandalix, muito difícil de se encontra nessa era.

– Como eles conseguiriam isso?

– Provavelmente naquele maldito mercado negro, se essa coisa for usada corretamente ela se torna um veneno contra seres mágicos como nós.

– Então os outros? – perguntou Zaki com preocupação.

– Os outros já estão dando o antídoto pra eles, não se preocupe, apenas cuide da garota.– depois disso ela saiu em direção aos seus companheiro no chão, mas eu pude escutar ela dizendo. – Espero que não seja tarde de mais.

Acho que nem todos vão sobreviver, fico triste pelo Zaki, dar pra ver que ele está tenso com essa situação.

– Se você quiser pode ir ajudar seus amigos.– disse com a voz fraca, quase inaudível.

– Não, eu estou bem aqui,....obrigado Kelly, graças a você meus companheiros tiveram mais alguns segundos de vida, sem contar que você salvou minha vida, vou ficar...

– Não, nem continue, não quero que você me deva nada, estou feliz que tenha acabado tudo bem. – ele da um sorriso divertido com minha resposta.

– Alias, não me importo nem um pouco em repetir aquele beijo, podíamos envolver a língua agora o que acha? – disse ele em tom zombador.

Revirei meus olhos e belisquei seu braço, o que fez ele gemer de dor.

– Estava demorando pra você ativar seu lado pervertido não é.

– Fazer o que, eu sou assim. – disse ele com um grande sorrio no rosto enquanto dava de ombros.

Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora