Capítulo 29

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Molhei meus lábios quando fiquei em frente da porta que vinha o som de respiração, Zaki ficou encostado na parede ao lado da porta em modo ataque, coloquei minha mão na maçaneta e respirei fundo, só peço aos céus que não leve um tiro de novo por hoje, acho que já deu né, girei a maçaneta com cautela e abri a porta e fui recebida com uma criança de dez anos correndo na minha direção com um bastão enquanto outras duas estavam sentadas em baixo da mesa no canto, uma menina de dez anos com olhos ferozes e outra menor com lagrimas nos olhos e tremendo, me movi pro lado antes que o menino me acertasse fazendo tropeçar e cai de cara no chão, peguei o bastão da sua mão e suspirei de alivio, mas meu alivio não durou muito quando um par de olhos vermelhos pulou em mim de cima do guarda roupa, a criança tinha presas e garras e pelo se espalhando pelo seu corpo, ele se agarrou no meu pescoço e me mordeu me fazendo grunhir de dor com suas presas cravadas na minha pele.

– Kelly. – gritou Zaki.

Mas que merda esse menino nem parece ter doze anos, como ele já pode ter despertado, não perdendo chance ele usou suas garras no meu pescoço e cravou fundo como se quisesse rasgar minha jugular, esse moleque ta mesmo querendo me matar, peguei sua mão e segurei firme antes que ele rasgasse meu pescoço e terminasse o serviço, olhei pro seu rosto e vi ódio em seus olhos e desejo de matar, mas também tinha medo. Vermelho? Esse menino já matou antes, o pior mais de uma vez, seus olhos estão vermelho vivido, tem sangues na mão de uma criança? Mas que diabos, como?

– Sai moleque. – grasnou Zaki impedindo o menino que tinha acabado de tentar me atacar com o bastão de pular nele, ele era só uma distração pro outro fazer o serviço, essas crianças não são normal, eu abaixei minha guarda rápido de mais, a exaustão do ataque da boate já foi muito pra mim.

Estalei a língua furiosa e quebrei o pulso do moleque que tentava me matar com tanta vontade, fadasse ele vai se curar, joguei minhas costas contra parede e fiquei chocando ele contra parede até ele me soltar, mas ele não vacilou, está bastante determinado.

– VÃO EMBORA, SOLTA MEU IRMÃO E DEIXA A GENTE EM PAZ. – gritou a menininha que tremia de medo e chorava.

– Mandy. – disse a outra garota enquanto puxava a menor pros braços.

Os olhos do meu mini agressor tremeram e ficaram mais determinados fazendo sua mordida ficar mais forte, se continuar assim ele vai rasgar meu pescoço, rangi meus dentes e choquei ele contra parede novamente só que com mais força e o puxei pelo braço e o joguei no chão, rugir com toda força que tinha, fazendo todos ficarem estáticos por alguns segundos.

– Kelly, seus olhos agora a pouco. – murmurou Zaki atordoado com que acabou de ver, piscou algumas vezes os olhos de retornou a postura, fazendo o menino que pulava nele ir pro chão segurando seu braço atrás da suas costa.

– NÃO VACILE PIER, ELES MATARAM NOSSA FAMÍLIA. – gritou o menino de baixo de Zaki, com lagrimas nos olhos.

Ouvindo seu amigo ele retornou sua força e veio com tudo pra cima de mim, eles acham que somos caçadores? Antes que eu terminasse minha linha pensamento o menino pulo no ar em minha direção com as garras pronta pra me partir em dois, mordi meu lábio em frustração por estar batendo em um menino menor do que eu, isso não me agrada, preciso mobilizar ele e acalma–lo pra que me escute, usei minha telecinese o mais rápido que podia e joguei pra parede atrás dele e o prendi ali enquanto ele debatia, suspirei aliviada, essa foi por pouco, mais um pouco e isso teria acabado mal, ainda bem que pratiquei com objetos pesados, ele foi muito rápido.

– ME SOLTA CAÇADORES MALDITOS. – vociferou ele.

– Gente nessa idade e com uma boquinha suja. – comentei pra mim mesma.

– Kelly você está bem? – perguntou Zaki preocupado, coloquei minha mão no meu pescoço e me senti cicatrizando.

– Melhorando. – respondi, fazendo ele suspirar de alivio.

– Mas o que esses moleques nessa idade estão fazendo pulando nos outros.

– ME SOLTA SEU PERVERTIDO VESTIDO DE MULHER.

– Seu... – Zaki apertou mais forte o braço do menino, enquanto eu me segurava pra não rir do comentário desbocado da criança. – Ei você está rindo?

– Eu? Imagina, princesa. – fiz uma reverencia pra provoca–lo mais um pouco.

– AAAAAAH, o que você fez comigo por que não consigo me soltar, me solta bruxa velha. – se debatia o outro na parede, franzi o cenho com seu comentário sobre mim.

– Eu vou te mostrar que é a bruxa seu pirralho. – estralei meus dedos como se fosse dar uma boa surra nele.

– Pff. – disse Zaki com um punho na boca com o rosto virado.

– Pier, Samuel parem. – gritou a menina mais velha de cabelos loiros, com a menor atrás dela segurando seu braço.

– O que você está fazendo Beth, corre e tira a Mandy daqui, se eles te pegarem também... – gritou o que estava na parede.

– Já chega. – retrucou a plenos pulmões, fazendo ele se calar.

– Beth...

– Ficou louca, eles vão te matar também. – o outro começou a grita também, crianças tem tanta energia.

– Ela não vai fazer isso... – disse ela mordendo os lábios, quando ela disse isso eu me virei em sua direção.

– Do que você está falando eles são caçadores, você não viu o que eles fizeram com o Jay e Will?

– Se eles quisessem nos matar já teriam feito isso. – disse ela, logo em seguida se virando pra mim e apontando pra Zaki. – O homem de cabelo de mulher te chamou de Kelly não foi?

– Mas que porra seus pirralhos, parem de falar sobre meu cabelo. – grasnou Zaki.

– Ei você vai quebrar meu braço pervertido.

– Quem você está chamando de pervertido hen?

– O que tem meu nome? – perguntei ignorando a discussão dos dois.

– Me diz, seu nome é ou não Kelly? – questionou novamente, essa menina me conhece?Não acho que seja problema confirmar meu nome.

– Sim, meu nome é Kelly por que? – quando disse isso os ombros da menina relaxaram como se o que eu tivesse dito a livrasse de toda tensão e peso que tinha sobre ela.

– Você é amiga da Isa, a lobisomem que usa telecinese.

– Isadora falou de mim pra você?

– Sim. – os olhos dela se encheram de lagrimas e as pernas dela começaram a ceder.

– Ei Beth qual o problema. – gritou o nervosinho na parede enquanto se debatia como peixe, ele não desistiu ainda, caminhei até a menina e segurei seus ombros.

– Você está bem? – perguntei preocupada.

– Uhm. – ela confirmou com um aceno, parece que ela me conhece pela Isadora, os outros nos atacaram achando que éramos caçadores, consigo imaginar como eles estão se sentindo nessa situação toda, são apenas crianças e tem que lidar com pessoas querendo os matar, eu já sinto que é muito pra mim, imagina pra eles, eu sinto ela tremer, ela segura na minha blusa como se estivesse se segurando pra não desabar, meu coração se apertar com o tanto que ela está assustada nesse momento.

– Seu nome é Beth, certo? – novamente ela confirma com um aceno. – Não se preocupe está bem, vai ficar tudo bem agora. – não sei se realmente vai ficar, mas o que mais posso dizer pra uma criança assustada, coloco minha mão na sua cabeça em seus cabelos loiros macios, quando falo e faço isso ela desaba e cai no chão de joelhos e desaba de chorar, eu me ajoelho e acaricio sua costas enquanto ela chora nos meus braços.

Lua Vermelhaحيث تعيش القصص. اكتشف الآن