Capítulo 28

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Andamos o mais silencioso possível pela sala, as paredes pintadas de branco com alguns quadros que pareciam ter sido pintados por uma criança de cinco anos, na estante tinham algumas artes de cerâmica, fotos espalhadas por todo lado, atraída por um quadro em questão, eu o peguei e observei a foto que estava nele, Isadora está nele com um enorme sorriso junto com outras pessoas jovens e crianças, o único que aparenta ser mais velho é o que está no meio, mas ele nem chega a ter cabelo branco, deve ter entorno dos quarenta anos. Deve ser a alcateia da Isadora, Jacob me contou que Isadora era humana, mas acabou sendo mordida por um lobisomem na lua cheia enquanto voltava pra casa, pelo visto assim como eu o lobisomem em questão era da mesma tribo que vive em Mystical Riddle, cada grupo tem suas próprias religiões e historias de como se tornaram ou nasceram lobisomem, o meu era os espíritos que nos fazia especiais, mas agora que se foram, me pergunto o que nos faz diferente dos outros, até onde eu sei a alcatéia da Isadora é composto por abandonados e esquecidos, que acabaram não se adaptando ou foram rejeitados pelo próprio grupo, outros eram como Isadora e eu se transformaram sem saber e sem informação de como agir e alguns nem sabiam que tinham nascido com tal habilidade e poder, cada um com sua própria historia algumas diferentes das outras e umas até iguais, quando eu e Isadora estávamos pesquisando eu me deparei com um livro sobre lobisomens e teve um meio que me chamou atenção que era os amaldiçoados, isso me chamou atenção porque a pessoa não tinha nascido ou mordida e sim envolvido com que não devia, ela disse que tinha uma pessoa no sua alcateia. No livro contava varias formas de acabar se amaldiçoando, alguns eram com objetos, outros com rituais, tumbas, até deuses castigando e usando isso pra manter mundanos afastados, eu rir desse ultimo meio pois quando se diz a um humano pra que não toque em algo, mais ele ficara curioso e tentando a mexer, coloquei o retrato de volta na estante e olhei em volta pra ver o que Zaki estava fazendo.

Só pode está de sacanagem, a gente no meio de uma crise de vida e morte e ele na cozinha comendo cereal direto da caixa, quando ele me viu olhando pra ele com cara de pouco amigos ele deu de ombros.

– O que? Estou com fome, não posso lutar sem comer. – sussurrou.

Revirei os olhos, fiquei em alerta quando escutei a respiração de algumas pessoas no segundo andar, apontei o dedo pro teto, Zaki percebeu minha intenção de colocou a caixa de cereal no balcão e foi até a escada tomando a frente, mas eu puxei pra trás e o coloquei atrás de mim, ele gemeu de desgosto com meu movimento e eu dei um tapinha no ombro dele, seja lá quem está lá em cima já deve ter notado nossa presença com o tanto de barulho que estamos fazendo, a cada passo que dávamos na escada ela rangia, aposto que fizeram isso pra alerta eles em caso de inimigos, chegando no corredor a luzes estavam apagadas e a pouca luz que entrava não ajudava muito, olhei pela janela e vi as nuvens se formando, se começar a chover vai acabar atrapalhando pra mim, as gotas de chuva me desorientam na caçada e não consigo me concentrar na presa, estou começando a odiar a ser inexperientes em ser um lobo, no inicio queria manter o máximo que podia da minha parte humana, então acabava negligenciando meus treinamentos, mas quando comecei a me aceitar tudo se tornou mais pratico, só que estou longe de ser um lobisomem perfeito se é que isso existe.

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