Capítulo 16

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Passei o resto do dia conversando com meu pai e aproveitando cada momento com ele e Killian, eles me colocaram a par dos últimos anos que passaram. Quando disse que tinha que ir pra casa, meu pai insistiu pra que eu fosse com ele pra casa dele dormir lá, mas eu não podia, a Isadora poderia estar surtando atrás de mim e preocupada, então meu pai e Killian me trouxeram até o apartamento.

- Me liga se precisar de alguma coisa. – disse meu pai me abraçando apertado.

- Pode deixar, não se preocupe, eu estou bem. – respondi dando uma risadinha.

- Temos muito ainda o que conversar.

- Eu sei. – olhei pra baixo, sei exatamente o que ele quer saber, evitei o tema o dia inteiro sobre meus pais adotivos e todo resto, só contei a ele o que andei fazendo na cidade.

Despeço-me dele e de Killian e entro no prédio e vou em direção ao apartamento, assim que entro, vejo Isadora sentada no sofá com o celular na mão e mexendo a perna descontroladamente. Quando percebe que cheguei, ela salta do sofá e pula na minha direção, me enchendo de perguntas.

- Mas onde você estava? Esta machucada? – ela passa o olho sobre mim, procurando algum vestígio, e acaba encontrando minha calça com um buraco e com sangue em volta, onde a flecha me atingiu. – Kelly, o que aconteceu com você, eu estava preste a ligar pros seus pais, de onde surgiu esse sangue.

- Isa, calma eu vou te explicar tudo. – peguei ela pelos ombros e fiz com que se sentasse no sofá, eu me sentei do seu lado e comecei a contar ela, pra onde eu tinha ido, só disse que fui no cemitério encontrar a lapide da minha mãe, me contive em contar que encontrei meu pai e todo resto sobre ele ser um caçador, ainda não sei como lidar muito bem com isso, imagina ela e aposto que contaria pros outros, vou manter isso em segredo por enquanto. - Então de onde surgiu esse sangue?

Devia ter pensando em uma desculpa pra isso, mas tanta coisa aconteceu que nem tive tempo de por meus pensamentos em ordem.

- Isso...bom...cai. – dei de ombros, serio sou péssima mentindo. – Estava tão atordoada que acabei caindo e uma farpa de madeira pontuda e ... grande, entrou na minha cocha.

Isadora avalia minha historia, claramente não acreditando em nada que falo. Sinto muito Isa, mas não posso te contar a verdade agora, estou muito confusa com tudo, espero que me perdoe depois.

- Olha eu nem imagino como você está se sentindo agora. – muito menos eu. – Mas você tem que conversar com alguém, seus pais estão muito preocupados com você. – tenho que organizar meus sentimentos até sobre esse assunto, conheço os Greys pouco tempo e os considero minha família, antes ficava com um pé atrás sobre chamar eles de pais, e hoje eu entendo porquê, parte de mim sentia que eu ainda tinha uma família me esperando. Como eles vão reagir quando eu contar que encontrei meu pai, sinto que minha cabeça vai explodir a qualquer estante.

- Se eu te disser que estou bem, estarei mentindo, não se preocupe, eu vou resolver tudo. Só preciso de tempo, minha mente está confusa e ainda tem partes faltando.

- Sobre isso, acredito que seja por conta do feitiço.

- Como assim?

- Depois que você saiu a madame me disse, que ela conseguiu quebrar parte dele, mas a outra era muito poderosa, e se tentasse poderia afetar sua mente e que talvez essas memórias fossem tão dolorosas que você criou uma barreira em volta dela sem perceber.

- Esta dizendo que eu mesma fortifiquei o feitiço? Mas como não sou maga e muito menos bruxa.

- A mente é um órgão poderoso Kelly e não se esqueça que você é uma sobrenatural bem forte.

Ótimo definitivamente estou em estado de loucura, eu já devia ter aprendido que nesse mundo que vivo nada dar pra entender. Tem um borrão na minha memória que não consigo enxergar direito, e todas estão relacionada à minha mãe, principalmente a noite que ela morreu e a noite do incêndio. Talvez eu deva perguntar ao meu pai depois.

- Liga pros seus pais, eles devem querer noticias suas.

Ela tem razão não posso ignorar eles, não depois de tudo que fizeram por mim, suspiro cansada, vou ligar pra eles depois quando colocar minha mente em ordem, junto com meus pensamentos, pego meu celular no meu bolso da calça, e vejo que está descarregado.

- Não se preocupe eu vou ligar. – sorrio pra Isa e me levanto pra ir pro meu quarto, onde tranco a porta e me jogo na cama.

Minha vida é um loucura, isso é o que se resume tudo. Me estico pra por o celular pra carregar no criado mudo do lado da cama. Tiro a bota e massageio meus dedos do pé, olho pro notebook no canto da minha cama e vejo uma luzinha verde piscando, aperto espaço e a tela liga, mostrando um pedido de vídeo chamada da Ava. Do lado a caixa de mensagens está lotada, nossa ela precisa mesmo falar comigo, aceito a vídeo chamada sem ler as mensagens.

- Você que me matar do coração ou o que, estou tentando falar com você o dia inteiro. – grita Ava na tela.

- Oi pra você também, meu celular descarregou.

- Que conveniente, só por quê tenho uma bomba pra te contar.

- Desculpa, tive um dia complicado. – diria que complicado é pouco.

- Pois ele vai ficar mais ainda com o que eu tenho pra te contar.

Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora