Capítulo 42

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– É ali. – disse Jacob quase esmagando o volante.

– Zaki preciso da sua ajuda. – me virei pra ele contei meu plano.

– Você é louca sabia.

– Isso vai dar mesmo certo Kelly? – perguntou Killian preocupado.

– Sei como é aquele gás, e só vai complicar as coisas. Eu faria isso sozinha, mas nunca testei, então preciso de ajuda.

– Concordo com ela. – apoiou meu pai. – É um plano maluco, mas é bom.

– Ela se parece com você nisso. – disse killian.               

– Também acho. – sorriu meu pai.

Me senti orgulhosa por ouvir isso. Esse lado de guerrilha eu realmente tinha puxado dele. Esse dom que ele me passou dês de criança havia me salvado incontáveis vezes, sem eu saber de onde vinha.

– Você acha que consegue Zaki? – perguntei.

– Ta brincando né? Quero saber se você consegue fazer isso.

– Eu vou. – se não consegui, farei dar.

– Estamos perto. – avisou Jacob.

Zaki olhou pra mim e deu um aceno. Fechei os olhos e juntei o máximo de energia para liberar.

– Quando estiver pronta Kelly. – gritou Zaki.

– Se for possível que seja agora. – disse Killian.

– AGORA. – respondi.

Jacob freio o carro abruptamente no campo aberto e Zaki estava me fazendo flutuar e me enviando pro alto da floresta.

Ótimo, assim consigo mais acesso ao gás. Soltei toda minha telecinese, fazendo toda fumaça se abrir ao meio, dando visão de todos caídos no chão. Damian olhou pra cima e me viu. Pelo seu olhar ele estava tentando entender o que estava acontecendo.

Zaki me liberou, me fazendo cair ajoelhada no chão.

Ali estava ele. Vindo até a gente armado. Meu tio.

– Elói. – rosnei.

Minha raiva era tanta que meus olhos vermelhos devem ter aparecido por uma fração de segundos. Esse homem que carrega meu sangue, causou dor para todos a minha volta, inclusive a mim e a meu pai. Ele deu um olhar presunçoso e preparou a arma e apontou na minha direção.

– Finalmente. Quem eu mais esperava.

Corri na sua direção me preparando para transformar. Ele atirava na minha direção. Saltei no ar e me transformei em meio aos tiros. Todos estavam lutando contra os caçadores de Elói. Até os que haviam aguentando a bomba de gás dele. Antes que usasse minha pata no Elói alguém me atacou me jogando pra longe dele. Sai rolando, antes de cravar minhas unhas no chão.

Quem fez isso?

Olhava pro meio da confusão, quando vi uma mulher de capuz com olhos azuis cristalinos surgindo no meio da batalha.

– Kelly. – gritou Killian correndo na minha direção armado.

– Mas que porra. – xingou Zaki, tentando parar as balas que viam na sua direção.

Isa e Jacob já estavam transformados e estavam lutando com força total. Os caçadores do meu pai atiravam. Os lobisomens que podiam lutar não sediam e protegiam seus companheiros.

Eu não via Damian em lugar nenhum. Cadê ele? Olhava pra todos lados, mas não encontrava. Ele estava ali quando saltei. Cadê.

– Kelly cuidado. – Killian me empurrou com seu corpo, me salvando de um tiro.

Balancei a cabeça pra recobrar os sentidos. Killian estava sobre minha barriga. Olhei todo seu corpo e vi que ele estava bem.

– Droga Kelly, se concentra. – disse ele se levantando.

Ele tem razão. Eu me perdi por um momento.

– Elói, sua maldade acaba aqui. – brigava meu pai contra seu irmão.

– Tem razão irmão. E os vencedor será eu. Não sua filha suja e esses monstros.– dava pra sentir o ódio em sua voz.

– Como você chegou a isso Elói. – havia tristeza no meu pai ao falar com seu irmão.

– Me admira você ainda estar lutando por eles. Se esqueceu que foram eles que mataram nossa mãe.

– Não pode carregar esse ódio todo por tanto tempo. Isso vai te destruir. E eles não tem culpa do que aconteceu anos atrás.

– Você é que nem nosso pai. Um covarde.

Pai. Isso não deve estar sendo fácil pra ele. Droga. Eu preciso me acalmar. Me levantei e vi ela me olhando. Quando me afoguei nos seus olhos azuis cristalinos de baixo da capa. Uma dor de cabeça imensa me atingiu.

– Kelly? – gritou Killian preocupado.

A dor ia ficando cada vez mais intensa, me forçando a se tornar humana de novo.

– O que está acontecendo Kelly? – perguntava Killian aflito.

Mas nada saia da minha boca. A dor era imensa. De repente Damian surgiu saltando na direção dela, pra atacar. Ela se virou pra se defender. Mas ele só conseguiu atingir o braço dela. Eles estavam frente a frente. Damian me olhou de canto. Eu sei o que havia naqueles olhos. Dor e raiva. Apesar da nossa conexão espiritual ter se quebrado, ainda nós entendíamos. Olhei de novo pra ela. E minha cabeça explodiu enquanto eu me encolhia no chão.

Me ajuda. Socorro. Isso dói.

Essa mesma voz. A garota. Uma imagem se sobrepôs a outra dando visão da minha mãe caída no chão. Havia sangue em todos lados. Depois o orfanato. Fogo. Uma mulher. Esse olhos. Sua mão indo até meu rosto. Tudo escuro. Tem algo, que não consigo ver. Quanto mais forçava a ver, mais doía. Então olhei pra ela de novo. E então tudo ficou claro. Era isso. Uma lagrima escorreu pelo meu rosto e a dor aguda alimentou na minha cabeça. Eu gritei com todas forças e acabei liberando toda minha energia telecinética, fazendo as arvores balançarem e tudo a nossa volta voar. Depois tudo ficou abafado e escuro. Estava perdendo a consciência aos poucos. Só conseguia ouvir a voz dos outros me chamando. Mas estavam abafadas e longe.

Lua VermelhaWhere stories live. Discover now