Capítulo 30

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– Kelly o que fazemos agora? Ainda não encontramos a Isa e esse lugar está muito quieto. – disse Zaki.

– Ei me solta idiota.

– Argh fica quieto, se meche mais um pouco e quebro seu braço.

– Não machuca o irmão Samuel, homem mal. – a menor começou a bate os pequenos punhos em Zaki enquanto chorava, soltei um suspiro áspero e me virei para os meninos.

– Vamos soltar vocês dois, mas vocês tem que se acalmarem e ficar quietos, não somo caçadores e não viemos aqui pra machucar vocês, mas se tentarem aquilo de novo, vamos prender vocês de novo, estão me ouvindo?

O que eu mantinha na parede rangeu os dentes e virou o rosto enquanto bufava de raiva. Vou considera isso como um sim, o outro ficou quieto e balançou a cabeça em um aceno para confirmar depois de uma certa relutância.

– Zaki solta ele.

– É serio?

– Tem alguma outra ideia?

– Odeio crianças. – Zaki estalou a língua e liberou o menino e eu fiz o mesmo com outro, fazendo cair no chão de bunda, mas ele ainda manteve sua guarda baixa.

– Beth chamou você de Samuel e de Pier certo? – eles confirmaram em une-som. – Por que vocês não começam explicando o que aconteceu aqui.

As crianças ficaram em silencio por alguns segundos até Beth começar a falar enquanto enxugava as lagrimas.

– Estávamos no quintal quando aconteceu, meu pai e os outros estavam treinando enquanto Isadora cuidava da gente. Mas ai...ai, tudo começou a virar uma bagunça, primeiro veio uma explosão, depois homens armados jogaram bombas lacrimogêneos e começaram a atirar, meu pai e os outros atraíram os caçadores pra florestas depois de muita luta...e o Will e o Jay eles cabaram... – Beth tenta conter as lagrimas.

– Eles sabiam nossos pontos fracos, e que a floresta é nosso habitat,... Hanzel e os outros fizeram isso pra que não viessem atrás da gente. Aquele caras eles não eram meros caçadores e sim profissionais. – murmurou Pier entre os dentes, parece que o senhor raivinha ainda não confia na gente.

– Isso não me surpreende, aqueles caras se preparam pra esses ataques, foi um grande feito terem conseguido levar eles pra floresta. – comentou Zaki encostado na parede de braços cruzados enquanto olhava pela janela em direção a floresta.

– E depois? – perguntei.

– Isadora nos arrastou pra dentro e ficamos escondido por um tempo, mas Isadora ficou com medo pelos outros, estávamos em menor numero, e tudo estava muito quieto, paramos de escutar os tiros nem os uivos dos outros.

– Como não sabíamos o que estava acontecendo, ela nos trancou no quarto já que o esconderijo ficou totalmente destruído e ficamos com medo de que mais deles viesse por lá, então trancamos a porta de ferro que leva até lá. – continuou Samuel segurando os joelhos com o olhar distante.

– Já fazia mais de trinta minutos que não sabíamos nada então ela foi lá fora pra ver o que estava acontecendo, mas não voltou e não tivemos mais noticias.

– Ai vocês chegaram e pensamos que podia ser reforços que vieram terminar o serviço, sinto muito que tenhamos atacado vocês assim.

– Tudo bem, vocês só estavam fazendo o melhor pra se proteger. – não posso culpar a atitude deles, teria feito o mesmo, se não pior. – Faz quanto tempo que ela se foi?

– Acho que dez minutos...

– Quinze pra ser exato. – complementou Pier.

Passei a mão pelo cabelo nervosa e soltei um grande suspiro de frustração e me virei pra Zaki que continuava olhando pra floresta, mas continuava bem atento na conversa.

– Então o que você acha?

– Sinceramente?... – ele olhou pras crianças e depois pra mim. – Se o que essas crianças disseram tiver certo, já devem estar todos mortos.

– CALA BOCA, VOCÊ NÃO SABE DE NADA, HANZEL JAMAIS PERDERIA PRA AQUELES CAÇADORES IDIOTAS. – Pier começou a ficar furioso novamente, e se levantou pra atacar Zaki, mas eu joguei contra parede antes que ele fizesse um estrago.

– Eu disse pra que você ficasse quieto. – gritei.

– ME SOLTA, VOCÊS NÃO SABEM DE NADA...

– Tem razão eu não sei o que é ficar com medo de perdem alguém e como isso dói... – mordo meu lábio com uma enorme dor no peito. – Sei que está assustado e não quer escutar o pior, mas agora não é hora de sair atacando os outros, então ver se aquieta, ou essa raiva toda sua vai acabar matando quem você ama.

Os olhos de Pier ficaram em branco enquanto ele me ouvia falar, os outros ficaram estáticos no mesmo lugar. Eu sei que é difícil crianças dessa idade escutar algo assim e foi vacilo do Zaki falar assim, também não quero escutar que a Isa..., mas não temos tempo pra birra de criança no momento, precisamos arranjar um jeito de descobrir o que aconteceu e levar essas crianças pra um lugar seguro em caso de situação pior.

– Zaki...

– Eu sei, tsck. – ele estalou a língua e coçou a cabeça. – Eu vou fazer um escudo em volta da casa, pra que ninguém entre e depois podemos ir. – disse ele saindo e indo em direção a porta.

– Kelly, você acha que...

– Eu não sei...Olha, nos vamos dar uma olhada no que está acontecendo e depois voltamos, mas não saiam, ninguém mais vai entrar aqui não se preocupe. Mas em caso de não voltemos nos próximos vinte a trinta minutos, você pode ligar pra esse nu... – parei antes de entregar o numero do meu pai. Talvez não seja uma boa ideia dar o numero do meu pai, essas crianças já estão assustada e com muita raiva dentro de si e eu não tive noticias do meu pai nas ultimas horas. – Acredito que deva ter comida na dispensa de vocês, talvez vocês aguentem alguns dias, esse numero aqui é de uma pessoa que me ajudou, o numero dela é Jane, pode dizer meu nome. Mas lembre-se só em caso da gente não voltar, se você contar tudo e falar meu nome e da Isa, certamente ela vai vim ajudar vocês. – anotei o numero de Jane no papel e entreguei a Beth, que logo segurou minha mão enquanto tremia.

– Você vai voltar não vai?

– Eu...

– Por favor não nos deixe também, todos que entraram lá não voltaram, eu estou com medo, meu pai e os outros...

– Beth. – peguei seu rosto e envolvi nas minhas mãos enquanto segurava suas bochechas. – Ainda não, não chore ainda, tudo bem ter medo, mas não chore ainda, não sabemos o que aconteceu, então... – o que estou fazendo dando esperança e dizendo pra que ela não tenha medo. Ridículo, até eu estou com medo, estou apavorada, tenho tanto medo de acabar tudo como acabou como a Suzan, logo agora que tudo estava indo bem. – Fiquem seguros e não saiam. – dei o melhor sorriso que podia no momento e me levantei e liberei Pier que estava quieto agora.

– Eu vou também. – Pier se pós na minha frente rangendo os dente e fazendo um punho com a mão enquanto o sangue escorria delas.

– E quem vai proteger os outros? Não sei como você despertou tão jovem, mas é o único aqui capaz de lutar se você for com a gente só vai atrapalhar, e os outros aqui não terão quem proteger eles. – passei por ele e parei na porta. – E não apareçam na janela e tranquem todas as portas.

– Droga. – escutei píer cuspir enquanto eu saia. Me dói ter que falar palavras tão duras pra essas crianças, mas se eu não fizer elas vão acabar se machucando mais ainda.

Lua VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora