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Apartamento da família Prado/Barbosa, Rio de Janeiro

-Caraca eu vou ter um irmãozinho. Ainda não to acreditando. - Reinier berrou, abrindo um sorriso to tamanho da tela do celular. - Queria tá aí com você, mãe. Curtindo essa gravidez e a vinda do meu maninho.

-Eu também queria que você estivesse aqui. Eu to muito emotiva, e o Gabriel não tem paciência comigo. - Fez um bico, e o mais novo riu. - Eu to na vibe de assistir filmes de romances clichês e ele não gosta.

-Eu vi ele mandando no grupo uma foto sua chorando.

-Eu também vi. Me fazendo passar vergonha.

-Olha só, prometo ir pro Brasil, quando o baby tiver nascendo. - Murmurou. - Quero conhecer meu irmão de pertinho.

-Vem sim, aproveita e troca as fraldas sujas, treinando pra quando você a Carolina tiverem um. - Não perdeu a chance de provocar, satisfeita ao vê-lo rolar os olhos. - Que foi? Já to pensando nos meus futuros netinhos.

-Netinhos que nunca existirão, Willaynna. Aliás andei sabendo, que cê falou com a Carolina. Posso saber o assunto da conversa?

-Foi uma conversa normal, de nora e sogra. Só perguntei as intenções dela, filhote. Nada demais. - Deu de ombros, e Reinier estreitou os olhos na direção da jornalista desconfiado. - Tenho outra novidade.

-Mais? Não me diga que são gêmeos.

-Não, é só um mesmo. Deus me livre, já vou sofrer por parir um imagina dois? - Negou se ajeitando na cadeira em que estava sentada. - Eu to noiva, e vou casar.

-Mas você já não era noiva? Que eu saiba cês já iam casar. - Questionou exasperado. - Esse povo de hoje hein, tudo avançado.

-Só que agora é com pedido oficial. Não vai ser uma cerimônia grande, filhote. Só quero eu, meu noivo, um padre ou juiz de paz, minhas amigas, meus sogros, a Dhio e principalmente você.

-Fico até emocionado com esse convite. - Sorriu bobo. - Imagina cê entrando na igreja, com um vestido marcando a barriguinha? Pera cê tá chorando, Willaynna?

-Sim, cara. Vai ser tão lindo. - Fungou passando a mão sobre o nariz. - E não vai ter vestido de noiva, é muito caro. E as coisas do bebê já gastaram todo o meu dinheiro.

-Você vai casar sem um vestido de noiva?

-Meu amor, eu vou enrolada até num tapete, se for pra casar com o Gabriel.

-Você ficaria linda de tapete, mãe. - Elogiou, e a jornalista não conteve uma risada. - É uma pena eu estar tão longe. Só queria te dar um abraço.

-Eu também, meu amor. Quando você vier pra cá, nós vamos gastar todo o dinheiro que tu ganhou aí no Real, com coisas de bebê, lá no shopping. Vamos comprar aquela loja da Gucci inteira.

-To indo aí pra falir. - Comentou risonho. - Cê já decorou o quarto? Já arrumou as bolsas da maternidade? Já comprou uma cadeirinha...

-Já comprei tudo, Reinier. - Afirmou. - Você sabe que eu sou ansiosa e não consigo deixar nada pra depois. As malas estão prontas, e tudo mais. Ainda faltam duas semanas eu sei. Eu sou tão ansiosa. To até tendo algumas contrações essa semana.

-Que bom, ele pode nascer a qualquer momento não é? Digo, sei que faltam duas semanas, mas pode acontecer de vir antes?

-Sim, pode. Mas eu espero que ele aguente até às próximas semanas, né filho? Espera pelo menos a mamãe se casar pra nascer... Aí! - Urrou ao sentir uma dor na barriga. - Jesus eu fiz xixi nas calças.

-Você fez o que...? - Perguntou rindo da cara de envergonhada que a jornalista esboçou. - Espera, você fez xixi ou...

-Acho que minha bolsa estourou. - Fez uma careta ao ver líquido amniótico com um pouco de sangue escorrer pela chão do quarto. - Acho que vou parir.

-Como assim? Mas já? Não era duas semanas? Aí meu Deus... Respira... Inspira... - Reinier se desesperou, olhado seriamente para a mulher que se contorcia de dor. - Minha nossa senhora, cadê seu noivo?

-Ele não tá em casa. Foi comprar pão, porque eu queria. - Respondeu respirando fundo como o mais novo mandava. - Nossa tá saindo muito líquido, e sangue. Que nojento. Eu tô enjoada, acho que vou vomitar.

-Vai lá ligar pro pai. Cês precisam ir pro hospital, se não a criança nasce aí mesmo. - Se acalmou. - Continua mantendo a respiração e me liga quando parir, okay?

-Okay. - Concordou já desligando e discando o número do noivo.

-Alô? - Ouviu sua voz grave e inspirou novamente. - Will tá tudo bem?

-Bebê nascer agora. - Se embaralhou nas palavras. - Vem rápido casa.

-Tô indo. Faz o seguinte toma um banho e separa as malas que estão no guarda-roupa. - Instruiu recebendo um murmúrio em concordância. - Aguenta firme, to chegando.

Will seguira à risca tudo o que o noivo mandara. Tomando um banho, vestindo um vestido confortável azul marinho e separando as coisas que seriam necessárias e utilizadas enquanto estivesse no hospital.




A médica passava o ultrassom sobre a barriga enorme de Will, chegando os batimentos e a pressão do bebê, que segundo ela parecia já ter formado todas as partes de seu corpo, e que já estava em posição para nascer.

-Mais alguns centímetros, e esse rapazinho já estará pronto para vir ao mundo. - Falou limpando o gel gelado, e cobrindo a barriga novamente. - Monitorarei os batimentos e de quinze em quinze minutos uma enfermeira vira checar a dilatação. Deixarei vocês a sós aproveitando as últimas horas de paz.

Após a médica sair, a mulher respirou fundo, encarando o noivo, que esboçava uma expressão assustada no rosto, com o olhar em um ponto fixo do quarto hospitalar.

-Tenta não desmaiar, por favor. - Brincou, arrancando um riso esganiçado por parte do atacante. - Tá nervoso?

-Um pouco. - Respondeu simples, ainda olhando para o ponto fixo. - E se eu não for um bom pai? Digo, eu tive um ótimo exemplo paterno, mas e esse... Se eu não conseguir?

-Você vai conseguir, meu amor. Você será o melhor pai, assim como é um ótimo companheiro, pra mim e para todos que te circundam. - Encorajou, brincando com o anel em seus dedos. - Nós seremos ótimos pais. Doidinhos, mas ótimos.

E depois de quase dez horas de luta, finalmente haviam se chegado os dez centímetros, e Will sequer conseguia respirar, de tão forte que era dor.

Empurrou, suou, gritou, xingou, lutou, desistiu, mas voltou e tudo isso foi compensado quando o chorinho agudo invadira o quarto da maternidade e os ouvidos de Willaynna, que sorriu emocionada ao ver o tão pequeno ser, que tinha um significado tão grande.

-Ele é tão lindo. - Não segurou as lágrimas, ao tocar a mãozinha do bebê, que se remexeu, sentindo o calor materno. - Meu maior amor.

-Nosso maior amor.



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@willaynna

𝐎𝐍𝐄 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓 - 𝐆𝐀𝐁𝐑𝐈𝐄𝐋 𝐁𝐀𝐑𝐁𝐎𝐒𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora