Que comecem os jogos

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#BeijosDeCereja 🍒

Eu ressonava tranquilamente até acordar com o barulho do despertador me tirando dos meus sonhos inusitados e avisando que a segunda-feira havia chegado tão rápido quanto as férias passaram. Não é como se eu não gostasse de ir para escola... Na verdade, eu até gostava. Eu era reconhecido pelo meu cérebro brilhante e por ser o aluno exemplar da Cornélia School, mas apesar de gostar do aprendizado e de poder me sentir revigorado com a forma que meus colegas me tratam por simplesmente ser mais inteligente do que a maioria daqueles estudantes, eu não gostava muito das pessoas daquele lugar.

Como em qualquer outra escola, a Cornélia School não escapava dos grupos sociais. Haviam os indies, os emos, os dançarinos, o clube de xadrez, o clube dos garotos populares de futebol americano, que por ventura eram os que mais me incomodavam, e também os garotos que eram populares por serem apenas ‘’foras da lei’’. E não é querendo ser chato ou entrar nessa rivalidade que vemos em filmes, mas eu detestava pessoas sem cérebro que zombavam dos que, assim como eu, optaram por serem reconhecidos por suas mentes inteligentes e criativas.

E não é como se eu não tivesse nenhum amigo no grupo dos populares, vez ou outra Jung Hoseok, o Running Back do time de futebol americano, Crows, me cumprimentava e eu o achava bacana. Quer dizer, não éramos amigos, mas caramba o jogador bonitão da escola dizia oi para mim quando nos viamos nos corredores!

Outro fato interessante sobre Cornélia School, é que eu e os meus amigos podíamos ser gays ou bissexuais assumidos abertamente sem que ninguém nos enchesse o saco. Claro que um ou outro me enchia a paciência, mas eu sabia que no fundo apenas queriam me foder. Afinal, quem não queria? Eu sou Park Jimin, o garoto lindamente brilhante e adorável do colégio. E por mais que eu fosse gostoso o suficiente para poder sair com qualquer um, eu sempre soube selecionar bem. Nada de jogadores e ‘’foras da lei’’. Esses eram péssimos, e eu já vi milhares de vezes com os meus próprios olhos cor de mel esses caras destruindo corações por onde passavam. E eu, Park Jimin jamais seria um desses.

Quando eu estava vestindo o uniforme da escola, parei em frente ao espelho e dei uma boa olhada em mim mesmo. O uniforme escolar poderia ser tosco, mas a gravata xadrez e a blusa social eram um conjunto que deixavam os garotos de Cornélia ainda mais atraentes, e as meninas também ficavam estonteantes com suas saias e blusas de botões.

Desci correndo a escada da minha casa, e dei um beijo estalado na testa da minha irmãzinha. Diana, era minha princesinha esperta e um tanto intrometida. Ela tinha 5 anos de idade e falava mais do que deveria para as garotas de sua idade, mas eu a amo como nenhum outro. Eu sempre gostei de crianças, e desde a chegada de sua irmãzinha em sua vida passou a ser o responsável por trocar as fraldas, dar os banhos, ensiná-la a falar e chegar aonde estão hoje... Levando a escolinha! Seria seu primeiro ano no fundamental, onde as crianças fariam mais do que apenas comer terra. Provavelmente, comeriam areia do parquinho e depois fariam alguns rabiscos com giz de cera no caderno. Mas Diana não, essa era bem mais espertinha e como eu disse, intrometida para sua idade.

Ela sempre me fazia perguntas constrangedoras e que me deixavam incerto sobre a idade da pestinha.

- Minie, essa noite você me prometeu que iríamos tomar sorvete juntos e você deixaria que eu fizesse trancinhas no seu cabelo... Você não vai se esquecer né?

- O que? Diana, da última vez que você fez trancinhas no meu cabelo eu fiquei quase careca! Foi horrível conseguir tirar todos aqueles elásticos sem que um tufo de cabelo caísse também!

- Minie... Mas você prometeu!

- E você prometeu ficar longe do meu quarto e mesmo assim todas as vezes mexe nas minhas coisas! 

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