Capítulo 18

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Abriu uma porta e entraram. Era uma sala grande, lotada de vinhos em uma parede, em outra destilados, whisky e afins, uma adega gigante, pode-se dizer.

Anahí de boca aberta: Você tem um estoque do seu bar em casa?

Alfonso riu: Não, não é do bar. É daqui mesmo. Meus pais dão algumas festas as vezes, recebem algumas pessoas... E nós apreciamos uma boa bebida. – Piscou e pegou uma garrafa de tequila, se virando para ela. – Comemoração tipicamente mexicana, tá dentro?

Anahí: Tô dentro! – Se empolgou e o ajudou a pegar as coisas.

Ele pegou dois copos de tequila e a garrafa da bebida. Saíram em direção da cozinha, pegaram sal e limão, assim como uns salgadinhos e levaram para a sala de jogos, na parte externa da casa, um pouco mais afastados para não fazer barulho.

Alfonso: Saúde! – Disse quando já estavam acomodados, com os copos e preparativos prontos. Um sentado de frente para o outro, no chão, com as coisas espalhadas no chão, em cima de uma toalha.

Anahí: Saúde! – E viraram o shot.

Alfonso: E então... Que dia começa?

Anahí: Acho que no máximo em um mês. Eu estou muito feliz, o salário é legal, consigo arcar com todas as minhas coisas e até mesmo alguns luxos.

Alfonso: Tipo? – Encheu o copo de novo.

Anahí: Ah tipo uma academia com dança, cursos intensivos de fotografia, comprar meus materiais de pintura, pagar um aluguel, quem sabe, minhas contas e ainda sobrar para guardar. Mas estou em duas funções, atendimento e fotógrafa quando tiver campanhas.

Alfonso: Boa.

Assunto vai e assunto vem, e meia garrafa já tinha ido embora.

Alfonso: Como assim, eu duvido.

Anahí riu: Sou difícil de ficar bêbada! – Virou mais um shot. – Podemos até abrir mais uma garrafa, aí sim eu vou começar a dançar sozinha, subir nessa mesa de sinuca e sabe lá o que mais.

Alfonso: Finalmente uma companhia para beber! Amém! – Levantou as mãos para o céu e ela gargalhou. Claro que já ficavam alegres.

Anahí: Mas espera... Você não bebe todo dia né?

Alfonso: Claro que não, às vezes. E hoje estamos comemorando, né.

Anahí sorriu: Siiiiim! – Levantou o copo e viraram mais um.

Mais um pouco de conversa e estavam alegres, cheios de gargalhadas e assuntos aleatórios...

Anahí: Hum... Quatro? O resto deve ser tudo uma noite e nada mais! – Tentava adivinhar quantas namoradas ele já tivera.

Alfonso riu: Eu sou muito comportado, Any! Pra casar, ter quatro filhos e um cachorro. – Fez pose e arrancou mais uma gargalhada dela. – Que foi? Não acha?

Anahí: Não! Tem cara de safado e que não quer compromisso.

Alfonso: Que absurdo! Eu só ainda não encontrei a mulher ideal, me usam e jogam fora!

Anahí explodiu na risada de novo: Que cara de cão abandonado! Tá bom que te usam. Duvido, você deve usar esses olhinhos para seduzir um monte.

Alfonso riu: Vou ficar me achando! – Ela piscou e ele piscou de volta.

Anahí: Odeio quando você pisca. – Jogou um salgadinho nele.

Alfonso: Au! – Pegou e comeu. – Por quê? Você piscou também! – Acusou.

Anahí: Porque é... – Se calou. – Ok, ainda não estou tão bêbada para dizer. E eu pisquei porque estou pegando seu tique nervoso!

Alfonso: Ei! Não é tique nervoso!

Anahí bufou: EU. SEI! Por isso não gosto.

Alfonso: Ah agora vai me dizer! – Tomaram mais um shot.

Anahí: Não digo. – Fingiu fechar a boca, passando um zíper.

Alfonso: Ah diz sim, quer apostar?

Anahí: Apostar o que?

Alfonso: Sinuca! – Apontou a mesa com a cabeça.

Anahí: Eu não sei nem como começa a jogar isso aí.

Alfonso: Eu te ensino, ué!

Anahí olhou desconfiada: E a aposta entra onde?

Alfonso: Se eu ganhar, você me diz qual é o seu lance com a minha piscada. Se você ganhar, pode me perguntar qualquer coisa que quiser e eu vou responder.

Anahí começou a sorrir: Estou gostando disso! Mas... – Fechou o sorriso. – Injusto. Eu nem sei jogar.

Alfonso: Mas eu vou te ensinar. Mesmo que perder, terá sua vantagem vai!- Piscou e ela abriu a boca indignada com a provocação. – Sim?

Anahí virou mais um copo: Não deveria. Mas topo.

Alfonso virando o copo dele também: Então vamos.

Se levantaram e ele posicionou as bolinhas na mesa. Ela apenas observava, sabia que estava dando um tiro no pé, era óbvio que perderia, mas estava valendo pela diversão.

Alfonso entregando um taco: Pronta?

Anahí: Não. E já estou arrependida.

Alfonso riu: Sincera. Bueno, vou te ensinar por partes, jogamos uma vez sem valer e vemos como vai tudo ok?

Anahí: Ok, professor. – Se posicionou ao lado da mesa.

Alfonso: Você sabe que a bola branca não pode cair na caçapa e a preta se você acertar antes das outas, eu ganho.

Anahí: Certo, preta e branca são as minhas preferidas já que eu não vou acertar mesmo.

Alfonso riu de novo: Seja otimista. Tem um ótimo professor, senhorita Portilla. Quero ver vontade de vitória! Sangue nos olhos.

Anahí arregalou os olhos de brincadeira: Onde me enfiei, gente? – Riram. Era o que mais faziam.

Alfonso: Então vamos começar. Você tem que bater na bola branca com a força que achar necessária para acertar o restante, ok?

Anahí: Ok. Assim né? – Arrumou o taco na mão, mas quando ele riu ela já sabia que nem começara e já estava fazendo besteira. – O que?

Alfonso: Está do lado errado. É o mais fino que bate na bola.

Anahí: Para de rir de mim! – Ameaçou com o taco.

Alfonso: Parei. – Segurou o riso.

Anahí: Ok. – Se posicionou novamente, agora com o taco do lado certo. – Poncho, sério, eu não sei nada. Nem sei como faço é só encostar?

Alfonso: Vou te ajudar. – Deixou o próprio taco de lado. – Nunca viu ninguém jogando sinuca?

Anahí fez careta: Não.

Alfonso: Você é canhota, né? – Ela assentiu. – Então posiciona sua mão direita assim. – Demonstrou em cima da mesa. Ela se inclinou levemente para frente. – Com sua mão esquerda, segura o taco assim. – Arrumou para ela, que segurou. – E desse jeito... – Se colocou atrás dela, bastante próximo, colocou a mão direita ao lado da dela, corrigindo seus dedos e a esquerdar junto da dela também. E pronto... ali estava a carga elétrica.

Ela prendeu a respiração e ele respirou fundo, sentindo aquele perfume doce.

Alfonso: E agora, você mira. – A voz rouca em seu ouvido quase a fez desmaiar. – E acerta. – Levou o taco levemente para trás e depois para frente, com certa força e ela viu as bolinhas se espalhando em um barulho estridente. – E tchã-ram!

Anahí sorriu: Até que fui boa, né? – Se virou animada, mas então ficou entre a mesa e ele.

Alfonso sorriu: Ótima. – A vontade que tinha era de grudar os corpos, mas ainda restava um pouco de sanidade. – Quer tentar sozinha?

Anahí: Si. – Desviou o olhar e ele deu um passo para trás.

My Only OneWhere stories live. Discover now