Capítulo 106

484 31 8
                                    

Os amigos perguntavam sobre a viagem de Anahí e Alfonso, que contavam empolgados tudo que tinham feito e visto, mostrando fotos na câmera de Anahí inclusive. Cecília não sabia se estava mais incomodada com isso ou com Mia e Miguel que sempre sorriam um para o outro sempre que podiam.

Dulce: Que demais, lembro que quando fomos ainda não tinha essa parte dos novos chalés. – Comentou depois de verem todas as fotos.

Alfonso: O Ucker falou, mas vale a pena voltar. É um pouco mais caro, mas você tem até serviço de entrega de comida e bebida.

Cecília: Quando fomos para o Canadá tinha um sistema parecido, né Poncho? – Todos a olharam. – Nossa desculpa, foi só um comentário.

Maite: É que você sempre tem um comentário e as vezes é mais interessante guardá-los para nós mesmos. – Alfinetou.

Alfonso apenas negou com a cabeça e olhou a namorada, que obviamente tinha a cara um pouco amarrada. Se afastou para não ser grosso, indo buscar outa bebida com Anahí. Miguel olhou Cecília como quem diz eu avisei e Mia ficou calada.

Cecília: Não fiz por mal, só associei.

Dulce: Deveria associar outas coisas agora, tipo o quanto o Poncho não é mais seu namorado tem bastante tempo.

Christopher: Ok, ok gente. Mudando de assunto né. – Achou melhor quando viu a cara da mulher de quem ia iniciar uma discussão.

Dulce: Por quê? Ela está ou não com o Miguel? Que sem noção. – Revirou os olhos.

Cecília: Sim eu estou com o Miguel. – Pegou a mão do mesmo que a olhou confuso. – E é por isso que não vejo problema no meu comentário, somos todos adultos e o passado ficou para trás.

Maite: Não parece do jeito que fala e se comporta.

Cecília: Engraçado que só lembram do passado quando convém me atacar né? Agora quando é o passado da amiguinha de vocês que usou o meu namorado para ficar com o irmão dele ninguém toca no assunto. – Depois que falou colocou a mão na boca se arrependendo. E se arrependeu mais ainda quando ouviu.

Anahí: Como é que é? – Cruzou os braços e todos olharam surpresos pelo tom.

A verdade é que com a terapia, ela estava perdendo o medo de enfrentamento, o que em muitos casos era ótimo. Não físico porque esse ainda era outro patamar. Só que antes ela evitava esse confronto verbal para evitar que tudo evoluísse. Tanto ela quanto Alfonso fugiam de confusão, outro ponto que combinavam. Era desgastante, perturbava Anahí e mantinham o respeito pelos pais dele também. Agora... Já estava cansada de ser ofendida.

Cecília: Olha desculpa saiu sem querer. – Pediu contrariada ao ver o olhar de reprovação de Alfonso.

Anahí: Você fala muito sem querer, devia aprender a controlar a língua porque vai que um dia morde e nem você aguenta seu veneno. – Maite e Dulce sorriram. Mia disfarçou o sorriso atrás do copo.

Cecília se levantou indignada: Oi? Ficou doida, vai me ofender assim agora?

Anahí apontou o dedo: Você é a que menos pode falar alguma coisa de mim, não sabe de nada! E se sabe o que o Miguel te contou, deveria guardar para si.

Cecília: Desculpa querida, mas é a verdade.

Anahí: Eu não sou sua querida, fofa. – Disse irônica. – Se você tem necessidade de reforçar o quanto namorou o Poncho por anos, fique à vontade. Ele está comigo agora e sua dor de cotovelo não vai entrar no nosso caminho, sinto muito. Aliás não sinto não. Agora você está com quem te merece. – Olhou Miguel com desprezo e saiu irritada.

Alfonso sério: Miguel, isso nunca vai parar?

Miguel: Mas eu não... Eu não falei eu só...

Alfonso negou: Achei que estávamos melhorando, mas acho que sou um iludido mesmo. A minha namorada nunca desrespeitou a sua, mesmo ela sendo bem inconveniente as vezes, eu exijo que ela faça o mesmo.

Miguel: Esp... – Quando tentou chamar o irmão já tinha ido. O silêncio teria predominado se Mia não tivesse puxado um novo assunto com Christian.

Alfonso entrou atrás de Anahí, que estava sentada na sala mais reservada, olhando para um ponto fixo, pensativa.

Alfonso: Mil beijos pelo seu pensamento. – Colocou as mãos nos ombros dela, massageando.

Anahí fechou os olhos apoiando a cabeça nele: Isso nunca vai mudar. Sempre vai ter alguém para lembrar de como começamos. Justo ela, Poncho. – O olhou conformada. – Era óbvio que ele escolheria alguém assim, né? Para tentar tirar nossa paz. Eu luto tanto todo dia para me sentir em paz... – Soltou o ar cansada e ele se sentou na mesinha de centro, de frente para ela. – Não é justo.

Alfonso: Não deixa isso te afetar. É o que eles querem.

Anahí: Eu achei que estava tudo melhor, sabe? Eu só estava evitando ficar próxima dele porque ainda não consigo associar que ele não vai fazer nada comigo.

Alfonso: Eu sei. Eu sei o quanto é difícil estar no mesmo ambiente que ele.

Anahí: Nossos amigos ajudam, mas mesmo assim. – Levantou os ombros. – E aí vem uma... Mulher dessa que nem me conhece, achar que tem direito de falar e ... Qualquer um vê como ela te olha.

Alfonso: Eu sei. – Acariciou seu rosto. – Eu já percebi também. Só não quero que ela desestabilize a gente. Eles estão juntos, o que eu posso fazer? Não tenho direito de proibir nada e nem que ela entre aqui.

Anahí: Eu sei, jamais vou te culpar por isso. Só que caramba! Tá pior que novela isso aqui. – Conseguiu sorrir e ele acompanhou.

Alfonso: Quer ir embora?

Anahí negou: Não. Aqueles são nossos amigos e eu sou tão da família quanto ela. – Empinou o nariz.

Alfonso: Nossa, você falando assim... Até senti uns negócios aqui. – Se aproximou, sorrindo safado, tremendo um pouco de brincadeira.

Anahí: Ah é? – Mordeu o lábio e claro que já ria com ele se inclinando em cima dela. – Poncho. Alguém pode ver! – Bateu em seu ombro. Estavam tortos na poltrona.

Alfonso: Deixa ver! Assim quem ainda não entendeu, começa a entender. – A encarou.

Anahí: Entender o que? – Enlaçou seu pescoço com os braços.

Alfonso: Que você é minha garota. – Deu um selinho. – A mulher da minha vida. – Beijou a pontinha de seu nariz. – E eles vão ter que ver a gente toda vez, mesmo que nos achem os mais filhos da puta e depravados desse mundo.

Anahí riu: Eu não sou depravada!

Alfonso: Ah não? E esse pezinho aí me provocando?

Anahí sorriu cínica fez voz inocente: Ups.

Foi a vez dele rir e então a beijou.

Dulce: E é assim que o meu casal responde a invejosos. – Apontou e levantou o copo.

Todos olharam os dois se beijando naquela poltrona, mais juntos do que seria possível naquele mínimo espaço. Não faziam nada demais, mas Cecília tentou controlar a cara de poucos amigos. Miguel ficou desconfortável, mas logo esqueceu quando ouviu a risada travessa de Mia ao seu lado. Então a olhou e ela sorriu para ele levantando um ombro.

My Only OneTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon