Capítulo 133

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Anahí ouviu o que ele dissera. Estava se preparando para aquele encontro nas suas sessões. Quando conseguisse pronunciar uma frase "Vou encontrar com meu pai biológico" sem entrar em crise, faria isso. Conversar com ele tinha revivido ainda mais a vontade de acertar as coisas em sua vida. Não era errado ela querer fazer isso por si mesma, como também não era errado que quisesse estar com ele quando isso acontecesse. Pelo que ele dissera, ele também estaria esperando por isso. Foram mais três meses, três meses de esforços diários, falando com Maite, Dulce, sua família e por duas vezes eles se falaram de novo, mas apenas por mensagem. A primeira que Alfonso tinha mandado era pedindo algo.

"Só me avisa quando for acontecer, por favor. Estou aqui."

"Continuo aqui." – Foi a resposta dela.

Depois ela quem mandou.

"Meu pai vem semana que vem para irmos juntos. Estou pronta".

"Se cuida. Me avisa. Eu amo você". – Ele respondera, se sentindo mais nervoso que nunca. Será que tinha a aconselhado certo?

"Eu amo você."

Ela enviou com um sorriso. Estava mais animada e Maite percebia. Tudo depois da ligação. Embora a saudades os consumissem, aquilo tinha provado que mesmo depois de meses, o amor estava lá, eles não tinham se abandonado, apenas dado uma pausa por uma pendência dela, que era necessário ser resolvida antes que fosse tarde demais. E então o dia que iria para Espanha chegou. E Alfonso? Ah, Alfonso...

"Tentei te alcançar no aeroporto, mas você já estava dentro do avião. Desculpa, eu deveria ter te abraçado antes de ir. Se cuida, por favor. E volta pra mim"

Ela leu já dentro de sua casa, na Espanha. Depois que a mãe a abraçara de tudo quanto é jeito e os pais desgrudaram dela.

"Você foi no aeroporto? Nada é melhor que o seu abraço. Estou me cuidando pra ser sua para sempre. Eu pacto"

Ele apenas sorriu.

Nove meses separados.

Enrique: Então, está segura? – Pegou a mão da filha depois que jantaram. Ela estava na sala, no sofá, assistindo um musical com ele e a mãe.

Anahí: Não sei. – Suspirou e ele a abraçou, a deixando recostada em seu peito. – Eu senti saudades. Eu sinto sempre quando estou no México. Agora estou aqui e também sinto saudades de lá.

Marichello: De lá? Ou de alguém que mora lá?

Anahí olhou a aliança, na mão apoiada no pai: Todo dia sinto saudades dele, mesmo quando estou lá.

Enrique: Não acha que já foi suficiente? Eu nunca, em toda minha vida, te vi tão bem, filha. – Fez com ela o encarasse. – Você tem amigos, você namorou por vontade própria. Contou seus medos para ele e ele não saiu do seu lado. Não chora. – Enxugou as lágrimas teimosas dela.

Anahí: Não é justo papai. Ele não merece que eu o puxe para o meu abismo.

Enrique: Qual abismo? O que você superou?

Anahí: Eu não sei se superei. Ainda tenho pesadelos. E se depois de amanhã vermos que eu nunca vou passar por cima disso?

Enrique sorriu: Se não conseguisse jamais estaríamos tendo essa conversa sem te ver nervosa, ofegante e em pânico. Está falando conosco tranquila.

Marichello: O único que vejo é você com esse celular na mão, preocupada se ele te chamar e você perder a chance de falar com ele. Filha você lembra quando chegou aqui e tinha medo de tudo? De todos? – Anahí assentiu. – Lembra o que sempre te falamos?

Anahí: "O segredo, querida Any, é rodear-se de pessoas que te façam sorrir o coração. É então, e só então, que você estará no país das maravilhas." – Lembrou-se quando eles adaptaram a frase do filme com o nome dela.

Enrique sorriu: É isso. E eu sei que hoje algumas pessoas fazem seu coração sorrir.

Anahí respirou fundo: Ele faz. – Abaixou a cabeça, apoiando a mesma nas mãos.

Enrique: Ele faz muito mais. – Anahí o encarou. – Independente do que aconteça nesse encontro, você precisa voltar a ter a luz que tinha quando estava com ele, filha. Pensa com carinho, você pode perdê-lo por achar que não é justo com ele, o privando de estar com a mulher que ele ama porque você acha que é o melhor.

Marichello: Nós entendemos que precisava estar segura sozinha para que não deixasse esse relacionamento sucumbir caso você sucumbisse. Mas olha só para você, olha só como você está mais forte, mais madura. Está aqui prestes a enfrentar o seu maior medo cara a cara. Você está pronta para tudo e nada nos deixa mais felizes e orgulhosos.

Enrique: Sabemos que você acha que não merece ser feliz, que acha que por sua culpa a Marina não pôde ser feliz por ter a vida interrompida. Mas você merece ser muito feliz.

Marichello: E eu tenho certeza de que sua mãe está torcendo por isso de onde estiver. Pensa com carinho. Ele não pode te esperar para sempre. – Anahí abriu mais os olhos, preocupada. – É a verdade. Ele está esperando agora, mas e depois?

Enrique: Depois que você encontrar com aquele miserável podemos conversar mais e você nos diz o que acha. Que tal?

Anahí: Ok. Eu vou pensar.

Marichello: Nós amamos você, querida e queremos te ver feliz sempre. Você é o mais importante das nossas vidas, jamais permitiríamos que estivesse com alguém que não fosse o melhor para você. Sua parte sozinha você fez muito bem feita, agora é hora de vocês voltarem a ser um casal e continuar a fazer a parte de vocês melhor ainda. – Piscou e Anahí sorriu a abraçando.

Anahí: Eu também amo vocês. – Fechou os olhos e sorriu feliz.

No dia seguinte seria o grande encontro e talvez isso a fizesse tomar uma decisão, embora ela estivesse cheia da saudade que sentia. Deixaria para pensar nisso depois que o nervosismo pelo encontro do dia seguinte passasse. E por isso ela ficou a noite acordada, pensando em como agir. Depois ela descobriria que não tinha muito o que pensar, teria que esperar para ver. Enrique tinha tratado de marcar o encontro. Por ter alguns conhecidos, nada demais em questão de influências, mas por isso conseguira que aquilo acontecesse dentro da delegacia central. E era para lá que estava indo com a filha naquele momento.

Anahí estava de calça jeans e uma blusa de alça, com um casaco amarrado na cintura. Tenis no pé e cabelo solto. Não levara o medalhão da mãe porque tinha mede perder, mas anter de sair o olhou por algum tempo, em uma tentativa de conversa e calmaria. Estava apertando uma mão na outa, sentindo a aliança ali. Fechava os olhos e mentalizava que ficaria tudo bem.

Gomez: Enrique... Ele chegou. – Entrou na sala que os dois aguardavam e Anahí levantou os olhos arregalados.

Enrique levantou: Pronta? – Estendeu a mão.

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