Capítulo 129

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Ruth: Filho?

Alfonso: Tudo bem. – Balançou a cabeça e depois de um suspiro levantou. – Vou para o bar, ok? Desculpa, eu só precisava saber.

Ruth: Não tem problema. Só não fale mais com ela, não vai te ajudar muito, pelo contrário.

Alfonso: Por mim ela some de vez. – Beijou a testa da mãe e depois um aceno de cabeça para os outros saiu, agora sem a pressa de quando chegou.

Ruth: Estou preocupada. Nunca o vi assim.

Armando: Pensei o mesmo querida. – Sentou-se e olhou Miguel.

Miguel: Vou mandar uma mensagem, ver se ele quer conversar ou... Não sei. Vou tentar ver se ajudo.

Mia: Desculpem eu sei que não era para eu estar aqui, mas ele veio e eu tentei segurá-lo.

Ruth: Tudo bem, Mia. Ele não ia aguentar ficar esperando. – Sorriu confortando.

Mia: Bom, eu preciso ir, tenho que passar na filial do centro. Mas se precisarem de alguma coisa, estou com o celular. – Deu um selinho em Miguel, que já havia chamado o irmão por mensagem e saiu apressada.

Alfonso apenas respondeu que estava tudo bem, que ainda não queria conversar sobre nada. Miguel respeitou. Em algum momento sabia que o irmão falaria, quando estivesse pronto. Foi para o bar ainda de manhã e achou melhor se concentrar no trabalho para que não corresse para casa dela. Acontece que tudo lembrava ela e ele pensou que estava ficando louco apenas um dia depois de tudo. Como lendo os pensamentos dele, pouco depois que chegou Christian e Christopher entraram no estabelecimento, ainda fechado claro e caminharam até ele ,que estava sentado no balcão do bar na frente do notebook.

Christian: E aí, cara? – Fizeram um toque com as mãos.

Christopher: Não fica assim. – Disse vendo a cara do amigo. – Já já vocês estão juntos de novo.

Alfonso: Eu só... To tentando focar em outas coisas, ok?

Christopher: Uhum, claro. – Deu a volta e pegou uma garrafa de tequila.

Alfonso: Tequila, não. – O impediu de abrir a garrafa. – Qualquer coisa, tequila não.

Christian compreendendo: Eles tomavam juntos.

Christopher: Tequila, não. – Concordou guardando a mesma e pegou um whisky.

Alfonso soltou um riso: Sério? Meio dia?

Christopher: Dor de amor não tem hora, meu amigo. – Deu duas batidinhas em seu ombro, serviu três copos e levantaram os mesmos. – Saúde. – Estavam ainda com o copo na boca quando...

Dulce: EU SABIA CHRISTOPHER UCKERMANN! – Jogou a bolsa em uma mesa e foi até eles com a amiga. – Já iam se embebedar.

Maite: Homens... TÃO previsíveis.

Dulce: E aí? – Sorriu triste e abraçou Alfonso, que correspondeu.

Maite: Como está? – Repetiu o ato da amiga.

Alfonso levantou o ombro: Sem acreditar... Depois eu acredito... Depois eu não acredito. – Parou de falar e encarou Maite, que entendeu na hora.

Maite: Ela está.... Destruída? – Perguntou olhando a ruiva, que negou com a cabeça. Alfonso apenas apoiou cotovelo no balcão, segurando a cabeça. – Eu não sei bem o que dizer porque qualquer coisa que te fale, você vai ficar mal.

Dulce: Ela pediu para ficar sozinha.

Alfonso olhou de pronto: Sozinha? – Levantou-se correndo. - Mas e se ela tent...

Maite apoiou as mãos no ombro dele o impedindo de sair: Ela não vai fazer nada. Pode confiar.

Alfonso aflito: E se fizer? Ela mesma disse que já tentou, eu não posso deixar!

Maite: Ela não vai fazer. – Prometeu o olhando firme. – Ela precisa. Precisa enfrentar sozinha um pouco, ok? É por isso que você está aqui assim, parecendo um zumbi e ela lá, sem se levantar da cama agora. Para um dia tudo melhorar. Certo? – Ele assentiu passando a mão no cabelo, angustiado, os olhos já enchendo de água.

Dulce: Eu não posso demorar, sai rapidinho para almoçar, mas queria saber como estava. – Pegou na mão dele. – Por favor, não se deixa abalar assim. Você precisa ser forte, tá? – Enxugou a lágrima dele. – Se meu marido chegar em casa sem saber meu nome, vou arrebentar vocês três. Já sabem né? Fora isso, conte comigo como motorista. – Sorriu o abraçando.

Alfonso conseguiu rir: Obrigada Dul. Ele jamais vai esquecer seu nome, nem se eu der entorpecente pra ele.

Dulce piscou: Ótimo. Te amo! – Deu um beijo no marido.

Christopher: Eu também. – Piscou e ela saiu correndo para não se atrasar na volta ao trabalho.

Maite: Eu só tenho paciente de tarde hoje! – Pegou um copo. – Please, baby! – Estendeu para Christopher que colocou a bebida.

Eles estavam lá, tentando animar o amigo. Nem afogar a tristeza na bebida ele tinha vontade. Nesse dia não ficaram bêbados, beberam só um pouco, conversando sobre outras coisas, mas chegou a hora que eles abririam e ele preferiu ir para casa. Não estava no clima daquela correria. E nesse dia a dia, passaram-se dois meses. Dois meses que não se falaram. Não por falta de vontade, os dois viviam com o celular na mão, diga-se de passagem. O que ficavam sabendo um do outro eram pelos amigos, até olhavam as redes sociais, mas como nunca postavam nada, não encontravam nada. Ficavam as fotos, as conversas no whatsapp e, o mais importante a lembrança. Como conseguiam? Ninguém sabia. Ela ainda não achava justo o puxar para aqueles problemas que tinham e ele não queria atropelar uma decisão dela, sabia que era difícil para ela também então estaria pronto, esperando que ela voltasse, mas sem ir atrás dela e bagunçar tudo. Tinha até medo de quando chegasse lá, ela tivesse que explicar tudo de novo e então os dois sairiam ainda mais machucados. Anahí continuava com a terapia, Maite abordava tudo de novo e ainda achava que ela deveria falar com o pai biológico. Estava mais magra, com olheiras, exausta psicologicamente, mas ela se esforçava como nunca porque estava farta de não conseguir superar aquilo. Continuava na agência e em breve os pais dela iriam encontrá-la no México. Alfonso também tinha emagrecido um pouco, já não chorava tanto, bom... não como antes. Tocava o bar com os amigos, se distraindo o máximo que podia. Em resumo todos viam o quanto os dois estavam sofrendo com aquilo e por mais que não entendessem, respeitavam o momento. Em uma das madrugadas que chegou em casa depois do trabalho, o moreno sentou no jardim, observando o céu e tentando trazer a paz que sentia com ela naquele lugar antigamente.

Miguel: Oi.... – Apareceu atrás dele, de camiseta e calça de algodão, nitidamente estava dormindo.

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