— Harry! — Louis grita, correndo atrás do garoto para fora da tenda e o fazendo se assustar levemente. Styles dá um pulinho, não esperando ter sido seguido, e olha alarmado para os lados até encontrar o escritor atrás de si. — Achei você! Por favor não fique bravo com os garotos por minha causa, por favor!... Ou comigo. — Ele diz ofegante por ter corrido pelo lugar até encontrar o mais novo sentado embaixo de uma árvore. Louis respira fundo e se senta ao seu lado na grama verde.
Harry suspira, liberando a respiração de forma aliviada, ao ver que é apenas o escritor se aproximando. Leva alguns segundos para sua respiração normalizar após o breve susto e mais alguns segundos enquanto ele encara o mais velho com olhos curiosos. Em seguida, ele desiste de tentar entender e pega o celular no bolso traseiro, começando a digitar.
— Não estou bravo com você. Só com aqueles idiotas implicantes. — Revira os olhos ao lembrar da brincadeira feita pelos amigos alguns minutos atrás. Às vezes, eles gostam de pegar no pé de Harry, nada fora dos limites, porque o garoto se deixa levar muito rápido.
— Eles estão me ajudando com uma coisa... Você vai saber em breve, eu prometo. É só que... Eu quero que seja surpresa. — Louis explica, encolhendo os ombros, como um pedido de desculpas, e deixando um pequeno sorriso tímido e gentil dançar em seus lábios.
Harry assente e dá de ombros, mesmo que seus pensamentos não parem em sua mente confusa. Por que o escritor lhe queria fazer uma surpresa? Eles se conheciam há poucas semanas e apesar de, lentamente, ele estar se introduzindo na família circense e começando a se tornar um amigo, Harry não entendia. O que seria era surpresa?
Ele resolve engolir em seco sua curiosidade e deixar que o escritor o conte sobre seja lá o que for na hora certa. Um silêncio reconfortante cai sobre os dois, assim como a brisa fresca cortando a noite estrelada.
Harry ama as estrelas e adora observá-las.
— O céu está lindo. Você gosta das estrelas? — Harry digita quietamente, seus pensamentos se debatendo sobre puxar ou não uma conversa. Por fim, ele respira fundo e pensa 'por que não', Louis sempre se mostra interessado em se aproximar e conversar sobre qualquer coisa que venha a sua mente. Ele cutuca Louis timidamente e mostra a tela do celular com a mensagem aberta.
Os olhos azuis brilham com a pureza da pergunta - e com a tímida, porém apreciada iniciativa - e o mais velho sorri antes de responder.
— Eu as amo. Elas são lindas não são? Eu poderia passar horas apenas as admirando e tentando contá-las. — Suspira, olhando para o céu escuro e cheio de pontinhos brilhantes, — Não importa onde eu esteja, para onde eu me mude, elas estão sempre lá. Eu poderia escrever livros e mais livros sobre as estrelas e sobre o céu, mas acho que as outras pessoas não gostariam tanto. Elas tendem a achar entediante o que está acima da compreensão.
Harry assente e se volta para o celular, franzindo as sobrancelhas concentrado, demorando alguns bons segundos para digitar uma resposta: — Eu gostaria, gostaria muito mesmo. As estrelas e a lua já presenciaram tantas histórias, já foram testemunhas de tantos amores e já viram tantas coisas acontecerem no mundo... Sei que vai soar loucura dizer isso, mas eu queria ser uma estrela. Eu diria que elas são o baú de memórias do mundo, guardando muitos segredos ao longo do tempo.
Louis suspira e sorri admirado com o que lê. Ele passa alguns segundos olhando para Harry, porque, francamente, o garoto é feito de arte e poesia sem ao menos tentar ser. Louis acha que ele é de uma pureza e beleza tão única que fazem seu coração aquecer e bater mais forte. Seu crush pelo garoto está ficando mais forte a cada dia. Especialmente, quando eles dividem esses raros momentos sozinhos.
Você é uma estrela.
Ele gostaria de dizer, contudo, guarda as palavras para si mesmo, para não assustar Harry com sua intensidade precoce. Talvez, um dia, tenha a oportunidade para dizê-las em voz alta.
— Não é loucura... — Louis sussurra, olhando fundo nos olhos verdes, e oferece um sorriso doce, não conseguindo se expressar em palavras e deixando o silêncio cair sobre eles novamente.
Harry se sente um pouco nervoso com essa proximidade repentina. Pode até mesmo jurar que a sensação dentro de si é causada por milhares de pequenas asas batendo contra as paredes de seu estômago; e ele não sabe o que isso quer dizer. Essa sensação nunca fora sentida por ele antes. Nunca sentira tanta vontade de poder falar com alguém quanto sente agora. Vontade de poder vocalizar suas palavras e usar sua voz para se expressar. Ele quer apenas deitar na grama ao lado de Louis e passar horas conversando sobre a infinidade do universo. Tanto o universo do céu, quanto o do que se esconde nos olhos azuis.
Louis, por sua vez, quer abraçar Harry e contar para ele milhares de histórias, só para poder ver os olhos verdes brilharem. Quer contar sobre as aventuras das quais experienciou e colecionou ao longo do tempo. Assim como as estrelas no céu.
Louis nunca gostou tão rápido de alguém.
É assustador que ele não possa evitar os sentimentos que preenchem seu peito toda vez que olha para o garoto ao seu lado.
— Você acha que existe vida em outros planetas? — Tomlinson pergunta aleatoriamente e ri divertido, deixando à mostra algumas ruguinhas no canto de seus olhos.
Louis se sente como um adolescente apaixonado, com uma necessidade urgente de tocar e conversar com Harry a todo momento. Como se o todo o tempo do mundo ainda não fosse o suficiente. E mesmo que para preenchê-lo, ele tenha que fazer uma pergunta boba.
Embora Louis, estranhamente, esteja realmente interessado na resposta. Sendo honesto, ele está interessado em saber a opinião do mais novo para todo e qualquer assunto.
Harry observa, por alguns instantes, Louis rir, achando adorável como ele tampa a boca com a mão e como seus olhos brilham. — Sim. O universo é enorme, existem muitos planetas, por que seríamos os únicos com vida? Não faz sentido sabe... São muitos planetas, estrelas e galáxias, não acho que estamos sozinhos. A gente só sabe que o universo é grande, mas não sabemos a dimensão dessa grandiosidade. Nossa galáxia é tão irrelevante comparado ao resto. — Suspira, olhando Louis nos olhos por alguns segundo e fazendo um pequeno biquinho (o máximo que seus lábios permitem), — Eu queria poder visitar outras galáxias.
— Eu também, mas acho que não preciso ir tão longe para isso... — Sussurra encarando os olhos verdes.
— Como assim não? — Franze o cenho.
— Eu vejo galáxias nos seus olhos. Milhares delas... — Sussurra, observando as bochechas de Harry ganharem uma cor viva e bonita. — E há mais estrelas em seus olhos do que no céu acima de nós.
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i saw galaxies in your eyes [2.0]
FanfictionHarry nasceu e cresceu no circo, mas por conta de uma doença que não o permitia falar, ou sorrir, viveu uma vida escondido sob os bastidores. Porém, tudo muda quando Louis, um escritor cheio de vida e que busca por novas aventuras, se junta à trupe...