08. we had a sassy monkey

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Harry mal teve tempo de digitar, ou de sequer pensar em, uma resposta, antes de Louis se levantar e ir embora. Alguém o gritava de longe, provavelmente, pedindo por ajuda para organizar a fogueira – que eles costumam fazer em todas as noites anteriores aos shows. Era uma tradição entre os membros do circo.

Styles observa, atônito, o escritor lhe oferecer um último sorriso gentil e, em seguida, se levantar, limpar a calça e sair correndo em direção a quem o havia chamado. A cena dura apenas alguns segundos, porém passa em câmera lenta diante de seus olhos arregalados e expressão surpresa. Depois isso, ele continua ali, embaixo da árvore, olhando para o lindo céu e processando as palavras de Louis; que agora ecoavam por toda sua mente, fazendo suas bochechas corarem e as asas em seu estômago acelerarem o ritmo.

Eu vejo galáxias em seus olhos. Há mais estrelas neles do que no céu acima de nós.

Harry sente como se algo em seu inteiror tivesse acabado de despencar... Provavelmente seu coração. Ou todos os seus órgãos.

Ele, definitivamente, não estava preparado para ouvir aquelas palavras tão bonitas vindas de alguém tão bonito. Ainda mais quando esse alguém é Louis. O rapaz que, lentamente, vem ganhando cada vez mais espaço em seu coração com o passar dos dias.

Harry não quer se apaixonar por ele, porque isso seria sinônimo de se machucar.

Ele já viu sua irmã sofrer por amor algumas vezes. Já viu seus amigos também. E, até mesmo, os seus pais, que mesmo sendo casados há tanto tempo ainda brigam, se desentendem e choram às vezes. Harry já viu o amor machucar em filmes, livros, séries e na vida real, por que iria querer isso para si mesmo?

Harry acha que a vida já o machuca demais com todos os problemas que ele precisa enfrentar todos os dias e acha que já tem muitas coisas com o que se preocupar. Ele não precisa de mais uma em sua lista extensa e variada. Definitivamente não.

Até porque, provavelmente, Louis só estava sendo gentil por pena.

É isso que ele está acostumado a receber das outras pessoas. Quando não é repulsa, é pena.

Harry permanece ali por mais alguns minutos, com muitos pensamentos frenéticos matutando pela sua cabeça. De longe, ele observa os circenses empilharem pedaços de madeira – uma fogueira ganhando vida e forma – e aos poucos, depois de o fogo ser ateado, as pessoas se sentarem em volta dela, no chão mesmo ou em velhas cadeiras de plástico dobráveis.

Aqueles eram seus momentos preferidos.

A união de todos enquanto conversam, contam histórias e riem após um longo dia de trabalho. Por algumas horas, eles deixam o cansaço de lado para aproveitarem a companhia uns dos outros e para esquecerem um pouco os problemas da vida e o estresse do trabalho. É sempre um momento bonito e mágico.

Harry, por fim, suspira e se levanta, caminhando até onde todos os outros estão. Ele se senta no chão de terra, sem se importar de estar se sujando, aos pés de Zayn. Com Gemma de um lado e Niall do outro. Logo, ele sente a mão de seu melhor amigo começar a mexer em seus cachos e a massagear seu coro cabeludo. Ele suspira contente e volta sua atenção para a conversa na roda.

— Vocês se lembram do Jo? — Michael, um dos palhaços, perguntou e todos os outros riram instantaneamente, compartilhando da mesma lembrança.

— Quem era esse? — A voz de Louis soa do outro lado da fogueira, curiosa, despertando o interesse de Harry, que o procura entre os rostos.

Não leva mais do que poucos segundos para que os olhos verdes encontrem os azuis.

Eles trocam um olhar e Louis sorri timidamente.

i saw galaxies in your eyes [2.0]Where stories live. Discover now