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𝐍𝐄𝐖 𝐍𝐄𝐈𝐆𝐇𝐁𝐎𝐑𝐒
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𝐒𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍

MAIS UM DIA NAQUELE MINI inferno que alguns chamam de escola. Além de ser um saco estudar com um bando de idiotas, ainda tenho que suportar Amber, filha do diretor, dando uma de dona do mundo e "aterrorizando" metade da escola.

Nós costumávamos ser amigas no fundamental. Sabe, aquela amiga que te convidam para dormir na casa dela, te beija, e no dia seguinte finge que nunca te conheceu? Pois é, estávamos na oitava série quando isso tudo aconteceu. Sabíamos o que estávamos fazendo, não tem desculpa para isso, mas ela se afastou e começou a me tratar como lixo, então desisti de tentar ser simpática também. Acredito que tenha sido melhor pra mim.

Não que ela fosse um monstro de sete cabeças, mas ela sabe muito bem como encostar nas feridas de alguém — principalmente nas minhas — e não mede esforços pra fazer isso.

— Seline mais uma vez nos agraciando com sua presença indiferente e desnecessária. — Ouço aquela voz estridente.

O que ela havia feito no cabelo dessa vez? Ontem mesmo seus cabelos estavam loiros, agora estavam ruivos. E aquela desgraçada continuava bonita.

— Se eu fosse tão indiferente e desnecessária, Amber, você não prestaria tanta atenção em mim quanto faz agora. — Respondo.

— Uau, hoje ela está afiada. — Ross, namorado de Amber, mais conhecido como bichinho de estimação dela, pronuncia-se.

— Uau! Você já pode sair sem a coleira! Que bonitinho. — Digo e ele apenas me olha com uma expressão de surpresa bastante exagerada.

Deixo-os de lado, ignorando completamente suas existências e destranco o armário para guardar meus livros de hoje. No mesmo instante em que a porta é aberta, um saco de lixo aberto derrama todos os seus dejetos em cima de mim.

— Pelo menos agora você vai cheirar melhor. — Amber sorri achando graça naquilo tudo.

— Escuta aqui, Amber...

— Não, escuta aqui você. Você acha mesmo que eu vou te deixar ter a última palavra? — A ruiva puxa meu braço violentamente, apertando meu pulso.

Um ardor percorre aquela região graças aos cortes recentes. Sinto meus olhos inundarem, mas eu não derramaria uma lágrima na frente dela. Nunca daria a ela essa vitória.

— Quem você pensa que é? Não passa de uma órfã idiota. Já parou pra pensar que você incomoda todo mundo com esse draminha ridículo? Fica se escondendo atrás dessas merdas de casacos. O que você esconde? — Amber afunda suas unhas em meus pulsos e não contenho o grito de dor.

Ela solta meus braços imediatamente e observa o sangue manchar meu moletom. Droga! Escondo os pulsos atrás de mim, e quase consigo ver arrependimento em seu olhar. Com certeza foi impressão minha.

— Que nojo! — Exclamou limpando a mão em sua calça. — Vá se limpar antes que suje mais alguém com essa merda.

Saio de lá correndo querendo me esconder no vestiário até o fim das aulas. Empurro a porta e corro até uma das pias que haviam lá.

— Idiota! Eu mato você, Amber. Juro que mato! — Resmungo para mim mesma sabendo que não passava de um blefe.

Encaro o estrago feito nas mangas do casaco.

Merda. Merda. Merda!

Como vou esconder isso agora? Caramba, Amber! Não tinha alguma ideia pra me machucar que não envolvesse manchar minhas roupas com sangue?

My Guardian Angel Onde as histórias ganham vida. Descobre agora