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𝐘𝐎𝐔 𝐖𝐈𝐋𝐋 𝐁𝐄 𝐎𝐊
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𝐒𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍

— BOM DIA, RAIO DE SOL! — Encaro o garoto de cabelos negros  que vinha até mim.

Raio de sol? Tenha santa paciência.

— Não vai me deixar em paz, não é? — Pergunto.

— Somos vizinhos e estudamos na mesma escola Não, eu não vou. — Ele sorri pra mim e pisca.

— Você não precisa me acompanhar até a escola. — Reviro os olhos.

— Prefiro te proporcionar o prazer da minha inestimável presença. — Vejo um sorriso convencido em seus lábios.

Quando as pessoas dizem que alguém tem o ego inflado, é exatamente isso que eu imagino. Tenho certeza de que ninguém ama Philip mais do que ele mesmo.

— Parada aí senhorita! — Mandou assim que percebeu que eu tentava fugir dele. — Temos um acordo, lembra?

— Não, eu não me lembro. Até mais, Philip. — Aceno para ele e volto a caminhar.

Ouço seus passos apressados atrás de mim. Não foi preciso me virar já que ele fez questão de correr e parar bem na minha frente, obrigando-me a parar de caminhar também.

— Boa tentativa. — Estendeu as mãos. — Eu quero ver seus pulsos. — Exigiu.

— Não.

— Seline, por favor, eu só quero ver. — Ele pediu, mas pelo seu olhar entendi que ele já sabia o que eu havia feito.

É claro que ele sabia, nem eu acreditei em mim.

Suspirei e estendi os pulsos ainda cobertos.

Philip dobrou as mangas do moletom cuidadosamente ainda sem olhar para os meus pulsos. Ele lentamente desce o olhar até encontrar os machucados recentemente feitos.

— Você fez.

— Não finja que não sabia. — Revirei os olhos e ele não fez nada além de devolver o olhar.

Suspirei novamente. Droga!

— Eu sei que não devia, mas eu não consigo... — Paro de falar ao sentir seu toque sobre os cortes.

Philip passeia seus polegares por cima dos machucados, me causando um leve arrepio, não de uma forma agressiva mas com carinho. Sinto um nó no estômago.

— O que você está fazendo? — A frase sai trêmula de minha boca.

— Não pode se machucar assim. Vou te ajudar com o que precisar pra parar com os isso. Mas tem que me prometer que vai tentar parar. — Assinto ainda tentando processar o que ele havia dito. Ele realmente queria me ajudar? — Assim que sentir vontade de se mutilar eu quero que me ligue. Pode ser a qualquer momento. Entendido?

Anui.

Philip tirou uma caneta de dentro da mochila e anotou seu número de telefone em meu braço.

— Quer me contar o motivo de ter feito isso? — Pergunta enquanto arruma as mangas do meu moletom.

— Ahm... — Eu queria contar, mas não sei se consigo. — Depois. Vamos pra aula.

— Ao seu dispor, madame.

— Não fica se achando, ainda não gosto de você. — Digo.

— É claro, continue dizendo isso até se convencer.

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— Oi, linda! — Levo um susto ao fechar o armário e me deparar as nuances azuis de seus olhos.

My Guardian Angel Onde as histórias ganham vida. Descobre agora