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𝐈 𝐖𝐀𝐍𝐍𝐀 𝐇𝐄𝐋𝐏 𝐇𝐄𝐑
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𝐒𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 𝐌𝐎𝐑𝐆𝐀𝐍

FINALMENTE CHEGAMOS EM CASA E meu mais novo vizinho tomava conta dos meus pensamentos. Bom, não posso negar que ele é realmente bonito — bonito mesmo. E quando um cara daqueles beija seu rosto, não é algo que seu cérebro esqueça com facilidade. Parece idiota agir assim, mas isso só acontece comigo uma vez a cada milênio. Geralmente eu sou a garota que todos evitam contato. Mas não Philip.

Ele se preocupa comigo? Quero dizer, ele me disse pra parar com os cortes. Ou talvez seja só mais uma paranóia minha. Qualquer pessoa sã me diria pra parar.

— O que você pensa que está fazendo? — Candace empurra meu ombro assim que Christopher fecha a porta da casa.

— Eu não fiz nada!

— Ficou me desafiando na frente dos vizinhos e ainda estava se oferecendo para o filho dela! Quem você pensa que é para nos envergonhar daquele jeito? — Permaneço calada. Ela era completamente louca, eu não tinha dito nada de mais. — Agindo como uma vadia na frente de todo mundo! — Ela agarra meus braços afundando as unhas com força.

— Me solta! — Grito.

— Não vê que o que você faz é ridículo? Agora entendo por que ele fez aquilo com você. A culpa foi sua por ser tão oferecida!

Aquelas palavras acertaram diretamente na minha ferida mais profunda. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Sabia que conseguiria me machucar se falasse sobre ele.

— Não fala assim tom ela mamãe! — Maggie tenta me defender.

— Maggie não se meta! — Ela finalmente liberta meu braço. — Não me faça passar por um vexame assim novamente, sua vadia. — Sinto o lado esquerdo do meu rosto arder. Ela me bateu.

Paralisei esperando sua próxima ação, mas ela não fez nada além de olhar para mim com raiva e nojo. Talvez eu tenha visto um lampejo de arrependimento em seu rosto, mas foi tão rápido que eu não soube se aconteceu de verdade ou se foi apenas ilusão.

Desviei o olhar para meu pai desejando que ele fizesse algo sobre o que acabara de acontecer, mas ele nada fez.

Corri até meu quarto tentando fugir das palavras que acabei de escutar. Meu pai nem sequer me defendeu, só assistiu calado, Maggie chorava descontroladamente e dizia que era tudo mentira, mas eu sabia que não era. Eu já devia esperar por aquilo quando vi o jeito que Candace me olhava.

Lembro da raiva que senti de Candace aquele dia. Eu queria revidar o tapa, queria xinga-la de todos os nomes possíveis, queria descontar tudo o que ela tinha feito para mim. Mas não fiz. Não sei porque, não consegui.

Respiro fundo várias vezes já não controlando as lágrimas. Meu coração batia tão rápido que podia jurar que partiria minhas costelas. Pouco a pouco minha garganta fechava e o ar quase não entrava em meus pulmões.

Ficava mais fácil respirar depois que eu me mutilava. Ficava mais fácil suportar.

As palavras de Candace voltaram a minha mente, o olhar do meu pai, ambos destruindo o restinho de esperança que eu tinha.

My Guardian Angel Onde as histórias ganham vida. Descobre agora