[FINALIZADA]
Eu nunca pensei que isso pudesse ser pra mim, sabe? O amor. Digo... nunca pensei que eu fosse digno dele.
Nunca pensei que pudesse ter sua sensação na pele, na ponta dos dedos... Esquentando o corpo e a alma. Mas então, de repente, o se...
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Meus olhos se abriram devagar, se acostumando com a iluminação do local. Ainda que ela fosse pouca, era levemente incômoda. Levantei um pouco meu tronco para observar melhor onde eu estava. Não era o meu quarto e isso eu tinha certeza.
O ambiente era uma mistura de móveis em madeiras escuras e tecidos roxos — como, por exemplo, os da cortina e da coberta que me cobria. Olhei para o lado quando, então, identifiquei onde estava, e não encontrei o rapaz de pele branquinha e cabelos coloridos. Suspirei, entendendo que ele estava apenas fazendo o seu trabalho e que já deveria ter saído do quarto.
Levantei-me da cama e fui atrás de minhas roupas, que eu tinha deixado dobradas num cantinho do cômodo. Peguei apenas minha boxer e calça e as vesti, dando uma olhada no celular para ver as horas. Percebi que ainda era de madrugada. Vi também umas mensagens de Jin e Tae, mas só iria ler o conteúdo depois que estivesse acordado o suficiente para adquirir alguma informação daquilo.
Me arrastei um pouco até o banheiro para poder lavar meu rosto e, enfim, sair de lá. Cheguei à porta do local e notei que ela estava entreaberta, com a luz de dentro acesa — eu me recordava muito bem de a ter desligado.
Primeiro veio uma voz abafada e um tanto exaltada e chorosa. Eu lembrava dela muito bem da noite passada. Preocupado, ia abrir a porta para ver o que havia acontecido, mas, então, uma parte da conversa me parou.
— Eu sei, Nammie... Mas, eu só... Não quero ter ninguém hoje. Queria passar esse tempo aqui, por favor. Só por hoje... — Continuei a ouvir sua conversa, escutando alguns baixos murmúrios que conseguiam perpassar sua fala. — Eu recompenso amanhã. Eu juro. É só que... Ele... Hoje foi diferente, Nammie. E eu queria fazer durar um tantinho mais.
Me surpreendi um pouco ao entender que ele falava de mim. Mas, eu era só mais um cliente, não?
Um sorriso começou a levantar meus lábios ao que eu percebia que não havia sido o único a sentir a algo diferente mais cedo. Entretanto, franzi o cenho, ao que o percebi falar que iria "recompensar". Ia dobrar no trabalho?
Eu ouvi um soluço, consideravelmente mais baixo que o de outrora. Aquilo havia me instigado a deixar meus pés saírem do repouso e, com toda a calma, entrei no banheiro, sem fazer nenhum barulho que pudesse alarmar o outro.
Os fios coloridos estavam totalmente bagunçados e, entrando, eu vi suas costas nuas, vestido com uma cueca preta, dando um ar totalmente deslumbrante aos meus olhos. Sua pele tão branquinha, e cheia de muitos sinais espalhados, me fazia sorrir, mesmo que não devesse, por estar em uma situação incomum como aquela.
