[FINALIZADA]
Eu nunca pensei que isso pudesse ser pra mim, sabe? O amor. Digo... nunca pensei que eu fosse digno dele.
Nunca pensei que pudesse ter sua sensação na pele, na ponta dos dedos... Esquentando o corpo e a alma. Mas então, de repente, o se...
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— Eu não acredito que você fez isso!
— Ou era isso, ou eu apanhava — disse, rindo de sua cara incrédula. — Eu tinha que fazer alguma coisa.
— Deus, você é louco!
— Vai falar que você nunca fingiu uma convulsão para escapar de valentões do colégio? — Eu o encarei, fingindo uma seriedade tão realista quanto aquele acontecimento foi.
— Não?! Seres humanos normais não fazem isso.
— Que pena. Eu sou um ser humano raro.
— É mesmo. Estranho demais — acredito que nossas risadas podiam ser ouvidas por todo o bordel, o qual, mesmo sendo de manhã, Jeongguk disse que ainda havia funcionários no lugar.
Depois de colocarmos o sono em dia, acordamos com uma animação fora do normal. E, como os dois estavam com preguiça de ir atrás de alguma coisa para comer, decidimos apenas por ficar no quarto, curtindo as história trágicas de nossa adolescência.
Conhecendo um ao outro.
Nossa sorte foi ter também alguns petiscos e doces no quarto, que fizeram a fome não bater com tanta força.
— Hm — Jeon falou, enquanto tinha um potinho de vidro, lotado de marshmallows, em frente ao seu corpo. —, teve uma vez que eu tava morrendo de fome...
— Eu estou com medo dessa história.
— Calma, ela é hilária. Enfim. Eu estava na casa de uma tia, e lá tinha muitos cachorros, porque ela era sozinha... O caso foi que, ela saiu com uma amiga, provavelmente era alguma namorada da vez, e me deixou sozinho... Eu deveria ter uns 15? — Escutei ele se indagar, deixando a cabeça cair de lado. — Enfim, eu estava com muita fome e fui procurar algo para comer, obviamente. O que eu não sabia é que ela guardava as rações e petiscos para os cachorros no armário da cozinha.
— Não! Você não fez isso! — Àquela altura, já estávamos rindo de sua trágica história, com ele tendo dificuldade para conter as gargalhadas e terminar a narrativa.
— Foi sem querer! Eu achei que era biscoito para gente normal, mas não! Não era!
— Isso foi pior do que a convulsão!
— Não foi, não! — Ele ergueu as sobrancelhas e me encarou. — Os biscoitos eram gostosos, pelo menos. Você se jogou no chão e começou a se balançar como uma lacraia.
— Vou lembrar de deixar os biscoitos fora do seu alcance, seu egoísta. Sequer dividiu com os animaizinhos — argumentei, fingindo dar uma bronca; mas logo nós dois começamos a rir de novo.
