[FINALIZADA]
Eu nunca pensei que isso pudesse ser pra mim, sabe? O amor. Digo... nunca pensei que eu fosse digno dele.
Nunca pensei que pudesse ter sua sensação na pele, na ponta dos dedos... Esquentando o corpo e a alma. Mas então, de repente, o se...
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Rezava por qualquer tipo de extinção mundial, para que meu trabalho fosse levado junto a todos os destroços. A única coisa que me tirava a vontade de me atirar na frente de um caminhão era a ideia de poder ver o rostinho de Jeongguk novamente; ver seus olhinhos brilharem de felicidade, ao perceber que eu havia levado o que tinha me pedido.
Poderia estar exagerando um pouco sobre me matar ou acabar com meu trabalho, mas eu sentia que se visse mais uma papelada jurídica na minha frente, acabaria arrancando meus cabelos.
Despi meus pés dos sapatos lustrados e das meias, larguei minha carteira e chave na mesinha perto da porta e respirei fundo. Enfim em casa. Meu corpo implorava por um banho, e talvez eu passasse um tempo mais que o necessário dentro da banheira.
Com um sorriso leve nos lábios, rodei meus olhos pela sala, mesmo sabendo que ele não estava lá. Caminhei até a cozinha, para guardar as coisas que comprei, e a encontrei vazia. Fui para os outros cômodos do primeiro andar e ele não se encontrava em nenhum.
— Jeongguk? — chamei, sentindo um incômodo enorme que fez minha cabeça, já frágil por todo o esforço do dia, entrar em uma paranoia.
Quando ninguém respondeu, corri escada acima, abrindo todas as portas do andar. Nada dele. Em nenhum lugar. Nem nos quartos de hóspedes. Nem nos escritórios. Em lugar nenhum. Nem na varanda. Nada.
Meu peito apertou e eu tentei pensar melhor e me dizer que tínhamos conversado. Ele disse que ia me esperar. Ele disse que gostava de mim. Ele não tinha me abandonado de novo. Ele não...
Ele não tinha esse direito.
Respirei fundo e fechei a porta do último cômodo que visitei. Eu tinha que controlar meus sentimentos. Tinha que conseguir. Eu não estava com cabeça para ficar pensando em desculpas para Jeongguk ter ido embora mais uma vez. Eu tinha que aceitar e aprender com o erro de desculpa-lo.
Passei a destra por entre meus fios, quase arrancando-os de minha testa, e também não fui muito gentil ao abrir a porta. Tinha que descontar a raiva e a frustração em algo.
Me encontrava cansado física e psicologicamente. Eu sei que dizia que sempre superava, mas aquilo me exigia muito esforço e tempo e energia. Além de uma maturidade que demorei alguns anos para conseguir ter.
Tudo isso não dispensava a dor.
Liguei a luz e comecei a tirar o blazer, enquanto andava até a cadeira da minha escrivaninha. Pensei em tirar o resto da roupa no banheiro, até que ouvi um murmúrio no meio de meus lençóis. Cheguei a pensar que estava louco. Me aproximei mais da cama e pisquei uma, duas, três vezes até conseguir entender que Jeongguk estava encolhido e abraçado a um travesseiro, embolado nos lençóis de minha cama.
