Capítulo 2

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- Desculpa por ter mentido... - ele me apertou mais forte, e todas as minhas forças de resistência estancaram. Retribuí o abraço, ainda confuso sobre o que pensar ou sentir. Fui pego de surpresa. Depois de tudo que pensei durante a tarde, nunca esperei uma iniciativa como aquela de sua parte. Me rasgava o coração me segurar para não criar expectativas. Talvez seu abraço fosse apenas mais um pedido de trégua, para que permanecêssemos amigos... mas eu não sabia se poderia suportar - Por favor, não se afaste de mim.

Separei o abraço devagar, sem saber o que dizer ou o que fazer. O que ele estava me pedindo exatamente? Ele sabia que estar ao seu lado daquele jeito, sem poder fazer nada, era torturante demais pra mim. A não ser que...

- E o que você quer que eu faç.. - Ram me puxou para si novamente, antes mesmo que eu pudesse terminar a frase. Suas mãos agarraram meu rosto, e seus lábios se juntaram aos meus. De repente, era como se tivéssemos voltado á noite anterior, quando ele me beijou exatamente mesma maneira. O momento parecia se recriar em cada movimento, em cada detalhe, exceto pelo ambiente, e meu coração parecia que ia explodir a qualquer momento. Aquela era sua grande prova de que lembrava de cada segundo.

- Fique comigo... Não precisa se segurar mais - ele disse assim que separou ou beijo, me roubando mais um selinho - Eu gosto de você, P'King. Quero fazer você se sentir bem.

Suas palavras me soavam inacreditáveis. Eu podia jurar que estava sonhando. Acho que nunca o vi falando tanto de uma só vez. Então ele... sentia o mesmo? Tudo o que eu sentia quando ele me olhava... quando me tocava... era correspondido? Por quanto tempo estive me escondendo de um sentimento que na verdade era recíproco?
Não consegui fazer nada além de me entregar aos seus braços novamente, aconchegando minha cabeça em seu ombro e apertando-o, como se nunca mais o quisesse soltar. Dessa vez, fui eu quem permaneceu em silêncio. Não haviam palavras que eu pudesse dizer. Acabei deixando escapar uma lágrima, que sequei o mais disfarçadamente possível. Droga, King... não chora.

Quando nos afastamos, Ram segurou minha mão e me puxou para a cozinha, sem dizer mais uma palavra sequer. Sua expressão triste agora havia se transformado em um sorriso adorável, que quem o conhecia bem poderia saber o quanto significava em meio às suas expressões sérias.
Haviam panelas no fogão e um cheiro gostoso de comida no ar. A pequena mesa onde geralmente comíamos estava arrumada, e a planta carnívora que lhe dei de presente permanecia em seu centro.

- Você fez mesmo um jantar especial... - o olhei, sorrindo tímido. Minha ficha ainda não tinha caído. Ele acenou com a cabeça, puxando a cadeira como se pedisse para que eu me sentasse. Foi o que fiz. O observei pegando os pratos e servindo o que eu ainda não fazia ideia do que era, mas que pude identificar assim que ele se sentou na minha frente, colocando os pratos na mesa. Exatamente a mesma comida que pedimos no dia que jantamos juntos no restaurante, inclusive com um potinho do gengibre que lhe ofereci, e que comeu mesmo não gostando. Ele deve ter percebido minha expressão surpresa, porque se explicou assim que sentou.

     - Queria que soubesse que há muitas outras coisas que eu nunca esqueci sobre você.

Tattoos Together - [RamKing]Where stories live. Discover now