Capítulo 4

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P.O.V. Ram

     Assim que nos soltamos do abraço fomos até o sofá, onde nos tacamos, exaustos depois de um final de semana cheio. Teríamos que acordar cedo no dia seguinte para ir para a faculdade, e... Droga, eu vou ter prova quase todo dia.

     - Cool Boy? O que foi? Você parece estressado...- Eu nunca entendi como ele podia adivinhar as coisas assim tão fácil. Sou tão óbvio assim? Como eu poderia ser, se todos sempre me disseram o quanto eu era inexpressivo, sério ou indecifrável na maioria das vezes?
     - Não é nada demais... só lembrei que tenho algumas provas importantes essa semana.
     - Posso te ajudar a estudar se quiser. Podemos passar lá em casa e eu pego minhas anotações dos anos passados. - As explicações e anotações de King eram de fato muito boas. Ele é um cara inteligente, e eu isso me atrai... quer dizer... me traz muita admiração por ele. Mas... ele também deveria ter suas provas e trabalhos, e eu não queria ser mais uma coisa na sua lista de tarefas.
     - Obrigado... mas não quero te atrapalhar. Ouvi Bohn reclamando sobre a pilha de trabalhos que vocês têm tido recentemente.
     - Ah, mas eu já fiz tudo. O Bohn reclama porque ele fica se distraindo pensando no Duen e acumula a matéria toda - King riu, e inevitavelmente um sorriso se formou em meus lábios. Estar com ele me trazia essa felicidade indisfarçável que eu nunca tinha sentido antes. Ele era tipo um cachorro... só que de duas patas, bem mais tagarela, mais inteligente e... bonito. Muito bonito.
     - Mesmo? Eu adoraria a sua ajuda se não for incômodo então...
     - Nunca é, Cool Boy! - Ele riu mais uma vez e bagunçou meus cabelos de um jeitinho carinhoso. Meu coração quase que vai parar na lua. Meu sênior provavelmente percebeu meu pequeno surto quando olhei em seus olhos, como se carregasse meu coração astronauta nas mãos e dissesse: "Pegue, pode cuidar e regar como uma de suas plantas... é seu."
     Ele pareceu paralisar por alguns segundos quando me encarou de volta. Longos segundos em que eu podia quase ouvir as batidas do meu coração até que King começasse a se aproximar. O que eu achava que não podia ficar mais forte se intensificou ainda mais. Ele me puxou em sua direção, selando meus lábios mais uma vez. Tê-lo me beijando daquele jeito era quase surreal. Por quanto tempo apenas o observei, em silêncio, tentando entender o que sentia enquanto esperava por momentos como esse?

- Você disse que eu não precisaria me segurar - pude ouvir sua voz entre os beijos, e só quis beijá-lo ainda mais. Entrelacei meus braços em seu pescoço, mantendo-o mais próximo, e garantindo que não se afastaria tão cedo. Na verdade, eu não queria que se afastasse nunca mais.
    - Não precisa mesmo... - retribuí cada beijo com cada gota do desejo que havia se acumulado pelos seus lábios depois de tanto tempo  - Por favor... não se segure.

     Depois de um bom tempo já estávamos os dois sem ar, deitados no sofá, entrelaçados na proximidade que eu sempre desejei ter com ele, mas da qual ele sempre dava um jeito de fugir. King olhou fundo em meus olhos mais uma vez, e eu ouso dizer que aqueles seus olhares profundos formavam os momentos mais íntimos que já tive com alguém.

     - Desde quando? - ele perguntou baixinho - Desde quando você... se sente assim sobre mim?
     - Acho que a primeira vez que soube que sentia algo por você... foi no dia do ônibus. - eu lembrava claramente de como me segurei para não encará-lo o tempo todo, e de como passei um bom tempo olhando para as fotos que tirou no meu celular quando cheguei em casa. Desde então, cada momento com ele ganhava um significado muito forte pra mim, e ele era o único para quem eu queria correr sempre que algo ruim acontecia. Voltei a acariciar seus cabelos macios, me sentindo mais leve por não precisar mais esconder o que já estava guardado em mim havia tempo demais - E você?
      - Bom... eu... - King pareceu se distrair um pouco com meu cafuné enquanto tentava encontrar palavras - Não sei ao certo. Eu sempre tive uma curiosidade diferente sobre você, desde que te vi... por algum motivo, você sempre me chamou uma atenção especial. Isso foi crescendo e crescendo cada vez mais... até se tornar algo maior que curiosidade ou amizade. Acho que só fui me tocar disso quando estávamos na minha casa e te dei aquela flor...
     - Aquele momento foi realmente especial pra mim... - não consegui deixar de sorrir com a lembrança - Obrigado.
     - Não há o que agradecer... - ele parecia tímido. Seus olhos já não pareciam ter coragem de encarar os meus, mas isso conseguia ser fofo de qualquer jeito - Ram...
     - Hmm...
     - Agora que nós... você sabe... - ele parou por um instante, como se não tivesse coragem ou certeza suficiente para continuar a frase. Acenei com a cabeça, encorajando-o a continuar - O que somos um do outro?

Tattoos Together - [RamKing]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora