Capítulo 6

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P.O.V. Ram

Quando acordei na manhã seguinte, King já não estava na cama. Faltavam 5 minutos para o despertador tocar, mas eu já podia ouvir barulhos da cozinha. Desliguei o despertador, levantei da cama e fui procurar meu... namorado - e mais uma vez, não consegui segurar o sorriso idiota ao lembrar do que ainda soava inacreditável. Acho que ando sorrindo mais esses dias do que sorri nos últimos anos.

- P'King?... -Chamei, encontrando-o na pia, lavando algumas louças, enquanto a mesa já estava cheia de comida.
- Bom dia... - ele se virou, com a blusa toda molhada, e riu um pouco quando me viu.
- O que foi? - olhei pra trás, procurando o motivo do riso
- Hm... nada... - tateei meu rosto pra ver se não tinha nada grudado na minha cara ou coisa do tipo.
- Fala... - insisti.
- É que... você tá com carinha de sono - ele riu mais um pouco - E... é fofo... - King se virou de volta para as louças, escondendo a timidez que pude perceber de canto.

Me permiti rir um pouco da situação também. Não me segurei. Apenas me aproximei e o abracei por trás, deitando a cabeça em seu ombro. Era estranho... porque eu nunca havia sentido muita vontade de ser carinhoso com alguém desse jeito... mas à essa altura eu já deveria saber que as coisas são bem diferentes quando se trata de King.
- Bom dia, P'...
Ele parece ter surtado um pouco pelo abraço surpresa. Admito que gosto de vê-lo assim por minha causa, mesmo quando seus pequenos gay panics - [Nota da Autora: eu não chamaria de pequenos né... mas enfim KKKKK] - costumavam levá-lo a fugir de alguma forma. Pelo menos, agora que de fato temos algo, isso está melhorando um pouco.
- Vai se arrumar pra gente comer, Cool Boy. Você tem preparação para provas hoje, não tem? Melhor não se atrasar - ele tentou disfarçar, mas não deu muito certo. Me soltei do abraço devagar e fui para o quarto me trocar.

Eu já tinha colocado minha calça e estava quase tirando a camisa quando ouvi batidas na porta.
- Pode entrar!
- Só vim trocar minha camiseta rapidinho - King disse ao entrar. Acenei com a cabeça, vendo-o ir até o armário, pegar uma blusa limpa e sua jaqueta de sênior e tirar a camisa molhada bem ali, do meu lado. Quando vi seu peitoral à mostra não consegui desviar o olhar. Merda, o que tá acontecendo comigo?!
A minha sorte é que quando, já vestido, King se virou para mim, desviei o olhar bem na hora, como se nada tivesse acontecido.
- Quando estiver pronto pode ir pra lá. Estarei te esperando na mesa.
Acenei novamente com um sorrisinho e soltei um suspiro assim que ele saiu do quarto. Tá, isso sim foi estranho.
Terminei de me trocar e voltei à cozinha para comer com King, que tinha enchido a mesa com opções de café da manhã. Assim que me sentei percebi um um saco de papel com o meu nome ao lado do banco.
- O que é isso? - Perguntei, curioso.
- Ah... - King pareceu um pouco nervoso com a minha pergunta, mas não hesitou em explicar - Eu notei que antes de vir pra cá você sempre levava um saco parecido no almoço. Sua comida estava sempre bem arrumadinha, e no começo pensei que era você que fazia, mas quando veio pra cá percebi que não... Era sua mãe que fazia, certo? - Afirmei com a cabeça, impressionado com as observações que ele havia feito. Acho que ninguém nunca prestou tanta atenção em mim - Olha, eu sei que as coisas com a sua família estão complicadas, mas eu dei o meu melhor pra fazer um almoço parecido pra você. Quero que saiba que, mesmo estando longe da sua mãe, você ainda tem alguém por perto que se importa e vai cuidar de você sempre que puder.

Continuei em silêncio por alguns segundos, simplesmente por não saber como reagir. Eu nunca esperei que alguém fizesse isso por mim além da minha própria mãe. Sempre fui aquele que protegeu, por nunca me permitir ser protegido, mas agora era diferente. Era uma sensação nova. Era bom. Sorri, já abrindo o pacote quando King me impediu.
- Não abra ainda! Quero que seja surpresa... - fiquei ainda mais curioso com o que ele tinha preparado depois dessa, mas obedeci e fechei o pacote novamente - Mas se isso fizer você se sentir desconfortável de alguma forma... se te fizer ficar lembrando da confusão e te estressar, não precisa levar. Não vai ter nenhum problema.
     - N-não - respondi quase imediatamente - Eu... gostei muito. Obrigado mesmo - Sorri para ele, permitindo-o relaxar. As memórias sobre o que anda me perturbando não seriam suficientes para estragar o que ele preparou pra mim. Eu sabia que tinha um ótimo namorado. Eu não estava mais sozinho.

Tattoos Together - [RamKing]Where stories live. Discover now