Epilogue

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Alguns Meses Depois 

   Após tantas vítimas do furacão se declararem vivas, o governo foi obrigado a revisar a lista para corrigir possíveis erros. Haviam mais de 20 nomes que não deviam estar ali. 

   Com o passar do tempo, tudo foi se arrumando para que WangJi e Wuxian pudessem ficar juntos. WangJi agora trabalhava na extensão da empresa que ficava em New York e Wuxian seguia com o estúdio de design. Yaling e Sizhui continuavam estudando na China e fazendo apresentações junto com a empresa dos irmãos Lan, só voltavam para casa quando tinham alguma apresentação por lá ou se estivessem de férias, que era o caso no momento.

   —Wuxian, pare de importunar o WangJi. – Yaling repreendeu, enquanto finalizava a pintura na qual estava trabalhando há alguns dias. No quarto em que ficavam seus materiais de pintura e desenho, também havia um local como uma casinha no canto e dois coelhinhos correndo um atrás do outro. O coelhinho branco, batizado de WangJi, se escondeu atrás de suas pernas enquanto o preto, Wuxian, tentava de tudo para chegar até ele. – Ele está cansado... 

   Não deu um minuto e Wuxian já estava perseguindo WangJi de novo, até os dois cansarem e entrarem na casinha novamente. 

   —Jie, o pai está chamado para almoçar. – Sizhui avisou, enfiando a cabeça na fresta da porta. 

   —Sabe que eu não sei de qual deles você está falando, não sabe? – Yaling sorriu, sem desviar o olhar da pintura que havia acabado de terminar. Após tanto tempo juntos, Sizhui havia acostumado a chamar Wuxian de pai também. 

   —Sr. Wei. 

   —Hm. Só vou lavar a mão e já vou. – Largou o pincel dentro do copo com água e se levantou. – Quer ver? 

   Sizhui assentiu, ficando ao lado dela para observar a pintura, era uma cachoeira com uma riqueza enorme de detalhes. De um lado havia um flautista com vestes escuras e uma fita  vermelha nos cabelos negros. Do outro estava um rapaz com vestes claras e tocando uma cítara.

   —Que bonito... 

   —Obrigada.

   —Quem são? 

   —Nossos pais. Wuxian. – Apontou para o de preto e depois para o de vestes claras. – WangJi.

   —Por que eles estão vestidos assim?

   —Na verdade, eu não tenho ideia. Eles usaram estas roupas em uma festa da Universidade. 

   Sizhui ficou em silêncio, como se estivesse processando a informação e olhou para ela com os olhos arregalados.
  
   —Como você sabe disso? 

   —Eu estava lá. – Yaling deu de ombros. 

   —Você se lembra? – Sizhui perguntou com um sorriso começando a nascer em seus lábios. 

   —Me lembrei tem pouco tempo, uns dois dias. 

   —E como foi? 

   —Estranho. – Yaling riu fraco, enquanto os dois saíam do quarto. – Eu só acordei e de repente percebi que não tinha mais o vazio de antes. 

   Após lavarem as mãos, os dois seguiram até a sala de jantar onde WangJi e Wuxian estavam esperando por eles. Aquilo era uma cena comum durante a semana, quando Yaling não estava na casa de Yanli e Zixuan, que ainda eram os pais dela. O horário de almoço de Wuxian felizmente batia com o de WangJi e sempre dava para almoçarem em família.

   —Jie, conta para eles. – Sizhui incentivou, após ficarem um longo tempo conversando sobre assuntos aleatórios. 

   —Contar o que? – Wuxian perguntou, alternando o olhar entre os dois.

   —Vocês mudaram bastante desde que eu tinha sete anos. Você só sabia cozinhar coisas muito apimentadas ou instantâneas e hoje é quem alimenta a gente. WangJi era quem me ensinava a quebrar regras e hoje é quem me ensina a segui-las. – Yaling contou, tentando não rir das expressões dos dois. 

   —Eu não me lembro de ter te contado isso. – Wuxian franziu o cenho. 

   —Acho que é porque você não contou. – Disse WangJi, já entendendo o que a garota estava insinuando. – Você se lembrou, não é? 

   —Sim. – Yaling sorriu. – Inclusive, eu gostaria de agradecer por você e meu pai terem me ensinado a brigar. Foi muito útil.

   WangJi arregalou os olhos e balançou a cabeça como se ela não devesse ter dito aquilo. 

   —Então foi você? – Wuxian o fuzilou com o olhar, enquanto Sizhui e Yaling olhavam os dois sem entender. 

   —Talvez...

   —Tem noção de quantas advertências essa menina tomou por ter batido nos outros? – Perguntou, começando a esmurrar o braço do namorado. 

   —Em quem você batia? – WangJi perguntou diretamente para Yaling. 

   —Em quem fazia bullying com os meus amigos. – Respondeu ela, da maneira mais inocente que conseguia. 

   WangJi se voltou para Wuxian. 

   —Ela não estava errada. 

   Cada pessoa na mesa reagiu de uma forma diferente. Yaling gargalhou e ergueu a mão para WangJi bater, surpreendentemente ele bateu. 

   —WangJi?! – Wuxian estava com a indignação bem estampada em seu rosto.

   —Pai?! – Sizhui arregalou os olhos.

   —Meu parceiro no crime está de volta! – Yaling comemorou. 

   Wuxian voltou a esmurrar o braço do namorado, o que só resultou em mais gargalhadas por parte dos dois adolescentes e do próprio WangJi. 

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