P.S Eu Te Amo

10

Dulce

Enzo chegou em uma noite de verão no dia dez de setembro, ele era loirinho e com cabelos cacheados como o pai. Eu o  beijei e o abracei com cuidado, pegando a coisa mais preciosa no colo. Toda minha família estava comigo no dia em que ele finalmente veio ao mundo, eu não estaria sozinha nunca.

Quando ele completou cinco meses o coloquei para dormir em seu quartinho, nos primeiros meses ele resmungava à noite e eu tinha que me levantar, então era mais fácil colocar seu berço eu meu quarto. Ele era tão paparicado pelos avós e tios que já imaginava o quão dengoso ele ficaria.

—Que coisa mais gostosa, mamãe.— Peguei Enzo em meu colo enquanto ele chupava uma de suas mãozinhas.

Ele resmungou por eu tirá-la de sua boca.

— Olha, amor.— Peguei uma foto de Christopher e mostrei para ele que olhou curioso.— Seu papai estava tão lindo nessa foto, na verdade ele sempre foi lindo igual a você, filho.— Sorri e ele mostrou suas gengivas banguelas para mim.— Sim, amor. O papai iria te amar tanto quanto a mamãe, tenho certeza que ele adoraria estar aqui com a gente.

Já era parte da rotina conversar com meu bebê sobre o pai, eu não iria deixar de contar o quão maravilhoso Christopher era, com certeza seria o melhor pai do mundo para nosso bebê. E ele teria orgulho do pai.

— Dulce, meu amor.— Meu pai entrou no quarto.— Não quer tomar um banho antes do jantar? Pode deixar que eu olho o meu neto.

— Obrigada, pai.

Tomei um banho e jantei com minha família, fora um dia cansativo. Enzo estava muito agitado hoje, estranhei um pouco mas Maite me disse que era normal bebês com meses ficarem agitados às vezes. Dormi tranquila pois ele não acordava mais à noite. Acordei bem cedo com ele e fiz tudo o que tinha que ser feito. Meus pais e meu irmão cuidavam da venda agora que eu não podia ajudar, passava o dia sozinha sem ter ninguém para conversar. Era só meu bebê e eu.

Depois de um tempo ouvi meu celular tocar e atendi prontamente. Era Alexandra.

— Dulce! Ainda bem que atendeu.

— O que houve Alê?— Perguntei nervosa.

—Nós o achamos, Dulce. Encontramos Christopher! Ele estava em um hospital em coma!

Eu só podia chorar e agradecia mentalmente por não ter Enzo em meus braços ou eu podia derrubá-lo pois me sentia bamba. Deus! Meses achando que ele estava morto e finalmente havia encontrado, meu bebê iria conhecer o pai. Eu não poderia dizer o tanto de minha felicidade.

— Ah, meu Deus! Meu Christopher. Eu quero vê-lo.

— Estamos o transferindo para o hospital da cidade, ele já está acordado, Dulce.

— Eu nem consigo acreditar.